DISSOLUÇÃO DO MATERIAL LIGNOCELULÓSICO PROVENIENTE DO RESÍDUO DO PROCESSAMENTO AGROINDUSTRIAL DA MANGA (Mangifera Indica L.) EM DIFERENTES LÍQUIDOS IÔNICOS BIOCOMPATÍVEIS
Pesquisas Acadêmicas: DISSOLUÇÃO DO MATERIAL LIGNOCELULÓSICO PROVENIENTE DO RESÍDUO DO PROCESSAMENTO AGROINDUSTRIAL DA MANGA (Mangifera Indica L.) EM DIFERENTES LÍQUIDOS IÔNICOS BIOCOMPATÍVEIS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lfdca • 11/9/2014 • 487 Palavras (2 Páginas) • 439 Visualizações
RESUMO - Materiais lignocelulósicos, tais como resíduos agroindustriais, representam uma potencial fonte sustentável para produção de biopolímeros, como a celulose. No entanto, o uso da celulose é dificultado, pois não é solúvel na maioria dos solventes convencionais. Nesse contexto, os líquidos iônicos surgiram com um papel importante na dissolução do biopolímero. A proposta do trabalho foi avaliar a dissolução do material lignocelulósico proveniente do resíduo do processamento agroindustrial da manga (Mangifera indica L.) em diferentes líquidos iônicos derivados de colina. Para avaliação da dissolução, 50 mg de fibra permaneceram em contato com 1 g de líquido iônico por quatro horas nas temperaturas de 70°C e 110°C, sendo retirada uma alíquota a cada hora para quantificação de açúcares totais, através do método fenol-sulfúrico. Os resultados indicaram que o líquido iônico que apresentou maior eficiência na solubilização da celulose foi o lactato de colina, com 11,3% de dissolução à 110°C.
1 . INTRODUÇÃO
A celulose é o polímero mais abundante dos recursos renováveis disponíveis no planeta. Esse fato gera grande motivação para que o recurso seja aproveitado na produção de diversos materiais poliméricos que são utilizados freqüentemente e em larga escala (Zhu et al., 2006).
No entanto, o uso da celulose como matéria prima não é tão simples, principalmente em virtude de não ser solúvel em água ou na maioria dos solventes orgânicos mais comuns. Além disso, os primeiros e mais aplicados métodos de dissolução e aproveitamento da celulose apresentavam reagentes com alta toxicidade e grande custo (Zhang et al., 2011).
Assim, ao longo do tempo, foram estudadas diferentes substâncias a fim de avaliar suas capacidades de dissolução de material lignocelulósico. Com isso, diversos estudos apresentaram resultados interessantes para os chamados líquidos iônicos. Como o nome sugere, são compostos por íons, sendo em geral cátions orgânicos e ânions inorgânicos. Assim, podem ser considerados como sais que permanecem líquidos a temperaturas próximas da ambiente (menor do que 100ºC) (Zhu et al., 2006). Os líquidos iônicos mais conhecidos e até então mais eficientes na dissolução da celulose são o cloreto de 1-butil-3-metilimidazólio e o acetato de 1-etil-3-metilimidazólio (Wei et al., 2012).
Entretanto, esses líquidos iônicos são caros, de preparo relativamente complicado e ainda tóxicos ao meio ambiente. Por isso, foram realizadas buscas por alternativas mais viáveis ambiental e economicamente, que culminaram na utilização dos líquidos iônicos derivados de Colina. O Cloreto de Colina ([Ch]Cl), que é mais barato, não tóxico, biodegradável e disponível em larga escala, passou a atrair bastante atenção na última década. Resultados demonstraram que líquidos iônicos dessa origem também apresentaram considerável eficiência na dissolução da celulose, inclusive em comparação com os líquidos baseados em cloretos de imidazólio (Zhang et al., 2011).
Assim, foram preparados diferentes líquidos iônicos derivados de Colina, através da variação do ânion, e foi avaliada a eficiência de cada um na dissolução da celulose. As análises demonstraram que o lactato de colina possuiu maior eficiência no processo de dissolução do material lignocelulósico provenientes
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