ESTUDO DE CASO – SISTEMAS DE TRANSPORTES INTELIGENTES
Por: Jonathan Crabi • 5/11/2018 • Projeto de pesquisa • 1.466 Palavras (6 Páginas) • 402 Visualizações
ESTUDO DE CASO – SISTEMAS DE TRANSPORTES INTELIGENTES
GOIÂNIA - GO
Dupla: Jonathan Pereira Crabi – 34503
Matheus Pereira Marques - 35206
- Introdução
A Região Metropolitana de Goiânia foi criada em 30 de dezembro de 1999 por Lei Complementar Estadual e engloba as cidades do entorno da cidade de Goiânia. Essa medida tem por objetivo integrar os serviços públicos comuns, em especial o transporte coletivo, com a finalidade de atender 2.120.000 habitantes numa área de 6.576 km². A Rede Metropolitana de Transporte Coletivo de Goiânia (RMTC) foi criada com a missão de suprir a demanda por transporte público que surgiu da interdependência das cidades que integram a região metropolitana. A RMTC conta com 5 concessionárias: Rápido Araguaia Ltda., HP Transportes Coletivos Ltda., Viação Reunidas Ltda., Cooperativa de Transportes do Estado de Goiás (Cootego) e a estatal Metrobus Transporte Coletivo S.A., que são responsáveis por 100% da operação.
A unidade operacional almejada pelas quatro empresas, quando da formação do consórcio, foi possível pela utilização de sistemas inteligentes de transportes (ITS), que é citada pelo Sr. Leomar Avelino como a sustentação dos processos do consórcio. Nesse contexto, os ITS têm por objetivo contribuir com a melhoria da qualidade do serviço e aumentar a produtividade operacional. Para a RMTC tais objetivos são alcançados com a regularidade e confiabilidade da operação e com um melhor planejamento e maior controle do serviço.
A RMTC foi pioneira na implantação de um sistema de bilhetagem eletrônica (1998), na operação sem cobrador (2000) e na utilização de um centro de controle operacional (2009). Esse pioneirismo contribui para que seja destaque nacional no setor.
- Desenvolvimento
Além das concessionárias e da RMTC, que são responsáveis pela operação do serviço, a rede conta com os seguintes agentes:
• Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos da Região Metropolitana de Goiânia (CDTC-RMG): órgão colegiado que constitui o Poder Concedente, composto por representantes do Estado de Goiás, da Capital do Estado e dos municípios que compõem a RMG, responsável pela formulação das políticas públicas do setor;
• Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC): empresa pública que desempenha o papel institucional de braço executivo da CDTC -RMG e que exerce a missão de entidade gestora pública da RMTC, cabendo-lhe, dentre outras atribuições, o gerenciamento, o controle e a fiscalização tanto da operação como da infraestrutura do serviço; e
• Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (Setransp): entidade sindical representativa das concessionárias e agente responsável pela arrecadação tarifária da RMTC por meio da bilhetagem eletrônica integrada pelo Sistema Inteligente de Tarifação de Passagens (Sitpass).
A CDTC e a CMTC são responsáveis pela gestão e infraestrutura pública. A operação privada conta com 1.371 ônibus e transportam 800.000 passageiros diariamente em um sistema tronco-alimentado, que é formado por 278 linhas interligadas de 19 terminais de integração, com dois eixos estruturais e cerca de 6 mil pontos de parada. A Figura 1 representa a forma como é realizada a ligação entre as cidades que compõem a região metropolitana.
[pic 1]
Figura 1 – Desenho esquemático da rede de transportes
Os serviços de concessão estão distribuídos em 3 áreas operacionais e divididos em 5 lotes, mostrados na Figura 2. A validade do contrato de concessão é de 20 anos. Cada lote é operado por uma empresa da concessionária na proporção de 50%, o restante é operado por uma empresa espelho (Rápido Araguaia). O lote 1 onde está localizado o BRT é de responsabilidade do estado (Metrobus Transporte Coletivo).
[pic 2]
Figura 2 – Lotes que compõem a RMTC
O gerenciamento de um sistema complexo como o exposto somente é possível com a utilização de ferramentas que possibilitem o controle e intervenção em tempo hábil/real. Isso se torna possível quando são adotadas soluções ITS. No caso de Goiânia, os componentes apresentados na Tabela 1 estão previstos para utilização.
[pic 3]
Tabela 1 – Componentes do ITS e situação atual
Um importante elemento do ITS, fundamental para uma operação inteligente, é o Centro de Controle Operacional (CCO). No caso de Goiânia ele é composto por 20 postos de controle com três telas cada e conta com 60 operadores, funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana, conforme mostrado na Figura 3.
[pic 4]
Figura 3 – Centro de Controle Operacional (CCO) da região metropolitana de Goiânia
O modelo do CCO usado pela RMTC, considerado como único no país, tem como grande diferencial a possibilidade de prever a ocorrência de problemas. Isso permite que o operador aja antecipadamente para corrigi-lo, por meio da comparação, em tempo real, entre a programação operacional e a realizada. Uma vez detectada a não conformidade no cumprimento da programação de viagens, são realizadas medidas de reprogramação da utilização do veículo.
A tecnologia utilizada foi desenvolvida pela Volvo (ITS4MOBILITY) e é composta por diversos serviços e funcionalidades que permitem um eficiente controle de tráfego, além de possibilitar a disponibilização de informação ao cliente. Exemplos dos serviços disponibilizados pelo ITS4MOBILITY são o acesso instantâneo a informações do veículo, informações de tráfego, posicionamento, leitura de dados operacionais e informação ao cliente.
Alguns subsistemas que compõem o IST4MOBILITY são:
• Sistema Central: centro de controle com respectivos servidores, sistemas e aplicativos.
• Sistema do Veículo: abrange equipamentos embarcados. É composto de equipamentos de controle, comunicação e visualização, como mostrado na Figura 4.
• Sistema de Comunicação: sistema de comunicação sem fio GSM-GPRS.
[pic 5]
Figura 4 – Sistema do Veículo (IST4MOBILITY)
O aprimoramento dos processos do CCO tem por objetivo torná-lo um centro de referência do trânsito no longo prazo. Isso incluirá a emissão de boletins regulares sobre as condições de tráfego em Goiânia e entorno.
O diretor do Consórcio RMTC, Leomar Avelino, ressalta que “É preciso infraestrutura adequada para que a regularidade seja cumprida, como vias exclusivas para ônibus, semáforos integrados e políticas públicas que incentivem as pessoas a deixarem os carros em casa”.
...