Economia China
Exames: Economia China. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: tcalegarine • 8/4/2014 • 686 Palavras (3 Páginas) • 401 Visualizações
A Economia Chinesa e as Normas Antidumping da OMC
José Tavares de Araujo Jr.
Abril de 2002
1. Introdução
Ao assinar o protocolo de admissão na Organização Mundial do Comércio (OMC) em novembro de 2001,
uma das condições aceitas pelo governo chinês foi a de que, no âmbito das normas antidumping, os demais
membros daquele organismo poderiam continuar tratando a China como uma “non-market economy” durante
os próximos 15 anos (OMC, 2001, pp.8-9). Esta cláusula registra a característica central do atual estilo de
inserção internacional da economia chinesa, que é o contraste entre a sua participação crescente no sistema
multilateral de comércio e o controle estatal sobre os meios de produção no plano doméstico. Em 2001, a
China alcançou a sétima posição entre os principais exportadores mundiais de mercadorias, com vendas da
ordem de US$ 250 bilhões, e o oitavo lugar do lado das importações, cujo montante foi de aproximadamente
US$ 225 bilhões. Este desempenho tornou inevitável a admissão do país na OMC. Contudo, o censo
industrial de 1995 mostrou que as empresas estatais foram responsáveis naquele ano por 65% do emprego
urbano, 61% do estoque de capital da economia e 58% dos recursos orçamentários do país. Além disso,
todos os segmentos estratégicos da economia continuam sob controle estatal: 77% do valor adicionado na
indústria de eletricidade, 95% no setor de petróleo e gás natural, 88% no setor de gás de carvão, 60% na
metalurgia, 48% na indústria petroquímica, etc. (Yongfa, 2000; Lardy, 1998).
Após a morte de Mao Tsé-Tung em 1976, as autoridades chinesas deram início a um programa de reformas
institucionais que nas duas décadas seguintes iria promover um rítmo inusitado de crescimento econômico,
com taxas médias anuais em torno de 9% ao longo de todo o período. Tais reformas, segundo o governo,
visam construir “uma economia socialista de mercado” (cf. Yong, 2000; Yongfa, 2000) cujo dinamismo tem
sido baseado em seis fontes principais:
• Elevadas taxas de poupança doméstica.
• Controle rigoroso sobre as atividades geradoras de divisas.
• Acumulação de capital no setor industrial, a partir de uma oferta ilimitada de mão-de-obra não qualificada e
de subsídios ao emprego de trabalhadores qualificados.
• Controle estatal dos setores considerados estratégicos à manutenção do crescimento no longo prazo.
• Incentivos ao investimento estrangeiro direto e à formação de empresas privadas nacionais em segmentos
selecionados da economia.
• Gradual adaptação do marco jurídico e institucional que regula as atividades empresariais no país.
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