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Estudo de Caso - Desastre ambiental no Love Canal

Por:   •  3/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.061 Palavras (5 Páginas)  •  541 Visualizações

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Centro de Ciências Tecnológicas – CCT

Engenharia Ambiental e Sanitária

T223-8 Desenvolvimento Sustentável

Grandes Desastres Ambientais:

O caso de Love Canal

Ana Isabel

Daniel Genes

Lucas Pinheiro

Matheus Dutra

Pedro Veras

Rosana Érika

SET/2014

O Caso de Love Canal

Na década de 1890 William T. Love planejou a construção de um canal conectando o Rio Niágara ao Lago Ontário, visando a construção de uma hidrelétrica para atrair indústrias e trabalhadores. Porém a recém descoberta da Corrente Alternada por Tesla desencorajou investidores. Também nessa época o congresso americano assinou uma lei que proibia a retirada de água do Rio Niágara, Love então se viu obrigado a alterar seu projeto.

O novo projeto previa a construção de uma hidrovia que se desviaria do Rio Niágara até atingir o Lago Ontário além de uma cidade planejada as margens do Lago Ontário. Após o início das obras os recursos se esgotaram e o projeto ficou inacabado, com apenas 1,6km do canal escavado e algumas ruas concluídas. Com o passar do tempo o canal se preencheu de água, servindo de área de lazer para a comunidade.

O histórico de contaminação começou na década de 1920, quando o canal foi transformado em lixão pela cidade de Niágara Falls. Nos anos 40 a Companhia Eletroquímica Hooker, fundada por Elon Hooker, conseguiu junto ao governo uma concessão do local para despejo de barris de resíduos químicos, os únicos cuidados foram apenas a drenagem e cobrir o leito com argila sólida. A companhia Hooker, a cidade de Niágara Falls e o Exército dos EUA utilizaram o canal com esse propósito até o fim da 2ª Guerra Mundial, quando Hooker se tornou o único usuário e dono do local.

Em 1953 o canal estava totalmente preenchido com 21.000 toneladas de produtos químicos provenientes da fabricação de corantes, perfumes, solventes de resinas sintéticas e de borracha. O canal então foi coberto com solo e vendido para a construção de uma escola pelo valor de U$ 1. Em 1955 uma cratera que se abriu expondo os barris foi preenchida por água na estação chuvosa e passou então a ser utilizada pelas crianças.

Nos anos seguintes um bairro inteiro se formou ao lado do antigo depósito, e com isso algumas construções acabaram rompendo a barreira de argila sólida utilizada como contenção e expondo o bairro a contaminação. Como essas construções não estavam previstas no acordo com Hooker, não houve monitoramento da contaminação. Após um inverno bastante úmido seguido de uma primavera chuvosa, poças de óleos e infiltrações nos porões começaram a ser reportados.

O assunto voltou a mídia em 1976, quando dois repórteres testaram várias bombas de depósito, utilizadas para minimizar a infiltração em porões, de casas próximas ao canal e encontraram diversas substancias tóxicas. O repórter Michael Brown investigou os efeitos potencias a saúde através de entrevistas informais com os moradores, encontrando várias crianças com defeitos de nascimento e anomalias.

Os moradores locais criaram um grupo para expor a situação ao governo, liderado por Karen Schroeder, cuja filha nascera com mais de dez anomalias, e Lois Gibbs, cujo filho desenvolveu epilepsia, asma e infecção no trato urinário. O governo então estudou o local e encontraram uma incidência anormal de doenças e abortos. O local foi declarado estado de emergência em 2 de Agosto de 1978.

Nos próximos anos Gibbs liderou os esforços para investigar a amplitude do desastre ambiental e descobriram diversas anomalias.  Em muitos metros, a única vegetação existente era gramínea, diversas doenças inexplicáveis, abortos e deficiências mentais eram reportadas. Muitos porões apresentavam uma camada de substância espessa e negra. Apesar de todos as queixas dos moradores, o prefeito Michael O’Laughlin afirmou na época que não havia “nada de errado” em Love Canal. Uma pesquisa realizada pela Associação de Proprietários de Love Canal constatou que 56% das crianças nascidas entre 1974 e 1978 tinham pelo menos um defeito de nascença.

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