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Governanca De TI Nas Nuvens

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Por:   •  25/1/2015  •  1.841 Palavras (8 Páginas)  •  328 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

A dependência cada vez maior das organizações com relação à Tecnologia da Informação (TI) na economia baseada em conhecimento, ao mesmo tempo em que as tornam mais competitivas, as deixam mais vulneráveis com relação à interrupção da execução de seus processos e à integridade e à segurança de seus ativos de informação (GREMBERGEN e HAES, 2008). Por outro lado, as tecnologias empregadas para sustentar e alavancar o negócio estão em constante evolução, dentre elas, atualmente, destacamos a Computação em Nuvem que promete o uso racional de recursos tecnológicos tendo como resultado a economia de investimentos em TI. Nesse contexto, a Governança de TI é imprescindível para garantir a continuidade e o aprimoramento do negócio frente aos desafios e oportunidades surgidas com o advento da Computação em Nuvem. O presente estudo discute como a Governança de TI deve ser pensada na aplicação dessa nova tecnologia.

Sobre governança de TI, a produção acadêmica na última década e no início da década atual possibilitou uma pesquisa a dados secundários de maior relevância e qualidade. Isto é motivado pela necessidade e obrigatoriedade de as empresas privadas demonstrarem aos seus acionistas, e pelas empresas e órgãos públicos, demonstrarem à sociedade, como estão planejando, executando e gerenciamento os negócios relacionados à sua missão, motivações essas definidas por leis como Sarbanes-Oxley (USA, 2002) e PCAOB Auditing Standard n. 2 (USA, 2007). O tema computação em nuvem surgiu, segundo Heir, Borgman e Bahli (2012), no início da década de 1990 a partir da área de telecomunicações e, embora, mais recente que governança, tem merecido a atenção da comunidade científica por se tratar de ramo da TI em franca expansão. Da união desses dois temas, resultou o propósito da pesquisa - como a governança de TI se aplica na implantação da computação em nuvem -, considerando que essa última traz mudanças significativas nos valores das organizações em processos e procedimentos, desde a aquisição de infraestrutura de TI, não mais vista como equipamentos próprios e bens permanentes, mas como serviços alugados de terceiros, até a gestão de riscos e segurança, agora com o foco nos serviços prestados e não mais nos ativos permanentes instalados dentro da instituição.

O objetivo do presente artigo é mostrar de que forma a governança de TI deverá ser definida em relação às suas áreas foco - alinhamento estratégico aos negócios, a entrega de valor, a gestão de recursos e de riscos, e a mensuração de desempenho - frente ao desafio da computação em nuvem.

Na seção 2, é apresentada a revisão da literatura sobre governança de TI, que aborda seu surgimento baseado na teoria de agência, seus princípios e áreas de foco, de acordo com o COBIT (ISACA, 2005). Na seção 3, é descrita a computação em nuvem com suas principais características, classificações e modelos de serviços e de implantação. Na seção 4, é discutida a mudança de foco da governança de TI frente aos desafios da governança em nuvem. Por último, na seção 5, é apresentada a conclusão da pesquisa.

2 GOVERNANÇA CORPORATIVA E GOVERNANÇA DE TI

Em um passado não longínquo, as empresas eram, em sua maioria, constituídas de entes familiares, o que restringia a capacidade de expansão por limitação de conhecimento e até mesmo de capital. Com a necessidade de divisão de responsabilidades com especialistas e devido à venda de ativos para investidores para que se pudesse alcançar maior competitividade, surgem dois problemas enfatizados pela Teoria de Agência: a assimetria da informação e o risco moral. De acordo com Meyer, Milgrom e Roberts (1992), a assimetria de informação se estabelece quando uma das partes da relação não possui toda a informação pertinente para averiguar se os termos de um acordo, que está sendo proposto, são mutuamente aceitáveis e se serão implementados. Já os riscos morais são os riscos provenientes do interesse próprio dos agentes, que acabam por iludir os acionistas em benefício próprio, o que pode ser definido, de acordo com Hendriksen e Breda (1999), como o resultado de uma ação tomada pelo administrador que possui um conjunto diferente de preferências.

O controle e a transparência na relação dos interessados se fazem necessários para assegurar o alinhamento de interesses e mitigar o risco moral entre os mesmos. Buscando o conceito de Controladoria como norteador, Perez, Pestana e Franco (1995) a conceituam como um órgão com postura firme frente aos fatos e acontecimentos administrativos e que, como fiel depositária da sinergia do desempenho global da organização, irá, sempre que necessário, posicionar-se em relação aos diversos administradores, concedendo ênfase à continuidade e à otimização de resultados e à busca pela transparência. Com esse cenário, surge um novo conceito que, para alguns autores, é capaz de resolver esses problemas, que é a Governança Corporativa, a qual tem o controle como papel principal.

Serrão e Borges (2005) declaram que o tema Governança Corporativa surgiu na economia frente aos “problemas de agência”, que correspondem aos conflitos de interesse e riscos morais, citados anteriormente. Já o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2007) afirma que é o meio pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre os acionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. As boas práticas de Governança Corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade. E, por último, a Governança Corporativa, de forma geral, contribui para o desenvolvimento econômico sustentável, melhorando o desempenho das empresas e proporcionando maior acesso a fontes externas de capital (IFC, 2007). O grau de desenvolvimento de intermediação financeira e do mercado de capitais depende do nível de proteção de que gozam os investidores minoritários.

Como se pode observar na análise dos fundamentos de Governança Corporativa (GC), os conceitos de Teoria de Agência e Controle estão bem atrelados. A GC incorpora a definição de Teoria da Agência no que diz respeito ao esforço de manter as ações dos administradores alinhadas com os interesses dos controladores e, também, quando se refere aos problemas de conflito de agência e risco moral, além de tratar de controle quando se refere ao monitoramento e controle dos administradores.

Com a mudança estrutural consolidada nas estruturas, processos e mecanismos da Governança Corporativa, novas necessidades de mercado forçaram as organizações a procurarem

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