LIGAS DO SISTEMA Ti-Nb-Si PARA APLICAÇÕES BIOMÉDICAS
Por: CristoLove • 12/6/2017 • Monografia • 4.166 Palavras (17 Páginas) • 335 Visualizações
MONOGRAFIA
LIGAS DO SISTEMA Ti-Nb-Si PARA APLICAÇÕES BIOMÉDICAS
Área de Concentração: Ciência e Tecnologia de Materiais
Linhas de Pesquisa:
( X ) DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS E LIGAS METÁLICAS
( ) POLÍMEROS, BLENDAS E SEUS COMPÓSITOS
( ) CERÂMICAS E SEUS COMPÓSITOS;
Curso: Período do curso: 1
( X ) MESTRADO
( ) DOUTORADO
DISCENTE: KÉSIA FILADÉLFIA DIONÍZIO SILVA
ORIENTADOR: WILTON WALTER BATISTA
CO-ORIENTADOR: A DEFINIR
- INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o uso de materiais metálicos na ortopedia tem sido bastante explorado no processo de restauração de funções comprometidas no sistema biológico. O interesse por estudos que consigam desenvolver e aperfeiçoar materias que apresentem melhor desempenho nos implantes ortopédicos tem crescido consideravelmente. A vida útil dos implantes é um fator importante, uma vez que a expectativa de vida da população vem aumentando e os riscos de acidentes e doenças relacionadas a problemas ósseos também seguem em crescimento (GEETHA, et al., 2009; RACK & QAZI, 2006; HSU et al., 2014).
Os materiais metálicos utilizados em implantes ortopédicos devem atender a alguns critérios como, por exemplo, a biocompatibilidade, boa resistência mecânica, elevada resistência à corrosão e baixo módulo de elasticidade (GEETHA et al., 2009). Em termos gerais, as ligas de Ti são as mais promissoras para essa aplicação biomédica, pois quando comparadas a outros materiais metálicos como o aço inoxidável e ligas de Co-Cr as ligas de Ti apresentam maior biocompatibilidade, maior resistência à corrosão, menor módulo de elasticidade e, além disso, não são nocivas ao corpo humano (QIAL e GUO, 2010).
Dentre os requisitos exigidos para a seleção dos materiais para implantes, o baixo módulo de elasticidade merece atenção, uma vez que o módulo de elasticidade do corpo humano é baixo e o material deve ter valores aproximados (KIM et al., 2007). Nesse sentido, as ligas do sistema Ti-Nb-Si apresentam resultados promissores (KIM et al., 2006).
Palavras-Chave: ligas de Ti-Nb-Si, biomateriais, implantes ortopédicos, módulo de elasticidade.
- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
- Biomateriais Ortopédicos
Biomateriais são substâncias ou misturas utilizadas para um processo de restauração de partes danificadas do corpo humano. Os biomateriais ortopédicos utilizados para a fixação de fratura óssea ou para substituição de tecidos duros podem ser de metais, polímeros, cerâmicos ou compósitos. O material escolhido depende da necessidade da aplicação (TURRER e FERREIRA, 2007).
Atualmente a medicina é provida de diversos tipos de produtos para implantes ortopédicos, tais como placas, pinos, parafusos e próteses. Porém, ainda há buscas por materiais que apresentem vida útil longa para uma boa durabilidade dos implantes, pois a cirurgia de revisão é bastante complicada e uma grande parte das pessoas necessitará de cirurgias de revisão. RACK e QAZI (2006) afirmam que a durabilidade dos implantes é cerca de 12 ou 15 anos e em média 30% das pessoas que se submetem a implantes ortopédicos tem idade inferior a 65 anos, ou seja, com o crescimento da expectativa de vida há, também, o crescimento da necessidade de cirurgia de revisão.
A história dos biomateriais preparados para implantes ortopédicos começa com os aços inoxidáveis em 1926 sendo um avanço nas tentativas de restauração de fraturas ósseas. Com o passar do tempo percebeu-se uma limitação das ligas de aço inoxidável relacionada ao desgaste causado pela fricção demasiada (RATNER et al., 2004). A história das aplicações de biomateriais segue com a substituição dos aços inoxidáveis pelas ligas de Co-Cr e próteses com o componente acetabular de polietileno (SOUZA, 2008).
A figura 1 mostra a prótese que possui maior aplicação na ortopedia nos últimos anos. Essa prótese é composta de uma haste de metal que é inserida no fêmur, uma cabeça de cerâmica ou metal e um acetábulo de polímero preso ao quadril e é utilizada na substituição total da articulação do quadril. (ALEIXO, 2009).
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Figura 1. Prótese de substituição total de articulação do quadril (ALEIXO, 2009).
- Propriedades dos Materiais Utilizados em Implantes Ortopédicos
Para que um material seja escolhido para implantes é necessário que este passe por uma seleção e se os requisitos forem atendidos, então poderá ser utilizado. A seleção deve ser a mais adequada possível levando em consideração ao projeto de aplicação, a fim de que o material escolhido seja apropriado em termos de desempenhar a função a que se destina (ABDEL-HADY et al., 2006).
Nesse sentido, a eficácia de um implante ortopédico mostra-se diretamente ligada as propriedades e alguns requisitos dos materiais utilizados como, por exemplo, a biocompatibilidade, resistência a corrosão, boa resistência mecânica, processabilidade e módulo de elasticidade (GEETHA et al., 2009; ABDEL-HADY e NIINOMI, 2013):
- Biocompatibilidade: O material deve apresentar uma interação apropriada com os tecidos e células. Esse fator está relacionado à composição química e à superfície do biomaterial, pois na interação implante/corpo os materiais precisam ser não tóxicos para não causar nenhum tipo de reação alérgica.
- Resistência a corrosão: Os fluidos corporais podem causar a corrosão dos materias metálicos, o que diminue a vida útil da prótese e causa a liberação de íons metálicos que podem ser acumulados no corpo humano.
- Propriedades mecânicas: As propriedades mecânicas como dureza e resistência a tração são importantes na seleção de um material para implantes. A prótese do implante fica sob uma força que o peso do indivíduo exerce e o material fica, igualmente ao osso, sujeito a esforços do tipo de tração, compressão, flexão e torção, por isso é preciso que apresentem elevada resistência mecânica.
- Processabilidade: Os materias precisam ser submetidos a deformações plásticas para ganharem o molde desejado.
- Módulo de elasticidade: O módulo de elasticidade dos materiais é um dos requisitos mais importantes para a eficácia de um implante. De acordo com CALLISTER (2008) ele é uma medida da rigidez de um material e da força de suas ligações químicas. Para que seja considerado um bom módulo de elasticidade é necessário que o seu valor seja aproximado do módulo do osso. Segundo HANADA (2005), o módulo do osso tem o valor de 10 – 30 GPa. Se o módulo do material tiver valor diferente do osso haverá uma má distribuição de esforços no implante podendo tornar o osso mais frágil. RACK e QAZI (2006) afirmam que esse processo causa o afrouxamento do implante e por isso a necessidade das cirurgias de revisão.
- Ligas de Titânio
O titânio é classificado como um metal de transição da tabela periódica com número a atômico 22 e massa atômica 47,8 g/mol. A partir da segunda guerra mundial seu interesse vem crescendo para diversas aplicações devido a um conjunto de favoráveis propriedades como boa resistência mecanica, excelente resistência a corrosão, boa conformalidade, elevada relação resistência-peso (ORÉFICE et al., 2012).
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