Medição De Temperatura
Tese: Medição De Temperatura. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: reginaldor • 17/8/2014 • Tese • 2.422 Palavras (10 Páginas) • 282 Visualizações
Breve História da Medição de Temperaturas
Paulo Cabral*
* Instituto Electrotécnico Português (IEP)
Laboratório de Metrologia
Rua de S. Gens, 3717 - 4460-409 Senhora da Hora - Portugal
Telefone +351-22 957 0000 - Fax +351-22 953 0594
E-mail: paulo.cabral@iep.pt
Introdução
Investigação de novos combustíveis,
cuidados médicos, produção industrial,
meteorologia, aproveitamento da energia
solar e desenvolvimento de novos motores
para automóveis são apenas alguns dos
inúmeros domínios de aplicação das
medições de temperatura.
Embora se trate de uma grandeza com
a qual lidamos diariamente, a temperatura
apresenta alguns aspectos peculiares que
fazem dela um caso único entre as
grandezas físicas. Basta pensarmos, por
exemplo, que se unirmos dois pedaços de
metal com 1 metro de comprimento cada o
comprimento total resultante será de 2
metros; já o mesmo não se passa se
juntarmos dois corpos encontrando-se cada
um deles inicialmente à temperatura de 10
°C, pois não passaremos a ter um corpo a
20 °C, mas sim a 10 °C!...
A história da medição da temperatura
é um pouco obscura. A explicação das
dificuldades na definição desta grandeza
tem a ver com o facto de ela não depender
da “quantidade” de material sobre o qual se
pretende efectuar a medição (como é o
caso, por exemplo, da pressão); para além
disso, não intervém aqui grandezas
facilmente “quantificáveis” pelos sentidos
humanos.
O corpo humano é um péssimo
“termómetro”, pois além de ser um
instrumento “diferencial” (uma vez que só
consegue distinguir entre “mais frio” e “mais
quente” em relação à sua própria
temperatura) induz facilmente o observador
em erro, dado que é sensível a outras
grandezas, como por exemplo a
condutibilidade térmica (uma maçaneta
metálica “parece mais fria” ao tacto do que
a madeira da porta onde se encontra
colocada, apesar de estarem ambas à
mesma temperatura!).
Associado ao conceito de
“temperatura” (e com ele frequentemente
confundido!) surge o conceito de “calor”:
embora saibamos, da nossa experiência
quotidiana, que é mais difícil aquecer um
dado volume de água do que idêntico
volume de ar, não é intuitiva a razão pela
qual tal sucede.
A experiência dos nossos sentidos
permite, no entanto, concluir ser verdadeira
a seguinte afirmação, designada por “lei
zero” da termodinâmica:
“se dois corpos estiverem,
individualmente, em equilíbrio
térmico com um terceiro, então
esses corpos estão também em
equilíbrio térmico entre si”.
Breve história das medições de
temperatura
Os registos históricos existentes
situam a primeira tentativa de estabelecer
uma “escala de temperaturas” entre os
anos 130 e 200 d.C., altura em que Galeno
¾ médico grego cujos ensinamentos
constituíram a base da prática clínica até
ao século XVII ¾ terá sugerido que as
sensações de “quente” e “frio” fossem
medidas com base numa escala com
quatro divisões numeradas acima e abaixo
de um ponto neutro; para tal escala
termométrica, atribuiu a temperatura de “4
graus de calor” à água a ferver, a
temperatura de “4 graus de frio” ao gelo e a
temperatura “neutra” à mistura de
quantidades iguais daquelas duas
substâncias.
2
Cerca de 1300 anos mais tarde, um
outro “físico” (designação então dada aos
médicos), Harme de Berna, criou uma
escala de temperaturas baseada nas
latitudes terrestres, atribuindo “4 graus de
frio” aos polos e “4 graus de calor” ao
...