O ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADE SALINAS DE INTERESSE DA ENGENHARIA CIVIL
Por: Samuel Silva • 26/7/2021 • Trabalho acadêmico • 2.423 Palavras (10 Páginas) • 145 Visualizações
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CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE ITAITUBA – LTDA
FACULDADE DE ITAITUBA – FAI
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
CAUÃ VIANNA PEREIRA
DARLISON SILVA
JOÃO LUCAS NUNES
SAMUEL LUCAS B. DA SILVA
ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS E
PROPRIEDADE SALINAS DE INTERESSE
DA ENGENHARIA CIVIL
Itaituba – PA
2021
ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADE SALINAS DE INTERESSE DA ENGENHARIA CIVIL
Disciplina de Química I – Vasconcellos W.R.
Resumo:
O presente trabalho contribui para o estudo da Química na Engenharia Civil e em especial a causada pelos efeitos dos sais solúveis nos tijolos e concreto. Estes sais provocam o fenômeno conhecido como eflorescência e se manifestam geralmente como manchas brancas aflorando nas superfícies das peças estruturais. Basta apenas que a umidade atinja o local para que a eflorescência ocorra, já que nos materiais é de sua natureza conter sais solúveis. Os sais solúveis que dão origem às eflorescências podem ter várias origens, dentre elas as matérias-primas, os materiais de construção e a água existente no subsolo.
Palavras-chave: Eflorescência. Patologia. Alvenaria. Cimento. Sais Solúveis.
Introdução:
Os cuidados e os custos da construção civil não se encerram com a execução da obra, mas perduram por toda vida útil da estrutura. Assim sendo, o estudo das patologias nas edificações ocupam um trabalho à parte na engenharia civil, não só por má execução, vícios de projeto e catástrofes naturais, mas às provocadas pelos sais solúveis que causam maiores estragos nas construções.
Um fenômeno comum que ocorre é a eflorescência, que são sais presentes no solo de fundações ou nos materiais de construção e são transportados pela água até as superfícies das alvenarias e que formam manchas esbranquiçadas (Anderegg, 1998). Para que as eflorescências ocorram, são necessários algumas condições, como a presença de umidade, possibilidade de evaporação e alto índice de absorção dos materiais (Uemoto, 1998).
Eflorescências na Alvenaria:
A principal causa das eflorescências nas alvenarias é a presença da cal livre em quaisquer substratos que levam cimento na composição (Neves, 2019), isso por que o cimento contém os compostos químicos hidróxidos de cálcio e hidróxidos de magnésio, que ao regirem com o gás carbônico do ar, transformam-se na cal livre, processo chamado de carbonatação, que pode ser:
Ca(OH)2 + CO2 🡪 Ca(CO)3 + H2O
Hidróxido de Cálcio + Gás Carbônico do Ar 🡪 Carbonato de Cálcio + Água
Segundo Verçoza (1995) e Muzzin (1992) o cimento portland, rico em compostos alcalinos (Na2O e K2O) tem maior tendência em gerar eflorescências quando associado aos outros constituintes da argamassa, do que os cimentos de alto forno e pozolânicos. A vantagem do uso de cimento pozolânico é que apresente menor calor de hidratação que o cimento portland e menor permeabilidade aos líquidos resultando em maior resistência aos agentes agressivos (Lima, 1993)
Os solos salinizados são os que apresentam uma maior concentração de sais solúveis ou de sódio trocável ou de ambos. Os sais solúveis do solo contêm principalmente os cátions sódio, cálcio e magnésio e os ânios cloretos e sulfatos e, em menor quantidade, ocorrem potássio, bicarbonatos, carbonatos e nitratos, geralmente 98% dos solos são formados por esses ións (Richards, 1984).
As eflorescências provocam danos nas aparências das construções, principalmente quando há um contraste de cor entre os depósitos de sais e a alvenaria (Ritchie, 1985 e Uemoto, 1988). Por si só as eflorescências não afetam a resistência e a durabilidade das paredes de tijolos. Mas, se estas surgirem continuamente dentro dos poros dos tijolos, que estejam confinados por camadas de impermeabilizantes ou revestimentos cerâmicos, podem exercer significativa expansão, desagregando o revestimento e comprometendo a durabilidade e a resistência das alvenarias (Chin e Petry, 2003).
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Fonte: https://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/diga-adeus-eflorescencia-as-manchas-brancas-nas-fachadas/
Eflorescências no Concreto:
O surgimento de eflorescências em peças de concreto é um problema grave, cuja a recuperação tem seu custo elevado, principalmente quando os sais atacam o concreto armado e provocam corrosão na armadura. O fenômeno se dá da mesma forma que ocorre nos produtos de alvenaria, porém não é muito evidente por que muitas vezes as eflorescências confundem-se com a cor cinza do concreto (Wilson, 1998).
Os constituintes do concreto como areia, brita, cimento e água contribuem para a formação de eflorescências. A areia empregada deve conter poucos cloretos e sulfatos, portanto deve-se evitar o uso de areia da praia. A brita não deve conter sulfeto de ferro, principalmente pirita e pirrotita em quantidades superiores a 10%, pois quando se oxidam formam sulfatos e estes produzem eflorescências e consequentemente a corrosão das armaduras (Cánovas, 1988). A água de amassamento não deve ser pura ou destilada, pois dissolvem a cal e outros constituintes do cimento, mas pode conter impurezas dentro de certos limites (Anderegg, 1999). Os principais íons que provocam eflorescência nos concretos são os cloretos e os sulfatos, por isso são especificados pelas normais brasileiras e estrangeiras.
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Fonte: http://tresuno.com.br/wp-content/uploads/2014/08/foto-2B43.jpg
Os cloretos podem estar no concreto através de seus constituintes ou penetrarem desde o exterior pela rede de poros. Eles podem ser encontrados dentro dos concretos de duas formas: como cloretos livres, ou seja, na forma de solução intersticial ou como cloretos combinados, formando partes das fases hidratadas do cimento. No primeiro caso trata-se dos cloretos realmente perigosos e agressivos à armadura e, no segundo, geralmente se encontram combinados na forma de cloroaluminatos, mas podem voltar à dissolução devido a fenômenos como carbonatação ou elevação de temperatura (Andrade, 1992).
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