O Mercado De Trabalho De TI Ainda dá pé?
Pesquisas Acadêmicas: O Mercado De Trabalho De TI Ainda dá pé?. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Thainadac • 13/10/2014 • 1.887 Palavras (8 Páginas) • 690 Visualizações
Diariamente recebo vários emails e frequento alguns Foruns onde percebo que cada vez mais profissionais de TI estão em busca de orientação quanto a sua carreira, seja por estarem fora do mercado de trabalho, seja para conquistar uma melhor colocação/remuneração.
Pois bem, decidi abordar um pouco esse assunto do meu ponto de vista, como profissional de TI que enfrenta no dia-a-dia alguns dilemas.
O primeiro grande equívoco que vejo sobretudo nos mais jovens e "marinheiros de primeira viagem" é achar que trabalhar com TI é algo comparável a ganhar dinheiro jogando videogame.É óbvio que para alguns ter contato com tecnologia e atuar profissionalmente em uma área que "está na moda" por si só já é gratificante mas lembre-se nem tudo são flores...
O profissional de TI deve antes de mais nada estar antenado com o mundo da tecnologia, conhecer a fundo as ferramentas disponíveis num dado instante não é o suficiente, o profissional deve procurar conhecer o que vem pela frente, acompanhar sua evolução e estar preparado para sua aceitação.Isso exige alto investimento, seja de tempo, seja de recursos financeiros, aqui temos o primeiro grande dilema dessa carreira, o investimento nem sempre resulta em retorno posterior.
No passado ser auto-didata era o suficiente para se conseguir uma boa colocação, hoje o mercado não está disposto a correr o risco de contratar um profissional "bom de papo", ele quer garantias que está contratando um profissional qualificado para a função que deverá exercer, como sempre aí surge um novo mercado, o Mercado da Formação.
Hoje esse mercado é muito bem explorado, cursos de especialização, cursos preparatórios para certificações, cursos universitários mais direcionados ao campo de atuação, enfim, prepare-se para reservar no mínimo 30% de seus recursos para se especializar.Quero deixar claro que não me posiciono contra o Mercado da Formação mas questiono sim a relação custo X benefício para obter esse conhecimento.
Quem nunca passou pela experiência ou conhece alguém que fez um Curso de Informática e ao final deste não aprendeu o desejado? Quero aqui ratificar que a culpa pode ser do indivíduo que está frequentando o curso ou da entidade que está ministrando o curso.É fato que alguns cursos não preparam o profissional para o que ele irá encontrar no mundo real, portanto, cuidado com promessas milagrosas de se tornar um Expert em Banco de Dados fazendo um cursinho de DBA numa entidade qualquer.
Lembre-se, concluir um determinado curso não significa dizer que você está pronto para o mercado de trabalho, devemos ter em mente que um bom curso nos dará uma base sólida de conhecimento, mas só após passar por inúmeros projetos, transpor diversos obstáculos e atuar em diferentes cenários estaremos mais próximos do ideal, ou seja, a prática e a experiência ainda são pontos fundamentais para o sucesso profissional.
Mas afinal, o que é mais importante, a Formação Acadêmica ou a Experiência Profissional?
Embora possa parecer simples, na prática a resposta à esta questão é a causa de muitos profissionais hoje estarem com dificuldade para entrar ou se recolocar no mercado de trabalho, é fato que as empresas buscam profissionais com ambas mas em um país onde as desigualdades sociais são tantas é difícil um grande número de profissionais que atendam a todas as exigências, como agravante na TI temos o fator de obsolescência tecnológica elevada, ou seja, ao término de formação em uma determinada tecnologia não é improvável que esta já esteja ultrapassada.
O mercado está absorvendo tecnologia cada vez mais rápido e acompanhar todo esse processo não é tarefa para qualquer um, além do investimento em formação que comentei anteriormente, existe o investimento de tempo, que envolve privação do lazer, da família, do descanso. Muitos de nós chegam ao ponto de questionar "Será que vale realmente a pena levar uma vida assim?"
Gostaria que você refletisse antes de responder a essa pergunta. Conheço muitos profissionais que buscaram outros ramos de atividade para atuar profissionalmente pois não aguentavam mais passar noites em claro trabalhando ou aprendendo uma nova tecnologia, não acompanhando o crescimento de seus filhos, perdendo o contato com amigos e familiares, problemas conjugais, enfim, momentos simples mas essenciais à manutenção do organismo humano.
Bom, aqui vou abordar outra questão polêmica, falaremos de Remuneração.Todo investimento objetiva um retorno, essa é a máxima que deveria reger todo o mercado de trabalho mas.......E tem sempre um mas.......Nem sempre funciona assim.
No meu contato diário com colegas de trabalho observo um certo descontentamento geral, realmente são poucos os profissionais que estão plenamente satisfeitos com suas posições atuais.Aqui acredito reinar a famosa "lei da oferta e da procura", hoje Informática está na moda, a evolução tecnológica dos componentes de hardware e software possibilitou que mesmo pessoas com conhecimentos rudimentares possam resolver seus problemas sozinhas e isto é ótimo ou não? Aqui temos os dois lados de uma mesma moeda, se um indivíduo é capaz de consertar seu computador sozinho é ótimo para ele pois não depende de um Técnico para resolver seu problema, por outro lado o Técnico perdeu um cliente.Aqui muitos irão dizer... "problema do técnico ué!!!"
Bom, quando o indivíduo acima se restringe a consertar seu próprio computador, realmente não vejo contra-argumento mas e quando esse indivíduo passa a se "auto" nomear Técnico e se lança no mercado de trabalho?
Isto significa que profissionais devidamente qualificados que investiram seu tempo e dinheiro em formação e depois de muitos anos conquistaram a tão valorizada experiência simplesmente estão concorrendo com esses pseudo-técnicos, é óbvio que um profissional experiente tem um custo X e um profissional "aventureiro" tem um custo X/2 (metade de X), infelizmente a grande maioria de nós brasileiros priorizamos o fator custo em detrimento do fator qualidade, seja por cultura, seja por condição financeira.
O Mercado já observou isso e passou a explorar esse cenário à seu favor, por isso hoje exige-se muito e remunera-se pouco, para transpor
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