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O PERFIL DOS SOLOS E SUAS CARACTERÍSTICAS

Por:   •  17/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  5.729 Palavras (23 Páginas)  •  2.876 Visualizações

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O PERFIL DOS SOLOS E SUAS CARACTERÍSTICAS

A identificação dos tipos de solo no campo é feita pela observação do perfil do solo em um talude de estrada ou na parede de uma trincheira. O entendimento do perfil é a primeira etapa na identificação e interpretação das características do solo para fins de recomendação de uso e manejo. O perfil do solo mostra uma sequência vertical de camadas mais ou menos paralelas à superfície, resultantes da ação dos processos de formação do solo (processos pedogenéticos). Estas camadas são chamadas horizontes pedogenéticos que são diferenciadas entre si pela espessura, cor, textura, estrutura ou outras características. A figura abaixo é um exemplo de perfil do solo com seus horizontes, que podem ser distinguidos pela variação da cor.

[pic 1] [pic 2]

           Perfil de solo com sequência de horizontes pedogenéticos.

Principais horizontes pedogenéticos e características específicas

Os horizontes principais, não necessariamente presentes em todos os perfis, são os seguintes:

A – é um horizonte mineral, situado na superfície (ou abaixo de horizonte O ou H), que apresenta concentração de matéria orgânica decomposta, incorporada por atividade biológica, intimamente misturada com a fração mineral. Normalmente tem uma coloração mais escura do que os horizontes subjacentes, mas quando cultivado geralmente apresenta uma descoloração na porção revolvida pelos implementos devido à perda de matéria orgânica.

E – é um horizonte mineral com cores mais claras devido à perda de argila, óxidos de ferro ou matéria orgânica, que foram transferidos para o horizonte B por eluviação ou destruídos por consequência, apresenta uma maior concentração residual de areia, constituída principalmente de quartzo. Quando está presente no perfil do solo, geralmente, ocorre abaixo do horizonte A ou O.

B – é um horizonte mineral formado abaixo de horizontes E, A ou H; é identificado pela coloração mais “viva” (vermelha, amarela ou cinza), em comparação com os horizontes A e C, bem como pela presença de agregados estruturais bem desenvolvidos; pode ou não apresentar uma maior acumulação de argila do que os horizontes superiores.

C – é um horizonte mineral situado abaixo do horizonte B ou abaixo do A quando o B está ausente, sendo constituído por rocha alterada, pouco afetada por processos pedogenéticos. Em geral representa o material de origem do solo.

R – é uma camada mineral de material consolidado, não cortável com uma pá quando úmido; constitui o substrato rochoso, podendo ser contínuo ou fendilhado.

Além dos horizontes minerais já citados, podem ainda ocorrer os seguintes horizontes orgânicos:

O – é um horizonte ou camada orgânica superficial constituída de restos orgânicos pouco ou não decompostos, formado em ambiente bem drenado ou ocasionalmente saturado com água.

H – é um horizonte ou camada orgânica, superficial ou não, constituído de resíduos orgânicos pouco ou não decompostos, acumulados sob prolongada estagnação de água, em áreas alagadiças. Pode estar soterrado por material mineral.

A CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS DO RS

ALISSOLOS[pic 3]

Definição: O termo Alissolo deriva da presença de elevados teores de alumínio trocável no perfil.

Características gerais: Os Alissolos são solos medianamente profundos a profundos, apresentando um perfil com uma sequência de horizontes A-B-C, onde o horizonte B pode ser do tipo B textural ou B nítico; a condição de drenagem varia desde imperfeitamente drenado a bem drenado, dependendo da posição que esses solos ocupam na paisagem.                              

Os Alissolos, conforme o próprio nome indica, [pic 4]

são solos com elevada acidez na maior parte

do perfil, o que se deve aos altos teores de Al

trocável (≥ 4 cmolc/kg) e alta saturação por Al (≥ 50%), associada com uma baixa saturação por bases (<50%) e argilas de CTC média a alta (T ≥ 20cmolc/kg). Este conjunto de atributos estabelece uma condição de baixa fertilidade química e elevada toxidez por alumínio para as culturas.

No RS, em função da coloração escura ou acinzentada do horizonte B, os Alissolos foram identificados como Alissolos Hipocrômicos. Aqueles que apresentam um horizonte B textural são designados como Alissolos Hipocrômicos argilúvicos (=tem argila iluvial), os quais foram ainda distinguidos em abrúpticos ao apresentarem mudança textural abrupta entre os horizontes A e B, e em típicos quando não apresentarem esta característica. Os Alissolos Hipocrômicos que apresentam um horizonte B nítico foram identificados como Alissolos Hipocrômicos órticos nitossólicos.

Utilidades: Os Alissolos apresentam severas limitações, devido ao elevado teor de alumínio trocável, além de baixas reservas em nutrientes para as plantas. Elevados teores de alumínio trocável, ao longo do perfil, são tóxicos para culturas anuais e frutíferas com sistema radicular profundo. Os níveis de toxidez são variáveis entre culturas e variedades. A correção do alumínio, no caso do plantio direto sobre campo nativo, poderá ser realizada com a aplicação do corretivo na superfície do solo sem incorporação. Em áreas degradadas recomenda-se que o corretivo seja incorporado antes da adoção do sistema de plantio direto. Na implantação de pomares recomenda-se a correção de toda área, até a profundidade de 30 a 40 cm, e não somente na cova. As limitações físicas estão relacionadas à drenagem imperfeita, mudança textural abrupta e suscetibilidade à erosão. Os problemas de drenagem são mais acentuados quando há mudança textural abrupta ou contato lítico pouco profundo no perfil, resultando em encharcamento do solo em período de chuva prolongada, com possível necessidade de drenagem superficial. Os Alissolos Hipocrômicos argilúvicos típicos e abrúpticos, originados de siltitos e arenito, por serem mais arenosos, apresentam aptidão para pastagens, podendo ser utilizados para culturas anuais em áreas de melhor drenagem e desde que sejam adotadas práticas de melhoramento da fertilidade química e de controle da erosão. Os Alissolos Hipocrômicos órticos nitossólicos, originados de riolito, por ocorrerem em relevo mais acidentado apresentam limitações à mecanização para culturas anuais em lavouras de pequena extensão, olericultura, fruticultura e silvicultura.

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