O SISTEMA DE ÁGUA DE REÚSO PARA RESIDÊNCIAS
Por: natimantovani • 3/11/2017 • Trabalho acadêmico • 12.538 Palavras (51 Páginas) • 314 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
A água em si é um elemento essencial a vida e com a crise hídrica que o Brasil e o mundo está passando, surgiu a consciência para a racionalização desse recurso natural. O uso não racional das fontes de água, a falta de investimentos das empresas para evitar desperdício e a gestão inadequada faz com que o volume de água disponível se torne cada vez menor.
Uma das questões mais preocupantes para o mundo, na atualidade, é a quantidade de água potável disponível tanto para a vida humana, quanto para a economia. A preocupação com o volume de água potável existente no mundo é real quando comparamos as quantidades de água existente e disponível. A preocupação reside no fato de que 70% da superfície da Terra é coberta por água, atingindo uma área de 1,5 milhões de km². Mas é preciso lembrar que 98% dessa água é salgada e imprópria para o uso, a menos que seja dessalinizada, processo oneroso demais para suprir grandes populações. Dos 2% restantes de água doce, boa parte aparece retida, na forma de gelo, nas calotas polares ou então na forma de águas subterrâneas. Conclusão, apenas cerca de 0,44% da água do planeta Terra aparece em disponibilidade para os seres vivos (Portal do Professor, 2015), como podemos verificar na Figura 1 a seguir:
Figura 1 - Gráfico de porcentagem de água mundial.
Fonte : Portal do Professor, 2015
“Na virada do século, em 2001, o especialista em recursos hídricos Marcos Freitas, então diretor da Agência Nacional das Águas (ANA), foi convidado por uma revista a fazer projeções sobre o futuro do Brasil e como seria a vida dos brasileiros em 2015. Na época, a resposta de Freitas pareceu um tanto esdrúxula: o país, mesmo tendo o maior volume de água doce do planeta, viveria uma grave crise hídrica.” (ZH Noticias, 31/01/2015)
A crise hídrica no inicio de 2014 no Estado de São Paulo provou que Marcos Freitas, Diretor da Agência Nacional das Águas (ANA), não estava errado em relação à crise que estaria por vir. O Estado mais populoso do Brasil no qual os níveis de seca e redução de oferta de água atingiram níveis preocupantes e poucas vezes vistos na história do local. Um dos símbolos desta crise é a diminuição drástica do Sistema Cantareira, imenso reservatório administrado pela Companhia Sabesp e responsável pelo abastecimento de água de cerca de 8,8 milhões de pessoas. A seca na Região Sudeste, associada a fatores ligados à infraestrutura e planejamento, são as responsáveis pela pior crise hídrica enfrentada pela região. Fonte: ZERO HORA, o Brasil conta gotas. São Paulo, 2015.
O cenário de crise ameaçava gerar sérios problemas principalmente à Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que tem cerca de 20 milhões de pessoas, é a sétima área urbana mais populosa do mundo e o centro econômico, financeiro e técnico do Brasil. Em virtude de seu imenso tamanho e valor industrial, a RMSP enfrenta diversos desafios quando se trata de gerir seus recursos hídricos. A área metropolitana importa cerca de metade de seu abastecimento de água da Bacia do Rio Piracicaba na área metropolitana de Campinas em direção ao norte. Fonte: JOURNALS PLOS ONE, Catastrophic Regime Shift in Water Reservoirs and São Paulo Water Supply Crisis. São Paulo, 2015.
As causas da crise vão desde a diminuição das chuvas no Estado até o desmatamento, a ocupação desenfreada dos mananciais, crescimento acelerado da população, desenvolvimento industrial e tecnológico e a falta de planejamento do governo de São Paulo. Fonte: RUMOS GEOGRÁFICOS, Água uma questão para o mundo. São Paulo, 2015
A figura 2 a seguir representa os dois reservatórios que abastecem a cidade de São Paulo, a quantidade de pessoas que são abastecidas por eles e o nível em percentagem do volume total.
Figura 2 - Reservatórios de São Paulo
Fonte : Sabesp, 2015
Desde que a crise hídrica em São Paulo começou a atingir níveis mais preocupantes, ainda em 2014, moradores de vários bairros da capital paulista e da região metropolitana relataram a ocorrência de diversos períodos com a interrupção do fornecimento de água, em períodos do dia e especialmente à noite e de madrugada. Durante esse período, os responsáveis pelo abastecimento de água potável, informavam que a falta de água não representava um racionamento, o que gerou a indignação da população afetada, que cobra um posicionamento mais claro dos responsáveis. Fonte: G1, Governo nega racionamento, mas moradores reclamam de falta d'água. São Paulo, 2015.
Em janeiro de 2015, foi admitido pela primeira vez que São Paulo estava passando por um racionamento de água ou uma "restrição hídrica”, ocasionada por meio de uma redução na pressão de água nas residências.
No fim de fevereiro de 2015, passado um ano do que a grande imprensa considerou como "racionamento", os transtornos eram cada vez mais visíveis entre a população. Conforme a estimativa do governo estadual, ao menos 200 mil habitantes viviam o problema de desabastecimento de uma maneira drástica. Segundo pesquisa do instituto Datafolha, 71% dos pesquisados afirmaram ter tido fornecimento de água interrompido, conforme figura 3 a seguir:
Figura 3 - Levantamento Datafolha realizado de 3 a 5 de Fevereiro de 2015.
Fonte: Datafolha , 2015
A água de reúso pode ser definida como a água residuária que está dentro de padrões estabelecidos pela Agência Nacional das Águas (ANA) para a sua reutilização. Normalmente a água residuária é proveniente do banho, cozinha, processos de fabricação industrial e águas de infiltração, sendo geralmente tratada em Estações de Tratamento de Esgoto. Fonte: BRASIL ESCOLA, água de reúso. São Paulo, 2015.
O tratamento deverá atender à legislação (Resolução do CONAMA nº 020/86) que define a qualidade de águas em função do uso
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