O USO E SUBSTITUIÇÃO DE MATERIAIS TRADICIONAIS POR DERIVADOS DE FIBRA DE COCO
Artigos Científicos: O USO E SUBSTITUIÇÃO DE MATERIAIS TRADICIONAIS POR DERIVADOS DE FIBRA DE COCO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Alefkw • 10/9/2014 • 1.745 Palavras (7 Páginas) • 456 Visualizações
O USO E SUBSTITUIÇÃO DE MATERIAIS TRADICIONAIS POR DERIVADOS DE FIBRA DE COCO
Alef Moura de Lima
RESUMO
A sustentabilidade e a contensão de custos têm sido o principal objetivo dentro do contexto da construção civil. À medida que o debate acerca de sustentabilidade cresce envolve cada vez mais, profissionais de diversas áreas que discutem e trabalham em conjunto ao buscarem as soluções às propostas lançadas. Este artigo tem como propósito avaliar algumas necessidades e possibilidades de renovação no sistema de controle de gastos e produção de lixo. Ao analisarem a composição e comportamento dos filamentos de fibra de coco, essas pesquisas denotam que a necessidade em determinadas áreas da engenharia podem ser supridas graças ao uso da reciclagem de lixo orgânico, o que também faz do material produzido na construção reciclável.
Palavras-chaves: Sustentabilidade. Fibra de coco. Reciclabilidade.
1. INTRODUÇÃO
O setor especializado em construção civil se tornou o maior produtor de lixo da sociedade atual e é o maior consumidor de recursos não renováveis, como cobre e zinco, e, das empresas que utilizam madeira como matéria-prima, ainda existem as que o fazem ilegalmente, sem reflorestamento.
Há muito vêm se pesquisando e debatendo acerca da sustentabilidade e das vantagens envolvidas no uso de compostos renováveis e de custo reduzido dentro do âmbito que diz respeito à construção civil. Desde então, foi aberto um leque de possibilidades nas quais as indústrias especializadas no assunto buscam aderir novos métodos de substituição dos materiais convencionais pela matéria orgânica que além de baixo custo de produção se destaca por suas especificidades.
O uso de fibras vegetais nas matrizes se destaca, em grande parte, por suas capacidades e habilidades mecânicas, como isolamento acústico, térmico, resistência à flexão, impacto e tração. Além disso, seu comportamento muda caso haja uma ruptura na matriz o que contém as possíveis fissuras na estrutura.
Para isso é necessária a revisão geral dos métodos já utilizados e novas aplicações do material em questão, pois, sua disponibilidade e fácil acesso agregam valores no que diz respeito à sustentabilidade.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Informações gerais da matéria-prima
Comumente encontrado no litoral nordestino, o fruto do coqueiro vêm ganhando grande destaque em aterros. 70% do lixo produzido em praias é composto por cascas de coco verde. Cerca de 8,2 bilhões de unidades do fruto se encontram esquecidas em meio à toneladas de lixo. Assim, a matéria-prima permanece sob a decomposição realizada pelo próprio meio ambiente, o que pode levar de 8 à 12 anos para sua conclusão.
Cada unidade de coco pesa aproximadamente de 3 à 4kg e possui cerca de 70g de fibras utilizáveis. O fruto é encoberto por uma casca externa, geralmente esverdeada, a qual, após sua sequidão toma apresenta as características de uma castanha. Abaixo da casca, situa-se a camada fibrosa que apresenta cerca de 4cm de fibras. Cultivado em climas tropicais acima de 22°C o fruto da Cocos nucifera (coqueiro) ganha destaque por sua disponibilidade no Brasil, baixo custo e propriedades físico-químicas propícias para a confecção de diversos produtos tais como cordas, escovas, tapetes, estofamentos automotivos, entre outros.
2.2 Estudo das fibras do fruto
A parte mais fibrosa do coco se encontra no mesocarpo. Diante do estudo acerca de fibras vegetais em geral, denota-se que a fibra proveniente do coco possui uma elasticidade maior em relação às demais. Também é enfatizada por sua resistência mediante as alterações das condições climáticas.
Figura 1 – Partes do coco
As fibras são compostas principalmente de celulose, hemicelulose, lignina, pectina e outras substâncias solúveis em água. Esse tipo de fibra se destaca em meio às demais especificamente por possuírem quatro vezes mais lignina, ou seja, possuem maior qualidade devido à sua elevada flexibilidade. A concentração de lignina no fruto alterna de acordo com a idade do mesmo. O fruto do coqueiro, quando maduro, possui cerca de 35% desse polímero em sua camada fibrosa, enquanto um fruto jovem possui, aproximadamente, 20%.
2.3 Meios de utilização das fibras
A progressão do estudo e uso de materiais adicionados de fibras vegetais tem sido realizado com a principal finalidade de substituir a utilização da fibra de vidro, já que os a mesma não é uma fonte renovável. Com isso, plásticos reforçados com fibra de vidro estão perdendo posição para os compostos orgânicos.
Figura 2 – Fibra de coco
2.3.1 Substituição de Fibras de vidro
Há muito, compostos de amianto, mais conhecidos como asbestos, são utilizados na construção civil. Desde isolamentos acústicos à telhas de fibrocimento. Entretanto, o mesmo carrega consigo uma doença denominada como asbestose. Que é a presença de lesões no tecido pulmonar causados pela inalação de um pó proveniente dos fragmentos de amianto. Devido essa causa, houve a necessidade da substituição dos compostos de fibras metamórficas por um similar de igual eficiência, porém inofensivo. Com isso, mais uma vez as fibras vegetais estão à frente dos compostos poliméricos tradicionais.
2.3.2 Substituição do fibrocimento convencional
Após diversas fases de pesquisas e testes, é comprovado que, no que diz respeito ao âmbito mecânico, a fibra de coco têm se mostrado um método mais eficiente em relação à impermeabilidade, absorção da água, isolamentos térmico e acústico, densidade e tração. Além de não oferecer riscos à saúde dos usuários, o fibrocimento vegetal possui equipolente leveza e melhores resultados na absorção de impactos.
Estudos observaram que a durabilidade de matrizes cimentícias adicionadas de fibra de coco sofrem à ação do tempo com a redução do teor de lignina. Ao comparar uma fibra presente em uma parede construída há 12 anos e uma parede contemporânea é possível afirmar a mudança ocorrida em função do tempo. Onde a lignina parece ter sido lixiviada ao longo dos anos.
Estudiosos alertam que a formação de cristais de hidróxido de cálcio, também conhecido como portlandita, presente no tradicional cimento Portland pode induzir a deterioração
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