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O Uso Do Cimento

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Por:   •  6/9/2014  •  9.476 Palavras (38 Páginas)  •  688 Visualizações

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Curso Técnico de Edificações

Construção I

A importância do cimento no Brasil e no Mundo. Seu processo produtivo e produtos alternativos.

Um breve compêndio de trabalhos publicados e disponibilizados na web

Carlos Alberto Vieira;

Matricula 5742, Turma EDA08, Noturno;

Prof. Felipe

Macaé – RJ.

10 de janeiro de 2012

Introdução

“Juan das Cuevas Toraya é historiador da Indústria de materiais da Construção. Em seu livro, ele comenta que vivemos a Era do Cimento, visto a expansão de seu uso em grandes obras e, quem sabe, no futuro, a história descreverá esse tempo assim como hoje se descreve a Idade da pedra, como a Idade do Cimento.

O cimento é um insumo básico da indústria de construção, utilizado em grandes quantidades na produção de habitações, infraestrutura, estradas, pontes, saneamento e hidrelétricas (TORAYA, 1999).” (ESTUDO DE MODELOS DE SÉRIES TEMPORAIS PARA A DEMANDA DE PRODUÇÃO DE CIMENTO - Nagila Raquel Martins Gomes; Célia Mendes Carvalho Lopes - Engenharia de Produção, Escola de Engenharia, Universidade Presbiteriana Mackenzie)

“O cimento é o segundo produto mais consumido no mundo, perdendo apenas para a água. E no momento em que o Brasil inicia um novo ciclo de desenvolvimento, tendo a indústria da construção como uma das principais molas propulsoras, o insumo passa a ter uma importância ainda maior.” (Revista Grandes Construções - News Letter – 14/10/2010.)

Um Pouco de história

O texto abaixo foi retirado na integra do documento “A História do cimento no Brasil” produzido pelo SNIC – Sindicato Nacional da Indústria de Cimento, em comemoração aos seus 50 anos. Ele relata a implantação e a evolução da indústria cimenteira no Brasil, criando o vinculo com momento político e econômico vigente em cada período.

O Cimento no Brasil

A palavra CIMENTO é originada do latim CAEMENTU, que na antiga Roma designava uma espécie de pedra natural de rochedos não esquadrejada (quebrada). O produto é o componente básico do concreto, que é hoje o segundo mat erial mais utilizado pelo homem, ficando somente atrás do elemento água. A história da sua evolução começa antes do século XVIII, mas se concretiza em meados de 1780, quando cientistas e pesquisadores europeus se empenharam em descobrir a fórmula perfeita para se obter o ainda pouco desenvolvido cimento hidráulico. A necessidade de se encontrar ligantes que pudessem servir de matéria-prima para argamassas de revestimento externo fez com que, no período entre 1780 e 1829, o cimento obtivesse algumas fórmulas e denominações diferentes como, “cimento romano” e “cimento britânico”. Foi em meados de 1830 que o inglês Joseph Aspdin patenteou o processo de fabricação de um ligante que resultava da mistura, calcinada em proporções certas e definidas, de calcário e argila, conhecido mundialmente até hoje. O resultado foi um pó que, por apresentar cor e características semelhantes a uma pedra abundante na Ilha de Portland, foi denominado “cimento portland”. A partir daí, seu uso e sua comercialização cresceram de forma gradativa em todo o mundo.

Ainda em 1855, na França, Joseph Louis Lambot apresentou inédita e oficialmente, na Exposição Universal de Paris, o “cimento armado”. O mais curioso é que o artefato em cimento era um barco. O “cimento armado” foi denominado assim até a década de 20, quando passou a ser chamado de concreto armado.

O desenvolvimento do Brasil no fim do século XIX já exigia a implantação de uma indústria nacional de cimento. A remodelação da cidade do Rio de Janeiro e, posteriormente, a Primeira Guerra Mundial abriram um grande mercado adicional para o produto. Nesta época, o país importava 40 mil toneladas de cimento da Europa. As tarifas de importação da época, 30%, também foram um forte estímulo para que os empreendedores brasileiros pudessem concretizar seus sonhos de instalar esta indústria no Brasil. Em 1888, o Eng°. Louis Felipe Alves da Nóbrega e o Comendador Antônio Prost Rodovalho começaram os trabalhos de prospecção no Nordeste e em São Paulo, respectivamente. O Eng°. Louis Nóbrega visou a utilização dos calcários expostos nos arredores da capital do Estado do Paraíba. Já o Comendador Rodovalho, idealizou o aproveitamento das reservas calcárias de grandes pedreiras situadas nas vizinhanças de Sorocaba.

O primeiro a produzir cimento no Brasil, portanto, foi o engenheiro Louis Nóbrega, por um curto período de 3 meses, no ano de 1892. A Usina Rodovalho funcionou até 1904, produzindo o cimento “Santo Antonio”. Retornou à atividade em 1907, lançando no mercado os produtos com as marcas “Lage”, “Torquês” e “Meia Lua”, tendo sido definitivamente extinta em 1918.

Uma terceira iniciativa pioneira de implantação de fabrica de cimento no Brasil ocorreu no Espírito Santo, em 1912, através de um fracassado programa estatal de industrialização pelo Governo do Estado. A fábrica - Cimento Monte Líbano - , em sua fase primitiva, nunca chegou a funcionar regularmente tendo sido paralisada em 1924, quando foi arrendada e remodelada, operando com grandes paralisações temporárias até encerrar definitivamente suas atividades em 1958.

O Desenvolvimento da Produção

O ano de 1926 se constituiu num verdadeiro marco para a indústria do cimento no Brasil. Naquele momento, graças à visão empreendedora e ao pioneirismo de empresários de diversas partes do País, o setor conseguiu enfrentar a concorrência do produto importado e mostrar à população brasileira que fabricava produtos de qualidade e dignos de confiança.

Esta divisão histórica fica clara quando analisamos os números da época. Até 1926, o Brasil importava de países como Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Dinamarca, Bélgica e Argentina cerca de 97% do cimento que consumia. O produto chegava ao mercado brasileiro onerado por despesas de frete, acondicionamento e direitos alfandegários. Naquela época, a importação chegava à marca de 400 mil toneladas anuais, enquanto que a produção local não passava de 13 mil toneladas por ano. A indústria nacional,

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