O mensageiro das estrelas
Por: Almeida M Júnior • 7/12/2015 • Resenha • 964 Palavras (4 Páginas) • 1.342 Visualizações
GALILEI, Galileu. Sidereus Nuncius, O Mensageiro das Estrelas. Veneza, Tommaso Baglioni 1610.Tradução Fundação Caloute Gulbenkian, 3 ed. Lisboa 2010.
José Almeida Marques Júnior[1]
Resenha Crítica[2]
Galileu Galilei, astrônomo e professor de matemática da Universidade de Pádua, publica a obra O mensageiro das Estrelas em 1610. A obra revela observações que deixaram em situação delicada toda Astronomia e filosofia natural da época. Entre outros, o livro descreve as crateras da Lua, alguns aglomerados de estrelas e as luas de Júpiter.
O Sidereus Nuncius foi a maior transformação de Galileu, as descobertas dele mudaram o mundo, e também ele próprio. Em primeiro lugar, o livro revela uma alteração nos principais interesses científicos de Galileu, quando ainda preocupava principalmente com assuntos relacionados à mecânica e muda drasticamente para a astronomia. De certa forma não havia abandonado os estudos das mecânicas, e foi estas que vieram a ter a sua consagração no final da sua vida, com a publicação de famosas fundamentais obras que contribuíram para os conhecimentos mecânicos e físicos, mas no momento a astronomia tomava um lugar central de suas reflexões. Em segundo lugar e considerável o mais importante, o Sidereus Nuncius anuncia Galileu como copernicano e apresenta-o para o mundo.
A notícia dos descobrimentos astronômicos que Galileu havia feito percorreu a Itália rapidamente e alcançou imediatamente as regiões mais distantes da Europa.
Na primeira década do século XVII vivia-se o quadro em que apenas o filósofo específico da área estudava as essências e era autorizado a dissertar sobre a realidade e origens. O astrônomo era apenas um matemático; a maioria dos filósofos seguia a filosofia aristotélica e não viam outro modo; a teologia cristã também, no que se refere ao sistema de mundo, se baseava na filosofia de Aristóteles; os sistemas geocêntricos eram dominantes na filosofia e na Igreja. O modelo de Copérnico, já era existente na época, mas pouco conhecido. Com esses acontecimentos, quando Galileu Galilei apontou seu telescópio para o céu, provocou uma verdadeira revolução científica.
Em sua obra, Galileu relata a existência dos aglomerados de estrelas, que passam despercebidos a olho nu, tão numerosas que era difícil de acreditar. Ele também constatou que as nebulosidades do céu, como a via láctea e outras nebulosas, eram constituídas de uma aglomeração de estrelas.
Aquilo que foi observado como nebulosidades no céu ou a própria Via Láctea que, com auxílio da luneta, pode ser observada com uma maior precisão. Galáxia não é outra coisa senão um aglomerado de estrelas em grande número reunidas em grupo. Para qualquer região do espaço que se aponte a luneta existe um enorme grupo de estrelas, muitas das quais parecem bastante grandes e notáveis, mas a multidão das pequenas não é possível analisá-las.
Com sua luneta, Galileu consegue desenhar as crateras da Lua com um nível de detalhe surpreendente. Refutando a filosofia Aristotélica, onde a Lua, em sua qualidade de corpo celeste, deveria ser perfeita. Mas, conforme os desenhos feitos por Galileu, a superfície lunar não era lisa, regular e de uma esfericidade perfeita como estimava os filósofos da época. Ela era irregular, semelhante à Terra. Com cavidades ainda maiores que por serem profundas não refletiam os raios solares. Surge a suposição de que esses vales escuros poderiam anteriormente serem cobertos de água assim como a terra. Galileu explica que na Lua nova e na cheia podemos enxergá-la com a circunferência perfeita, pois há uma camada de poeira na sua superfície que reflete o sol em seu contorno antes mesmo de atingi-la. Caso contrário, viríamos como se fosse uma engrenagem devido às crateras do seu solo.
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