Otimização de Escalas de Trabalho em Turno

Minimização da quantidade de funcionários ociosos por turno

Alicia Alves da Silva

Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Cubatão, SP, Brasil.

Eloísa Vitória Andrade Santos

Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Cubatão, SP, Brasil.

Glauber Renato Colnago

Doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Cubatão, SP, Brasil.

Resumo: Figueiredo e Pitombeira-Neto (2017) afirmam que o maior gasto em uma empresa advém da mão de obra, sendo assim, esta deve ser aproveitada ao máximo, fator que torna a elaboração de escala algo estratégico e imprescindível. Pensando isso, neste trabalho foi desenvolvida a otimização da escala de trabalho de uma empresa de telecomunicações responsável pela distribuição de rede de internet para grandes empresas. Esta enfrenta a cada mês o mesmo dilema de escala, o que dentro da pesquisa operacional é identificado com problema de rostering. Utilizando como base um único setor da empresa e a forma como era obtida sua antiga escala foi possível delimitar e enquadrar um padrão para o funcionamento de um modelo matemático aplicado e resolvido no solver do LibreOffice Calc para garantir que a demanda de trabalho seja equivalente ao número de funcionários ativos, para evitar sobrecarga e/ou períodos ociosos para os mesmos.

Palavras–chave: Pesquisa Operacional. Escala de Trabalho. Rostering.

Abstract: Figueiredo and Pitombeira-Neto (2017) state that the biggest expense in a company comes from labor, therefore, it should be used to the maximum, a factor that makes the elaboration of scale something strategic and essential. Aiming this, in this work it was developed the optimization of the work scale of a telecommunications company responsible for the distribution of the internet network to large companies. It faces the same dilemma of scale every month, which in the operational research is identified with a rostering problem. Based on a single sector of the company and the way in which its old scale was obtained, it was possible to define and adjust a standard for the operation of a mathematical model applied and solved in the solver LibreOffice Calc to ensure that the labor demand is equivalent to the number of active employees, to avoid overload and / or idle periods for them.

Keywords: Operational Research. Work schedule. Rostering.

INTRODUÇÃO

A divisão dos trabalhadores em grupos de acordo com suas funções e tarefas constitui um regime de trabalho relativamente antigo e que ocorre principalmente em serviços que necessitam de manutenção das atividades por 24 horas (SOUZA et al., 2012).

Surgem assim as escalas de trabalho, que vêm sendo estudadas ao longo do tempo à medida em que são criados tipos de organizações com demandas diferentes de trabalho.

Pode-se pontuar alguns setores para os quais as escalas de trabalho são de fundamental importância, como na área da saúde (ROSSETTI; CARQUI, 2009), de segurança (SILVA et al., 2004), na logística de transporte e abastecimento (FIGUEIREDO; PITOMBEIRA-NETO, 2017). Contudo, diante de toda a tecnologia desenvolvida, tem-se agora uma infinidade de possibilidades para aplicação deste método de divisão de trabalho, como em data centers, call centers e prestadores de suporte de diversos segmentos.

De acordo com as Leis Trabalhistas (CLT), existem garantias para os funcionários, entre elas a delimitação de uma carga horária máxima de 44 horas trabalhadas semanalmente. Com essa restrição, empresas – principalmente as de produção e serviços ininterruptos – começaram a implementar escalas que variam em turnos, horários e dias da semana, para não prejudicar a produção e seus colaboradores. Surgem assim diversos tipos de escalas, decorrente dos diversos perfis de demanda. No Brasil, por exemplo, existem cerca de 40 modelos diferentes de escala de trabalho que foram catalogados por uma empresa mineira, denominada Redex, que se dedica ao estudo e otimização desse assunto há 15 anos. Entre as mais utilizadas estão: a escala 5x1 que significa que a cada 5 dias trabalhados, com duração diária de 7 horas e 20 minutos, o funcionário tem direito a um dia de folga, além de um domingo de folga por mês; a escala 5x2, que estabelece que a cada 5 dias de trabalho, com a média de 8 horas e 48 minutos diários, o funcionário pode tirar 2 dias de folga, além de um domingo por mês, assim como 6x1 ou até mesmo escalas como 12x36 (12 horas trabalhadas e 36 horas de descanso), 24x48 (24 horas trabalhadas e 48 horas de descanso) entre outras, sempre respeitando os limites impostos pelas legislações trabalhistas e sindicais.

A elaboração de escalas de trabalho é um tema estratégico para muitas empresas, tendo em vista que está relacionado a um dos seus maiores gastos, o de mão-de-obra (FIGUEIREDO; PITOMBEIRA-NETO, 2017).

Apesar de sua enorme importância, o problema acerca da programação das escalas de trabalho é ainda muito comum em diversas empresas. Sendo assim este tema é alvo de diversos estudos. O problema de fazer a designação de tarefas de um dado período de tempo a funcionários, tal que todas as tarefas sejam cobertas por algum funcionário e que, além disso, cada designação satisfaça algumas restrições, é um problema conhecido na literatura como problema de rostering na sua forma geral, conforme Bianco et al. (1992).

Alguns estudos que abordam este tema, como o de Constantino (1997) e Silva et al. (2004), além de levar em conta as necessidades de seu setor e os deveres trabalhistas incluem também a hierarquia e as preferências seus colaboradores.

Constantino (1997) apresenta um modelo de geração de escala cíclica para aplicação em uma empresa de transporte ferroviário de carga e para isso apresenta uma formulação matemática baseada no modelo set covering e um algoritmo heurístico baseado no problema de atribuição.

Silva et al. (2004) propõe um modelo matemático de Programação Linear Inteira Binária (PLIB) para resolver o problema de escalas de trabalho para o serviço de guarda de soldados da Aeronáutica. Também foi desenvolvido em seu estudo um programa computacional que serve como interface entre o usuário e o software LINGO, utilizado para resolver o modelo de PLIB.

O problema de rostering estudado por Bianco et al.