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PRESENÇA DO MEDIEVALISMO EM GONÇALVES DIAS

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Por:   •  25/5/2013  •  Resenha  •  343 Palavras (2 Páginas)  •  451 Visualizações

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PRESENÇA DO MEDIEVALISMO EM GONÇALVES DIAS

Os estudos sobre Gonçalves Dias costumam priorizar a sua produção indianista, denotando o exotismo de sua poesia e a importância político-cultural de sua obra no contexto histórico de construção da nacionalidade. Tais características são cruciais para entendermos a sua poesia, porém, o aspecto medievalista de sua literatura tem sido pouco estudado. Este artigo apresenta um breve exame da obra poética de Gonçalves Dias, incluindo os Primeiros Cantos, Segundos Cantos, Novos Cantos, Últimos Cantos e as Sextilhas de Frei Antão, e tem como escopo evidenciar a constante presença do medievalismo na estética gonçalvina.

Para melhor compreender o medievalismo gonçalvino, é necessário comentar o envolvimento do poeta quando estudante em Portugal com a revista O Trovador – coleção de poesias redigidas por acadêmicos de Coimbra. A publicação contou com uma pequena participação de Gonçalves Dias: o poema “Inocência” escrito em 1842, exemplo romântico de refundição formal da tradição, segundo Manuel Bandeira (1952, p. 47), à maneira de Ronsard. Fidelino Figueiredo denotou a apropriação dos temas e formas do medievo pelos poetas de O Trovador (João de Lemos, L. da C. Pereira, José Freire de Serpa Pimentel •, A. X. R. Cordeiro, C. Monteiro entre outros), por isso, cunhou-os de “medievistas” (BANDEIRA, 1952, p. 46).

A revista coimbrã O trovador – collecção de poesias contemporâneas redigida por uma sociedade d’ acadêmicos (1853) e as produções gonçalvinas apresentam muitas similitudes. Além de temáticas comuns e a predileção por composições tais como romances, solaus e xácaras. Os temas de cunho medievalista mais comuns são: o amor entre um mouro e uma cristã ou vice-versa, batalhas entre mouros e cristãos, a ausência do amado que partiu para a guerra, a participação de santos em algum acontecimento histórico

Em relação à estrutura formal dos poemas da revista acadêmica optou-se, muitas vezes, pelo uso de sextilhas com versos heptassilábicos e com rimas recaindo sobre os versos pares – esquema utilizado nas Sextilhas do poetas brasileiro. Dias, igualmente, recorre à métrica de origem popular. Emprega constantemente a redondilha (maior e menor), refrães e construções

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