Para-raio
Trabalho Escolar: Para-raio. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gomesmiojo • 6/3/2015 • 814 Palavras (4 Páginas) • 677 Visualizações
Na actualidade considera-se que a Electrotecnia faz o estudo da aplicação da
electricidade como meio de produção de bens ou de serviços. Por isso, ao conceito de
Electrotecnia está ligada uma componente utilitária. Na análise deste tema, corre-se o
risco de inferir, generalizando, uma ideia que a História mostra ser errónea — em meados
do século XVIII a electricidade era apenas uma curiosidade de gabinete aplicada para fins
lúdicos e só a partir de 1881 (na Exposição Internacional de Paris) se afirmou a utilidade
da Electricidade nas aplicações industriais e domésticas.
No âmbito da História da Electrotecnia deve inserir-se como aplicação da
electricidade para um fim útil, visando a redução dos prejuízos com as trovoadas, a
invenção do pára-raios, em meados do século dezoito, logo no início do estudo científico
da electricidade.
Tendo Benjamin Franklin (1706–1790) iniciado os seus estudos experimentais
sobre a Electricidade em 1743, enviou, em 1750 e desde Filadélfia, uma carta a Peter
Collison em Londres com um artigo onde fez uma sugestão sobre a utilização de um
pára–raios baseado no seu conhecimento experimental do poder das pontas e na hipótese
especulativa, admitida por vários filósofos, de que a trovoada era um fenómeno eléctrico
(“…se a matéria tronante e a matéria eléctrica não eram análogas” segundo a notícia de
um jornal da época). Nesse artigo, e para determinar “se as nuvens de trovoada estavam
electrizadas ou não”, propõe uma experiência de campo, actualmente designada por “da
guarita”.
Consistia a experiência da guarita proposta por B. Franklin em colocar no alto de
um estrado isolado uma guarita para manter seco o observador e a partir do meio do
estrado construir, com os devidos cuidados, uma haste de ferro que fora da guarita seHISTÓRIA
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Publicado na revista ELECTRICIDADE, nº 366, pp. 120–121, Maio de 1999
prolongasse na vertical por 7 ou 10 metros e terminasse em ponta afiada. Se o estrado
permanecesse seco e limpo seria possível electrizar a haste a partir de núvens de trovoada
baixas, como o provaria a extracção de faíscas da haste de ferro.
O artigo de B. Franklin para P. Collison conjuntamente com outros escritos
similares foi publicada em livro em 1751 em Inglaterra, e em 1752 foi traduzido para
Francês pelo naturalista T. F. Dalibard (1703–1779) e publicado em Paris com grande
divulgação. Enquanto que em Inglaterra a apresentação por W. Watson na Royal Society
das ideias expressas por Franklin no seu artigo provocou sorrisos e expressões de desdém,
em França Dalibard promoveu a realização da experiência proposta por Franklin. Em
Marly-la-Ville, nos arredores de Paris, a 10 de Maio de 1752, durante uma tempestade
saltaram faíscas quando se aproximou um condutor ligado à terra da haste metálica
vertical com 12 metros montada num estrado isolado. Poucos dias depois o resultado
desta experiência era comunicado à Academia das Ciências de Paris. Esta comunicação e
a divulgação do livro de B. Franklin lançaram outros estudiosos na repetição desta
experiência, e levaram algumas pessoas de elevada condição social a colocarem hastes de
ferro ligadas à terra na cumeada dos telhados de suas casas.
Entretanto em Filadélfia, no início do Verão de 1752, B. Franklin realizou a sua
experiência do papagaio, o que lhe permitiu ter a ponta afiada de uma pequena haste
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