Processos de conformação mecânica
Artigo: Processos de conformação mecânica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tonycruz • 22/9/2014 • Artigo • 1.353 Palavras (6 Páginas) • 781 Visualizações
Os processos de conformação mecânica são aqueles que alteram a
geometria do material (forma) por deformação plástica, através de forças
aplicadas por ferramentas adequadas, que podem variar desde pequenas
matrizes até grandes cilindros.
As vantagens com este processo são muitas: bom aproveitamento da
matéria; rapidez na execução; possibilidade de controle das propriedades
mecânicas; e possibilidade de grande precisão e tolerância dimensional. É
importante observar, entretanto, que o ferramental e os equipamentos possuem
um custo muito elevado, exigindo grandes produções para justificar o processo
economicamente.
Existem algumas centenas de processos unitários de conformação
mecânica, desenvolvidos para aplicações específicas. Mas é possível
classificá-los num pequeno número de categorias, com base em critérios tais
como: o tipo de esforço, deformação do material, variação relativa da
espessura da peça, o regime da operação de conformação e o propósito da
deformação. Basicamente, se dividem em:
- LAMINAÇÃO: conjunto de
processos em que se faz o
material passar através da
abertura entre cilindros que giram
(tipo massa de pastel), reduzindo
a seção transversal; os produtos
podem ser placas, chapas, barras
de diferentes seções, trilhos,
perfis diversos, anéis e tubos.
FORJAMENTO: conformação por esforços
compressivos fazendo o material assumir o contorno da
ferramenta conformadora, chamada matriz ou estampo.
Moedas, parafusos, âncoras e virabrequins estão entre
os produtos do forjamento.
- TREFILAÇÃO: redução da seção transversal de uma barra, fio ou tubo,
“puxando-se” a peça através de uma ferramenta (fieira ou trefila) em forma de
“funil”. É o processo comum para obtenção de fios de todo tipo.
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- EXTRUSÃO: processo em que a peça é
“empurrada” contra a matriz
conformadora, com redução da sua
seção transversal, como ocorre numa
máquina de formar macarrão. O produto
pode ser uma barra, perfil (esquadrias de
alumínio, etc.) ou tubo.
- CONFORMAÇÃO DE CHAPAS: Compreende operações com chapas, como
corte, dobramento e
estampagem. Produtos
são arruelas, panelas,
enlatados, etc.
1.2 Temperatura na Conformação
Em função da temperatura e do material utilizado, a conformação
mecânica pode ser classificada como trabalho a frio, a morno e a quente. O
trabalho a quente (TQ) é usado para reduzir os esforços de conformação e/ou
permitir a recristalização1. Geralmente, a temperatura mais elevada de trabalho
a quente é limitada bem abaixo do ponto de fusão, devido à possibilidade de
fragilização à quente (existência de compostos dentro do material com menor
ponto de fusão). Basta uma pequena quantidade de constituinte com baixo
ponto de fusão nos contornos de grão para fazer um material desagregar-se
quando deformado.
De outra forma, o trabalho a frio (TF) é a deformação realizada sob
condições em que não ocorre a recristalização do material. Já no trabalho a
morno, ocorre uma recuperação2 do material, sem recristalização.
1 Recristalização: Em uma certa temperatura, os grãos (estrutura cristalina) amassados e
distorcidos pela conformação formam novos grãos, reduzindo as tensões internas.
2 Recuperação: Há um rearranjo das discordâncias, melhorando a ductilidade do material, mas
não ocorre formação de novos grãos (recristalização).
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É importante entender que a distinção básica entre TQ e TF não está na
temperatura em si, mas na temperatura de recristalização do material. Porque,
dependendo da liga, podemos ter TQ com conformações à temperatura
ambiente, como no caso de Pb e Sn. Por outro lado, a conformação a 1100°C é
TF para o tungstênio, cuja temperatura de recristalização é superior, embora tal
temperatura seja TQ para o aço.
É importante lembrar do calor gerado na conformação. Tanto a
deformação plástica quanto o atrito contribuem para a geração de calor. Da
energia empregada na deformação plástica de um metal, apenas 5 a 10%
ficam acumulados na rede cristalina, sob a forma de energia interna, sendo os
restantes 90 a 95% convertidos em calor. Em algumas operações de
conformação contínua, como extrusão e trefilação (efetuadas
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