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Prova projeto de fábrica

Por:   •  23/9/2021  •  Relatório de pesquisa  •  6.006 Palavras (25 Páginas)  •  117 Visualizações

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

Secretaria de Comércio e Relações Internacionais

Departamento de Negociações e Análises Comerciais

Coordenação-Geral de Estatística e Análise Comercial

BALANÇA COMERCIAL DO AGRONEGÓCIO – Março/2021

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I – Resultados do mês (comparativo Março/2021 – Março/2020)

As exportações do agronegócio nunca haviam ultrapassado a cifra de US$ 10 bilhões mensais em março, desde o início de toda a série histórica em 1997. As exportações do agronegócio alcançaram o valor recorde de US$ 11,57 bilhões.

Apesar do recorde destas exportações, que cresceram 28,6% em relação aos US$ 9,0 bilhões em 2020, houve também forte elevação das vendas externas dos demais produtos (+37,6%), fato que explica a queda da participação do agronegócio de 49,1% para 47,4%.

Um dos motivos que explicam o bom desempenho do setor é a elevação do índice de preço dos produtos exportados, que subiu 8,7% na comparação a 2020. A quantidade também registrou expressivo aumento, de 18,3%.

O complexo soja foi o maior destaque. O aumento das exportações absolutas alcançou US$ 1,66 bilhão, equivalentes a 64,6% do crescimento do valor absoluto do total das exportações do agronegócio em março, de US$ 2,57 bilhões. As condições climáticas da safra 2020/2021, que geraram atrasos na colheita do primeiro bimestre de 2021, em função do excesso de chuvas, acabaram por concentrar os embarques da soja em grãos para março.

As importações do agronegócio também aumentaram, passando de US$ 1,28 bilhão em março de 2020 para US$ 1,34 bilhão, elevação percentual de 28,6%.

I.a – Setores do Agronegócio

Os cinco principais setores exportadores do agronegócio foram: complexo soja (52%), carnes (13,9%), produtos florestais (9,1%), complexo sucroalcooleiro (6,4%) e café (5%). Estes cinco setores foram responsáveis por 86,3% do valor exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio em março. No mesmo mês em 2020, os mesmos setores foram responsáveis por 85,3% do valor exportado. Houve, dessa forma, aumento da concentração das exportações nesses cinco setores.

Os vinte demais setores diminuíram a participação de 14,7% em março de 2020 para 13,7% em março de 2021. É importante mencionar que, embora a participação tenha caído, o valor exportado por esses setores subiu de US$ 1,32 bilhão em 2020 para US$ 1,59 bilhão em 2021 (+20%).

O complexo soja foi o principal setor exportador do agronegócio brasileiro em março de 2021. O resultado foi obtido em função das vendas recordes de soja em grão para os meses de março, tanto em valor como em quantidade. O volume exportado foi de 13,5 milhões de toneladas (+24,3%), US$ 5,36 bilhões em valor (+43,1%). A forte demanda chinesa pela oleaginosa explica em parte o aumento das vendas: somente o país asiático adquiriu 9,7 milhões de toneladas em março (+19,6%) das 13,5 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil (participação de 71,9% sobre o total). A China retomou o ritmo de importações da soja brasileira, com a recuperação da colheita no Brasil em março, mesmo após redução de esmagamento no país asiático, em virtude de novos casos de Peste Suína Africana e do feriado do ano-novo Lunar chinês, que é celebrado a partir da segunda quinzena de fevereiro[1]. As exportações de farelo de soja foram de US$ 538,66 milhões (+3,3%), recorde de valor para os meses de março, e as de óleo de soja foram de US$ 118 milhões (+37,6%). Cumpre destacar a forte alta dos preços médios de exportação dos produtos do complexo soja em março (soja em grão, +15,1%; farelo de soja, +27,1% e óleo de soja, +35,5%), fruto de aumento global da demanda por óleo e farelo para produção de ração animal. Esta elevação da demanda por derivados de soja impulsionou o esmagamento mundial, que, em conjunto com o atraso na colheita do grão no Brasil em fevereiro, resultou em exportações recordes dos EUA para a China no primeiro bimestre de 2021, e baixos níveis históricos de estoque norte-americano de soja em grão, aos níveis observados em março de 2014[2].  

Outro recorde de exportação foi registrado no setor de carnes. O Brasil exportou US$ 1,6 bilhão (+16,1%), valor recorde para os meses de março. A explicação para o incremento está na quantidade recorde exportada, que atingiu 677 mil toneladas (+16,6%), embora o preço médio de exportação tenha caído marginalmente 0,4%. O setor de criação animal para produção de carne na China possui histórico de enfermidades nos anos recentes, com destaque para Peste Suína Africana e a gripe aviária de alta patogenicidade, que assolaram e afetam os rebanhos chineses, sendo o principal fator responsável pela expansão das exportações brasileiras de carnes.

Dois tipos bateram recordes de exportação para os meses de março: carnes bovina e suína.  A principal  exportada foi a bovina, com US$ 711 milhões em vendas externas (+11,9%). O volume exportado foi recorde e chegou a 158 mil toneladas (+7,8%). A forte demanda de bois para abate em função, principalmente, da alta das exportações, tem mantido os preços da em patamares recordes[3]. As exportações de carne suína também bateram recorde, devido ao aumento de 51,2% no volume exportado, que chegou a 108 mil toneladas equivalentes a US$ 260 milhões (+57,4%).

A China foi o principal país responsável pelo aumento das exportações de carne bovina e suína do Brasil. As aquisições chinesas de carne bovina in natura do Brasil foram de US$ 324,92 milhões (+30,9%), equivalentes a 52,6% do valor total exportado para o mundo. No caso da carne suína in natura, o país asiático aumentou as aquisições em 61,2% comparados a março de 2020. Com esse incremento, as importações chinesas atingiram US$ 148,38 milhões ou 60,7% do valor total exportado pelo Brasil. Caso se some a esse valor as importações da região especial administrativa chinesa de Hong Kong, US$ 28,63 milhões em março de 2021 (+82,9%), a porcentagem da China nas aquisições de carne suína brasileira sobe para 72,5% do total exportado.

Ainda nas carnes, as vendas externas de frango registraram aumento de 8,1% no valor exportado, passando de US$ 545 milhões em março de 2020 para US$ 589 milhões. O volume subiu 11,8%, enquanto o preço médio caiu 3,3%. A China também foi o principal destino destas exportações, com US$ 102 milhões (-5,4%), seguida de Arábia Saudita, US$ 71 milhões (+12,3%), e Japão, US$ 66 milhões (+7,5%).

Os produtos florestais estão na relação dos três setores que ultrapassaram a marca de um bilhão de dólares em vendas externas a março de 2021, com US$ 1,05 bilhão. O principal produto exportado foi a celulose, que registrou aumento de volume para 1,45 milhão de toneladas (+6,2%), mas, em função da queda do preço médio de exportação em 10,8%, contabilizou US$ 534,01 milhões em exportações. As exportações de madeiras e suas obras subiram 26,1%, atingindo US$ 385 milhões, enquanto as exportações de papel caíram 14,0%, chegando a US$ 130,77 milhões. O principal destino das vendas do setor foram os EUA, US$ 288 milhões (+26,4%), seguidos da China, US$ 238 milhões (-5,6%) e União Europeia, US$ 201 milhões (-9,2%).

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