Psicologia da Engenharia de Segurança do Trabalho
Por: Paola85 • 12/1/2016 • Trabalho acadêmico • 515 Palavras (3 Páginas) • 286 Visualizações
No decorrer dos tempos, as relações de trabalho evoluíram. A primeira preocupação era a preservação da vida dos trabalhadores no ambiente de trabalho, e posteriormente a preocupação se voltou para a manutenção da qualidade de vida no trabalho, se estendendo para as medidas preventivas em relação à saúde mental.
Dentro do contexto acima citado, qualquer tratamento de desigualdade ou exclusão dentro do ambiente de trabalho, manifestado sem motivos através de palavras, gestos e atitudes, fazendo com que o trabalhador se sinta humilhado ou inferior, se caracteriza como assédio moral, causando graves danos à saúde física e mental do mesmo.
O medo gerado em torno do desemprego tem papel fundamental na determinação das formas de relações de trabalho. Para o empregador, a utilização deste “argumento” pode servir para exigir produção excessiva, com ritmo e tempo determinados, sem qualquer possibilidade de participação do trabalhador na concepção, no planejamento e na definição de seu trabalho. Para o trabalhador, sobra a convivência com a competitividade destrutiva e o individualismo, o medo de ter voz ativa, de reivindicar direitos, ou de simplesmente ser acometido por alguma doença e correr o risco de perder o trabalho. Com a flexibilidade das relações de trabalho, a situação tende a se agravar.
A forma como o trabalho é organizado, sua maior ou menor flexibilidade exerce relação com a saúde e o sofrimento mental. Essa flexibilidade pode ser avaliada pelo espaço existente entre o que é prescrito e o que é de fato realizado. É preciso que o trabalhador tenha margem razoável de negociação com a organização do trabalho. Uma maior possibilidade de intervenção sobre a forma como o trabalho é organizado, adaptando-a as suas necessidades e conectando-a a sua subjetividade proporcionaria a obtenção de prazer e satisfação, ao passo que uma organização do trabalho inflexível, por exemplo, com imposição de ritmos de trabalho e desrespeito à autonomia do trabalhador, favoreceria a emergência do sofrimento mental e doenças psicológicas.
A grande preocupação é que o reconhecimento do assédio moral é uma tarefa difícil de ser identificada, tendo em vista que se trata de uma forma sutil de degradação a nível psicológico, sendo também complicada sua comprovação. A evolução do problema pode ocasionar danos laborativos, chegando à incapacidade. O processo que desencadeia o assédio moral pode levar à total alienação do indivíduo na sociedade, fazendo com que a pessoa se sinta inútil, sem forças e até mesmo culpado pelas ofensas que lhe são acometidas.
Em casos graves, o trabalhador deve ser direcionado para tratamentos psicológicos e psiquiátricos. Deve – se ressaltar, porém, que nem todo dano mental é proveniente de cobranças ou humilhações de terceiros no ambiente de trabalho, muitas vezes as exigências excessivas vêm da autocobrança e do sentimento de incapacidade ou de que “poderia estar produzindo mais ou de forma mais correta”. Os casos devem ser analisados e encaminhados para tratamento, antes que evoluam e causem danos maiores e irreversíveis. O empregador sempre deve ter em mente que uma pessoa que trabalha em um ambiente amigável, com tranquilidade e colaboração, tende a produz mais e de forma mais eficaz, gerando consequentemente lucro para a
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