Psicologia na Engenharia de Segurança do Trabalho

Disciplina: Psicologia da Engenharia de Segurança do Trabalho

Identificação da tarefa: Tarefa 4.2

Pontuação: 15 pontos de 40

Discorra em 30 linhas, sobre a necessidade de se preservar a saúde mental dos trabalhadores, um dos valores inerentes à própria dignidade humana.

As insatisfações dos trabalhadores com os ambientes de trabalho insalubres e condições de trabalho degradante deram origem a movimentos sociais ainda durante a Revolução Industrial. As primeiras leis trabalhistas delimitaram, por exemplo: as jornadas de trabalho, a idade mínima permitida, dentre outras medidas de caráter social.

A partir destas primeiras leis, evoluiu-se para as preocupações com a qualidade de vida dos trabalhadores e, apenas no final do século XX, percebeu-se a necessidade de tutelar a sua saúde mental através de medidas que coibissem os abusos decorrentes das relações de trabalho.

No tocante à saúde mental, diversos fatores contribuem para que o ambiente de trabalho seja danoso aos colaboradores de uma empresa, dentre eles: assédio moral, metas impossíveis, cobrança por resultados. Neste sentido o trecho a seguir retirado de Marco e Machado (2015) aborda com clareza o nível de exigência das relações de trabalho atuais:

Excelência entendida como perfeição passou [...] a ser referência para tudo – materiais, processos, métodos e pessoas. Emergiu, assim, uma espécie de coerção à perfeição humana, algo que se transformou em invectiva onipotente e onipresente nas empresas. Esta invectiva se evidencia como profundamente perversa, na medida em que ignora os limites e a variabilidade dos processos fisiológicos e mentais dos seres humanos [...]..

Ainda segundo os mesmos autores, é clara a relação entre diversos transtornos mentais com a precarização social e do trabalho. Dentre eles: quadros depressivos; esgotamento profissional, conhecido como Burnout; transtorno de estresse pós-traumático (TEPT); dependência de drogas, álcool e psicotrópicos.

Há que se atentar à importância da saúde mental dos trabalhadores, pois, se de um lado, a insatisfação corresponde a uma sobrecarga de trabalho psíquica, de outro, a satisfação no trabalho está intimamente ligada à produção. Ou seja, um trabalhador satisfeito com seu local de trabalho, livre dos assédios e sobrecargas mentais, será um trabalhador que produzirá mais e com mais qualidade, por outro lado os que são vítimas estão propensos a desmotivação, baixa de produtividade, absenteísmo e a doenças ou acidentes ocupacionais.

Sendo assim, visando não somente a preservação da dignidade humana e a saúde mental do trabalhador, que, por si só justificam mudanças nas relações de trabalho, mas também a produtividade da empresa, deve-se abordar a problemática no campo da prevenção dos agravos à saúde, abrindo canais de comunicação, produzindo diálogo, fornecendo informações e apoio psicológico.

Referência:

MARCO, Cristhian Magnus de; MACHADO, Carlos Augusto Alcântara. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E SEUS REFLEXOS NAS RELAÇÕES SOCIAIS E EMPRESARIAIS. Florianópolis: Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Direito, 2015. Disponível em: . Acesso em: 01 nov. 2018.