Rede ferroviária do país

De alguma forma, essa visão coincide com a história da rede ferroviária do país. Depois que a locomotiva Baroneza andou pelos trilhos da estrada de ferro de Petrópolis, em 1854, o setor se desenvolveu de forma isolada até a criação da RFFSA (Rede Ferroviária Federal), em 1957, que unificou a malha ferroviária nacional. No entanto, a falta de investimentos em manutenção associada à falta de projetos para captação de novos clientes provocou uma redução na rede ferroviária de 38 mil para 29 mil quilômetros entre a década de 60 e o final dos anos 90, segundo a Confederação Nacional do Transporte - CNT.

Esse declínio acabou levando as malhas ferroviárias existentes e as planejadas ao processo de concessão ao setor privado entre 1996 e 1998. Também foram firmados contratos de arrendamento dos ativos operacionais associados a cada malha proveniente da desestatização da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.).

Após a concessão das ferrovias brasileiras, havia a necessidade de altos investimentos e de reestruturação de operações para tornar as ferrovias competitivas. Houve três fases distintas de investimentos. Na primeira, entre 1996 e 1999, o objetivo era recuperar a malha férrea e o material rodante. A partir de 2000, os investimentos foram aplicados no aumento da capacidade e melhoria dos serviços operacionais. Na fase atual, iniciada em meados de 2007, os recursos têm sido direcionados para a superação de gargalos logísticos e a expansão da malha, nos casos especificados pelos contratos de concessão.

De 1997 a 2010, as concessionárias investiram R$ 24 bilhões, enquanto no mesmo período os recursos aplicados pela União na malha ferroviária somaram apenas R$ 1,3 bilhão.