Relatório Biodiesel

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

COLEGIADO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PRODUÇÃO DO BIODIESEL BRUTO

1. INTRODUÇÃO

Grande parte da energia consumida no mundo é oriunda do petróleo que é uma fonte limitada, finita e não renovável. O consumo de combustíveis derivados do petróleo cresce anualmente e, com isso, o aumento da poluição atmosférica e da ocorrência de chuvas ácidas (Ferrari e cols., 2005; Oliveira e cols., 2008).

Diversos artigos relatam sobre as características benéficas biodiesel. É não-tóxico, livre de enxofre e aromáticos, biodegradável, manuseio seguro, aumenta a lubrificação e as suas propriedades físico-químicas principais são comparáveis às dos combustíveis convencionais. Apesar de suas muitas vantagens, a natureza do biodiesel torna mais sensível à oxidação que a de diesel de petróleo durante o armazenamento de longo prazo. A sensibilidade varia, dependendo da matéria-prima, a presença de antioxidantes e as condições de armazenamento. (Karavalakis et al., 2009)

Algumas definições consideram o biodiesel como qualquer mistura de óleo vegetal e diesel fóssil, enquanto outros levam em conta apenas as misturas de ésteres alquílicos de óleos vegetais ou gorduras animais e óleo diesel. A definição adotada pelo Programa Brasileiro de Biodiesel é: "um combustível obtido a partir de misturas, em diferentes proporções, de diesel fóssil e ésteres alquílicos de óleos vegetais ou gorduras animais". Tecnicamente falando, o biodiesel é o éster de alquila de ácidos graxos, por transesterificação de óleos ou gorduras, de plantas ou animais, com alcoóis de cadeia curta como o metanol e o etanol. A glicerina é, por conseguinte, um subproduto da produção de biodiesel. (Pinto et al., 2005)

A transesterificação é amplamente utilizada para reduzir a viscosidade do óleo. A maioria dos processos industriais emprega catálise alcalina e metanol. Em quase todos os países o metanol está mais disponível do que o etanol. O processo de transesterificação reduz o peso molecular em relação aos triglicerídeos, reduz a viscosidade e aumenta a volatilidade. Após a reação, os produtos são uma mistura de ésteres de ácidos graxos, glicerol, álcool, catalisador e um baixo percentual de tri-, di- e monoglicerídeos. (Pinto et al., 2005)

1. OBJETIVO

O objetivo deste experimento é a obtenção do biodiesel bruto oriundo do reaproveitamento de óleo de soja, já utilizado anteriormente para fins culinários.

1. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Inicialmente, foi medido 400 mL de óleo de fritura na proveta. O óleo foi passado para o Béquer, aquecido e agitado até a temperatura de 60ºC. Paralelamente, foi pesado 1,741 g de Hidróxido de Sódio (NaOH) que foi diluído em 112 mL de Metanol dentro da capela. Quando o óleo alcançou a temperatura de 60ºC a solução Metóxido foi derramada pelas paredes do Béquer que continha o óleo quente formando uma mistura homogênea. Essa mistura foi agitada e tentou-se manter a temperatura de 60ºC durante uma hora. Passado o tempo de uma hora, colocou-se a mistura em um balão de decantação que logo mostrou a glicerina formada se depositando no fim do balão.

Passadas quatro horas necessárias para a completa decantação da glicerina, coletou-se 3g do óleo utilizado na obtenção do biodiesel e 3g do biodiesel bruto obtido após a decantação. Essas amostras foram inseridas no Racimat para obtenção da curva de oxidação do óleo e do biodiesel, para fins de comparação.

1. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante a pesagem das substâncias necessárias às reações, não houve discrepância em relação ao que foi calculado com o que foi realmente medido, o que confere um bom desempenho e rendimento na produção do biodiesel.

Entretanto, a temperatura de produção do biodiesel oscilou entre 58ºC e 62ºC, que traz uma variação de 4ºC. Essa variação deve ser a menor possível pois ela tem influência direta no tempo de indução do biodiesel bruto (produto final).

A Figura 1 abaixo mostra momento de reação do biodiesel com o Metóxido:

[pic 1]

Figura 1: Obtenção do Biodiesel de Soja

        A glicerina obtida apresentou característica viscosa e escura, que se dá pelo fato de recolher as impurezas presentes no óleo de fritura utilizado na produção do biodiesel de soja, e possivelmente reduziu a rancidez oxidativa do biodiesel bruto.