Saturnino de Brito: O pioneiro nos projetos de abastecimento de água e saneamento
Por: Myllene Santos • 12/5/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 5.788 Palavras (24 Páginas) • 335 Visualizações
Saturnino de Brito, o pioneiro nos projetos de abastecimento de água e saneamento
Maiza Garcia
Francisco Rodrigues Saturnino de Brito nasceu em Campos (RJ) em 1864. Formado em
engenharia civil pela antiga Escola Politécnica do Rio de Janeiro, participou de diversos
projetos de abastecimento de água, saneamento e urbanização em São Paulo, Belo Horizonte,
Vitória e Rio de Janeiro, dentre outras localidades.
Ele escreveu várias obras técnicas de saneamento que foram utilizadas na França, Inglaterra e
Estados Unidos e seu invento mais conhecido é o sistema de tanques fluxíveis, utilizado no
Brasil e na Europa até meados da década de 1970. O sitema consiste em um reservatório
subterrâneo de água cuja função é evitar obstruções por sedimentação progressiva, através de
descargas periódicas em alguns trechos da rede de esgotos onde é comum o entupimento por
acúmulo de material sólido.
Saturino de Brito morreu em 1929, em meio ao trabalho, quando executava um projeto para a
cidade de Salvador (BA).
O legado de Saturnino em Santos
Em 1904, Saturnino de Brito assumiu o cargo de engenheiro-chefe da Comissão de
Saneamento de Santos e foi nesse município que iniciou seu projeto pioneiro de saneamento,
cujo princípio era separar as águas de rios e córregos das do esgoto. O sistema de rede
pluvial e o conjunto de canais em direção ao mar, que passaram a drenar as áreas passíveis
de inundação, foram de grande importância para evitar a água parada e o surgimento de
epidemias, que impossibilitavam o crescimento econômico da cidade.
Santos era conhecida pelos seus surtos epidêmicos – febre amarela, febre tifóide, malária,
varíola e peste bubônica – e, entre 1890 e 1904, metade da população morreu devido a estas
doenças. O porto da cidade era chamado de "porto maldito" e as tripulações dos navios que
atracavam ali se recusavam a desembarcar, dada a ausência de higiene e saneamento.
O primeiro canal foi inaugurado em 1907 e, em 1912, o Sistema de Esgotos e Águas Pluviais
de Santos entrou em operação, atendendo uma população de 44.500 habitantes. Ele previa 66
quilômetros de redes, 12 quilômetros de emissários, dez estaçãoes elevatórias, uma usina
terminal e uma ponte pênsil, chegando até as cidades vizinhas de São Vicente e Praia Grande.
A ponte pênsil tinha o objetivo de sustentar as tubulações que escoariam as águas e os dejetos
da Ilha de São Vicente até Praia Grande, evitando a propagação de doenças. Essa ponte
suspensa foi a primeira a ser montada no Brasil e inaugurada em 1914, com repercussão
internacional, tornando-se a data oficial de inauguração do sistema de saneamento santista.
Saturnino de Brito chegou a elaborar um planejamento urbano para Santos, com jardins e
avenidas, numa tentativa de corrigir o projeto anterior, elaborado pela Câmara Municipal em
1896, que não levava em consideração o sistema viário e o saneamento básico. Apenas foram
implantados o Orquidário e os jardins da orla das praias.
Fonte: http://www.museudaenergia.org.br
Prefeitura de Guarujá multa Sabesp em R$ 3,6 milhões por vazamento de esgoto
A Tribuna informa que,
A Prefeitura de Guarujá informou que a Sabesp foi multada em R$ 3,6 milhões por um vazamento de esgoto na estação elevatória da concessionária. O material atingiu a faixa de areia da Praia da Enseada e poluiu o meio ambiente. A multa foi aplicada pela Secretaria de Meio Ambiente (Semam) na última terça-feira (28).
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Litoral de São Paulo e saneamento: o vazamento na Enseada. Foto: A Tribuna
Ainda segundo a Administração Municipal, a Sabesp foi multada quatro vezes nas últimas semanas, em função do mesmo problema. Em duas ocasiões, as ocorrências foram na Praia de Pitangueiras. Um outro caso foi na Praia das Astúrias e este último, na Enseada. Ao todo, as multas somam R$ 4,5 milhões.
A Tribuna conclui informando que
Questionada, a Sabesp informou, em nota, que, quando notificada, apresentará defesa dentro do prazo legal.
A seguir, a matéria orignal do Mar Sem Fim: Litoral de São Paulo e saneamento
O seminário internacional Qualidade das Águas Costeiras no Estado de São Paulo, que aconteceu em Novembro de 2016, em Santos, procurou responder estas questões. Dados e estatísticas foram apresentados. Entre eles o Relatório de Balneabilidade de 2011. Ele apontou que o litoral de São Paulo tem uma população de mais de dois milhões de pessoas, que pode ser duplicada no verão, e só atinge uma taxa de coleta de águas residuais de 56% em média.
Primeiro problema para o Litoral de São Paulo e saneamento
‘Uma população que pode ser duplicada no verão’. Não é simples lidar com isso. O presidente da SABESP, Jerson Kelman, empresa encarregada do saneamento em São Paulo reconheceu:
Precisamos dimensionar o sistema de coleta e tratamento de esgoto para o pico. Isso exige grandes investimentos. É preciso uma visão metropolitana
Outra dificuldade, além da população duplicar em épocas determinadas, é a extensão.
Qual a extensão do litoral de São Paulo?
Para o presidente da SABESP, Jerson Kelman, engenheiro civil, mestre em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Ph.D. em hidrologia e recursos hídricos pela Universidade do Estado do Colorado,
São 883 quilômetros de costa em 16 municípios, divididos entre a Baixada Santista e o Litoral Norte
Conhecendo a extensão da encrenca, saiba outros problemas do litoral de São Paulo
Claudia Condé Lamparelli, Gerente do Setor de Águas Litorâneas da Cetesb (responsável pelo processo de licenciamento dos emissários e emissão de licenças) aponta:
Embora o Estado de São Paulo, na região sudeste, represente apenas 10% da extensão do litoral atlântico, é o mais populoso e possui a maior parte das embarcações marítimas brasileiras.
Mas isso é apenas uma pequena parte dos problemas. Jerson Kelman lembra outro, comum em todo o litoral do Brasil:
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