Signos - IHC
Dissertações: Signos - IHC. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AndreAmaral • 24/3/2015 • 928 Palavras (4 Páginas) • 933 Visualizações
A proposta desse artigo é resumir os principais conceitos da Semiótica que podem ser aplicados no desenvolvimento de uma interface e propor uma aplicação prática utilizando esta ciência.
Atualmente a IHC possui problemas com os modelos de desenvolvimento de interface, principalmente porque os modelos de interação que geralmente são utilizados possuem um nível de abstração baixo. Grande parte deles é limitada a somente especificar a interface propriamente dita (janelas, telas, botões e outros componentes de interface).
A grande maioria dos modelos mais utilizados em IHC e que
apóiam os designers na criação de interfaces e da interação possuem
alguns problemas vinculados aos tipos de elementos que cada
modelo contempla. Além disto, é necessário que ele tenha apoio
também ao construir um modelo a partir de outros modelos
utilizados no projeto — por exemplo, precisa-se apoiá-lo na
especificação da interface propriamente dita a partir dos modelos
desenvolvidos em um nível mais alto de abstração.
Antes de adentrarmos no conceito de signo, é importante
conceituarmos a semiótica. Podemos defini-la como “a ciência que
trata do estudo dos signos, ou seja, os fenômenos de significação e
representação, e seu uso na cognição e comunicação” (GUDWIN,
2006, p. 9).
Para Peirce (1960), cognições, ideias e homens são, todos,
entidades semióticas. É o que chamamos de Pansemiótica do
Universo. “o mundo inteiro está permeado de signos, se é que ele
não se componha exclusivamente de signos” (Peirce, 1960). O autor
considera que todo fenômeno de que tomamos consciência é um
signo, ou seja, é absorvido por nós através de signos. Pelo seu caráter
mediador, a Semiótica pode ser utilizada no estudo de qualquer
fenômeno relacionado à transmissão e percepção de informação: as
artes, a linguagem e não seria diferente no desenvolvimento da
Interface Humano Computador. Sendo assim, é importante pensar no
desenvolvimento de qualquer produto de design sob a visão da
semiótica, pois quando ela é aplicada ao projeto, introduz opções
para resolver as questões decorrentes da preocupação da
comunicação.
A partir da relação triádica de Pierce(1960), a mediação é que determina a
lógica ternária pela qual ocorre a compreensão do objeto por meio do
seu signo. A compreensão se concretiza com base em três tipos de
categorias de experiências: a primeiridade, a secundidade e a
terceiridade.
A primeiridade é a experiência não reflexiva, que está muito
próxima da singularidade da coisa.
Na secundidade, observa-se o objeto como um outro, quando
se percebe a sensação, a qualidade do objeto tal como se forma em
nossa mente (é a experiência do outro). Isso ocorre em uma relação
binária em que o presente é definido pela experiência do passado.
Nossas experiências anteriores são conectadas à experiência do
momento presente. Tal reflexão se dá ainda em um nível de grande
aproximação com o objeto.
Mas é finalmente na terceiridade que se formará a
significação (o sentido). Com o processo de abstração, surge um
terceiro elemento que mediará a relação entre o sujeito e
Criando IHC a partir da Semiótica
A partir da semiótica de Peirce (1960) podemos definir o
signo como qualquer coisa que possua um significado para alguém.
Esta noção de signo deve constituir o framework da aplicação e deve
ser utilizada no processo de desenvolvimento da interface.
Os signos devem ser a base do designer, sendo utilizado nas
representações iniciais até a finalização da interface. Tal
representação não deve se limitar entre o designer e o usuário da
aplicação, mas também entre os colaboradores da equipe de design.
Consideremos o exemplo de uma interface de uma página web de
uma loja virtual onde o usuário deverá informar seu nome e o correio
eletrônico para receber uma mensagem de um produto que está
indisponível na loja. O signo deste projeto pode ser detectado na fase
de análise através de entrevistas com os usuários e estará presente
em todas as fases de representação do design até ser finalmente
incluído
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