Sistema Operacional OS/2

OS/2

Em meados de abril de 1987, a IBM lançou seu plano revolucionário, o “Operating System/2”. Esse sistema estava à frente da sua época. Naquele contexto ele já possuía, por exemplo, o multitarefa; sua interface permitia alterar as configurações ao clicar com o botão direito, ou seja, o OS/2 estava abrindo caminho para o futuro.

O Operating System/2 e o Windows possuem uma origem comum: era o único sistema nos anos 80 (mas com versões distintas) feitas simultaneamente pela IBM e Microsoft. Por uma decisão de Bill Gates a Microsoft resolveu abandonar o projeto OS/2 em 1990 e dedicar-se ao Windows. Os sistemas passaram então a competir pelo mercado corporativo e doméstico. O sistema da IBM foi considerado melhor tecnicamente, pois tinha a capacidade de executar programas do seu concorrente, mas o mesmo não poderia ser feito no Windows. O OS/2 foi o primeiro a implementar o protocolo TCP/IP e ter uma versão em 32 bits, apresentava alta compatibilidade retroativa podendo ser configurado para permitir acesso direto ao hardware, possuía um excelente ambiente de gerenciamento e sua instalação era descomplicada pela utilização de interface gráfica, algo não comum nos outros sistemas.

Por falhas de marketing e devido à falta investimento o OS/2 fracassou diante do Windows 95, que, a partir de 1995 dominou praticamente 80% do mercado no segmento de sistemas operativos. Em 1997 o sistema saiu da comercialização convencional, mudou de foco e foi vendido apenas como pacote de soluções no ramo corporativo. Ainda assim o sistema seguiu com baixa aceitação, principalmente pela falta de suporte especializado. A partir, então, de 1998 o OS/2 caiu no desuso devido a chegada de uma nova revolução em sistemas operacionais. Na mesma época a Stardock Corporation, empresa que desenvolvia aplicativos para o Operating System/2, procurou a IBM com finalidade de negociar uma nova versão do sistema para usuários finais, o que implicaria, necessariamente, na abertura de seu código-fonte. A IBM recusou a proposta, então a Stardock desistiu de desenvolver para o OS/2.

OS/2 WARP

A última versão do OS/2 feita pela IBM em 1996 trouxe uma série de novidades, como o VoiceType. Ao invés de teclado e mouse o usuário utiliza o sistema através do uso da voz. Com o editor IBM Works, que não tem versão em português, é possível ditar textos, abrir e fechar programas e até navegar na Internet via comando de voz

Embora alguns considerem a versão 4.5 como a última, esta trouxe alterações que em outros sistemas denotariam uma nova versão.

Algumas alterações foram:

• VoiceDictation e Navigation (habilitação de comandos de voz);

• Sistema de acesso à Internet, incluindo o browser Netscape Navigator;

• WarmPlug/WarmDocking (Ligue seu PCMCIA ao computador sem ter de resetá-lo);

• Obtenção automática de Updates para Softwares;

SISTEMA DE AQUIVOS

O OS/2 suporta o sistema de arquivos FAT (que também é utilizado no DOS e Windows), a Super FAT e o HPFS, o sistema desenvolvido pela IBM e Microsoft (onde originou o NTFS) que aproveita melhor a capacidade do disco rígido de grande porte. O HPFS, completamente 32bits, é bem superior ao FAT (originalmente de 16bits, e posteriormente com 32bits virtuais na VFat).

Visando a transição do DOS com interface Windows 3.x, a IBM dotou o OS/2 2.0 em diante, com e a Super FAT que é armazenada na RAM, o que desgasta muito menos o HD e aumenta a velocidade de acesso consideravelmente. Outra diferença importante é que a Super FAT é desenhada em 32bits. Entretanto, o HPFS é mais veloz em acesso a disco, em especial em discos grandes.

O HPFS ainda permite 64KB de atributos estendidos para cada arquivo, esses atributos podem ser quaisquer informações sobre o arquivo. O sistema de arquivos do OS/2 também ordena a exibição de arquivos de um diretório automaticamente e mantém as informações sobre um arquivo próximo a ele, facilitando a localização de um arquivo em grandes discos. O HPFS também utiliza um sistema de cache de disco, para melhorar o seu desempenho, usando estratégias de alocação cujo objetivo é assegurar que os arquivos permaneçam contíguos.

De todos os atributos do OS/2, os mais importantes estão em sua proteção, impedindo que um aplicativo derrube o sistema todo, pois o acesso à memória é exclusivo, e totalmente gerenciado pelo OS/2.

MEMÓRIA

Toda a memória do computador possui um endereço relativo a ela. O processador usa esse endereço para recuperar ou modificar o conteúdo da memória em um local em específico.

No OS/2, toda a memória é acessada usando-se um endereço de 32bits. Esse endereço permite até 4 GB de endereçamento direto. Existem dois esquemas para acessar a memória do computador: o plano (usado no OS/2) e o segmentado (usado no DOS e Windows 3.11).

No modelo de memória plano, a memória está totalmente disponível ao processador e pode ser acessada diretamente; os endereços são seqüenciais de 0 a 2³²-1 (4 GB).

No modelo de memória segmentado, a memória total é dividida em segmentos de 640KB. Um aspecto importante nessa diferença no modo de gerenciar memória é que no OS/2 o limite de 640KB é inexistente. Observe que isso se refere a um sistema operacional dos anos 80, o que dá a exata noção do quanto ele já era avançado na época.

CAPACIDADE MULTITAREFA

O OS/2 é um sistema multitarefa, ou seja, capaz de processar inúmeros programas ao mesmo tempo. Ele foi desenvolvido desde seu início para ser um sistema preemptivo e essa é uma das suas grandes vantagens.

O sistema preemptivo divide o processador e a RAM da máquina entre os programas de modo que todos fiquem com o suficiente. Diferente do modelo cooperativo de multitarefa, os recursos são totalmente administrados pelo S.O., não podendo ser afetados pelos aplicativos.

O OS/2 roda aplicativos de 16 bits em áreas isoladas na memória, protegendo assim cada um do comportamento inadequado dos outros.