Sistema Toyota De Produção
Monografias: Sistema Toyota De Produção. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ttiagoamorim • 15/10/2014 • 3.620 Palavras (15 Páginas) • 392 Visualizações
SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO (TOYOTA WAY)
O Sistema Toyota de Produção é uma combinação dos princípios e técnicas de qualidade total, da administração científica e das tradições culturais japonesas.
O Sistema Toyota de Produção é sustentado pelo sistema JUST IN TIME e pela autonomação. Just in Time significa que, em um processo de fluxo, as partes corretas necessárias à montagem alcançam a linha de montagem no momento no momento em que são necessários e somente na quantidade necessária. A autonomação, que não deve ser confundida com a simples automação, também é conhecida com a automação com o toque humano.
Para entender melhor a autonomação:
“Muitas máquinas funcionam sozinhas uma vez que estejam ligadas. Mas, as máquinas de hoje possuem uma tal capacidade de desempenho que pequenas anormalidades, como a queda de um fragmento qualquer em seu interior pode, de alguma forma, danificá-la. Quando isso ocorre, dezenas e em seguida centenas de componentes defeituosos são produzidos e logo se acumulam. Com uma máquina automatizada deste tipo, a produção em massa de produtos defeituosos não pode ser evitada” (Taichi Ohno, 1997)
Ainda segundo Taichi Ohno, “1997) “ é por isso que a Toyota dá ênfase à autonomação – máquinas que podem evitar tais problemas “autonomamente” – e não a simples automação. A idéia surgiu com a invenção de uma máquina de tecer auto-ativada por Toyoda Sakichi (1917 – 1930), fundador da Toyota Motor Company”. Significa a transferência da inteligência humana para uma máquina.
O desenvolvimento desse modelo é uma história que começa nos anos 50, quando a economia japonesa estava debilitada e a Toyota, uma empresa de pequeno porte, tinha um programa de produção de 1.000 carros por mês. Se fabricasse mais, não conseguiria vender.
Nos anos 80 a Toyota fabricava 1.000 carros em poucos minutos e era a terceira fabricante mundial, atrás da General Motors e da Ford.
Como foi feita essa transição?
Eiji Toyoda, da família proprietária da Toyota, e Taiihi Ohno, o chefe da engenharia da empresa, são os principais responsáveis pelo conjunto de técnicas de manufatura que se tornou conhecido como Sistema Toyota de Produção.
Nos anos 50 ambos concluíram que o sistema Ford não poderia funcionar na Toyota, que era sensivelmente menor e precisava de soluções mais eficientes e menos dispendiosas.
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Ao longo de um período de cerca de 20 anos, Toyoda e Ohno colocaram em prática os princípios que formam a base do Sistema Toyota de Produção e que são os seguintes: eliminação de desperdícios e produção de veículos com qualidade. Esses dois princípios assentam-se numa base comportamental.
Eliminação de Desperdícios.
Nos anos 50, a indústria ocidental tinha muito do que para os japoneses era desperdício de esforços, materiais, espaço e tempo.
O mesmo era verdadeiro no caso dos recursos humanos: muita gente cuidando de planejamento e controle da produção, compras, controle da qualidade, manutenção.
A indústria tradicional seguia uma filosofia conhecida como just-in-case, que significa manter recursos abundantes, particularmente máquinas e estoques, em estado de prontidão, para assegurar a produção e enfrentar as flutuações.
O que os ocidentais enxergavam como precaução, os japoneses enxergavam como desperdício.
O primeiro componente do sistema Toyota de administração é a eliminação de desperdícios, por meio da aplicação da filosofia do just-in-time e das técnicas de racionalização do trabalho, criadas pelo movimento da administração científica.
Just-in-time significa produzir apenas o necessário, no momento certo.
Kaizen é a palavra japonesa que significa aprimoramento contínuo.
É usada para designar os esforços sistemáticos de redução de desperdícios, levados a efeito por meio do procedimento inventado por Taylor: análise de uma tarefa, proposição da maneira mais eficiente de realiza-la e implantação da tarefa modificada.
Produção com Qualidade.
Depois dos desperdícios, a segunda inconveniência que a Toyota procurou evitar foi a maneira tradicional de enfrentar os problemas do processo produtivo.
Os defeitos são tratados de forma pontual – um a um, sem preocupação de ir às causas.
Em primeiro lugar, os trabalhadores receberam a instrução de parar a linha de produção sempre que encontrassem um problema que não conseguissem resolver.
Em segundo lugar, eles deveriam analisar sistematicamente cada erro, perguntando sucessivamente “por quê?” até chegar à causa fundamental. Essa metodologia foi chamada de “cinco por quês”.
No começo, quando esse procedimento foi instalado, a linha de produção parava a toda hora.
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À medida que eram corrigidos em suas causas fundamentais, os problemas caíam drasticamente, a ponto de a proporção de veículos fabricados em relação à produção prevista aproximar-se de 100%.
Produção Enxuta.
As técnicas desenvolvidas na Toyota foram rapidamente adotadas em outras empresas no Japão.
Nesse processo outros ingredientes foram agregados, originando um conjunto de soluções que se tornou conhecido como “o modelo japonês de administração”.
O conjunto dessas técnicas e soluções também ficou conhecido como sistema de produção enxuta, por causa de sua orientação para a economia de recursos.
Posteriormente, a idéia central da produção enxuta – a eliminação de desperdícios - ganhou maior envergadura e alcançou toda a administração da empresa.
Nos anos 90, a expressão empresa enxuta passou a fazer parte do vocabulário da administração, já como um elemento que integra os chamados novos paradigmas da administração.
JIT (Just in Time)
Quando falamos em JIT (Just in Time) - o material certo, disponível na hora certa, no local certo, no exato momento de sua utilização - não estamos falando de um conceito exatamente novo.
Esse conceito baseia-se na percepção de que se chegar tarde há paralisação do processo produtivo, e chegando muito cedo haverá um simples acúmulo de material
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