Sustentabilidade e Construção Civil
Por: Henrique Beltrane • 29/5/2018 • Trabalho acadêmico • 706 Palavras (3 Páginas) • 163 Visualizações
Sustentabilidade e construção civil: professor e alunas desenvolvem tijolo ecológico à base de papel reciclado
O projeto está entre os finalistas em uma renomada feira de ciências
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Em tempos em que a sustentabilidade se tornou um paradigma imperativo em diversas áreas, na construção civil não podia ser diferente, afinal de contas o setor é um dos maiores responsáveis pela geração de resíduos nas grandes cidades. É fato que as questões ambientais tornaram-se imprescindíveis nos mais diversos campos, sobretudo na engenharia, passando a ocupar espaço na agenda de empresas e profissionais da área. Concomitamente surgiu a necessidade de se repensar métodos e utilização de novos materiais.
Conectados a essa demanda, o professor de Engenharia das Faculdades Integradas de Caratinga (FIC), Ricardo Botelho, e as alunas do quarto período de Engenharia Civil, Jéssica Cristina Pires e Sabrina Kelly Mota desenvolveram um tijolo ecológico à base de papel e agregados da construção civil. O invento deu tão certo que o projeto está entre os finalistas da segunda edição da Feira de Ciências e Inovações Tecnológicas (Feicintec), promovida pelo Crea com o intuito de incentivar ideias inovadoras.
Ricardo conta que o projeto surgiu há seis meses, desde então vem sendo aprimorado com a colaboração das alunas. “A iniciativa de se produzir o tijolo ecológico surgiu quando pensamos em dar um novo destino ao papel que era descartado da reprografia da faculdade. Depois de vários experimentos conseguimos chegar a um resultado satisfatório: um tijolo mais leve e resistente, que possui a característica de ser um isolante térmico e acústico, devido à utilização da celulose”, explica.
Etapas da produção
Para se chegar ao resultado final, o bloco passa por algumas etapas. Na primeira delas, o papel é triturado e mergulhado numa solução de sulfato de cálcio para que seja corrigido o ph e retirado o corante do papel – o que pode influenciar na resistência do produto.
Após três dias imerso na solução, o substrato de celulose é agregado ao cimento, numa proporção de três para três. A mistura passa pela betoneira até ganhar a consistência adequada. Depois disso, a massa é prensada em uma máquina responsável por dar forma ao bloco. Em seguida, o tijolo passa pelo processo de secagem, que dura cerca de 24 horas, para depois então ir para uma estufa aquecida a 115 graus.
Apesar de já ter passado por testes de resistência e estar adequado a rígidas normas, por enquanto o tijolo só pode ser usado em paredes internas, por conta da característica de absorção de água apresentada pela celulose. Está sendo estudada a possibilidade se adicionar resina para melhorar essas condições.
A excelente notícia é que, além de possuir todas as propriedades descritas, o bloco ecológico pode trazer grande economia a uma construção, uma vez que necessita uma quantidade bem menor de reboco que um tijolo convencional. A quantidade de tinta também pode ser poupada, pois o invento necessita de uma menor quantidade de pigmento na pintura.
Expectativa de premiação
A estudante Jéssica diz que sempre teve vontade de se envolver em projetos na faculdade e ficou muito surpresa ao se interar da pesquisa realizada por Ricardo. “Jamais pensei que realmente fosse dar certo um tijolo feito à base de papel. Hoje estamos empenhados buscando aprimorá-lo”, anima-se.
Já a futura engenheira Sabrina, explica que sempre se interessou pelo tema sustentabilidade e que é de extrema importância que toda instituição de ensino incentive o aluno a participar de projetos de pesquisa e extensão. “Toda faculdade deve dar esse tipo de oportunidade ao estudante, até porque, na sala de aula tudo que aprendemos é muito teórico. Quando nos envolvemos com pesquisa e vivenciamos o conhecimento na prática, compreendemos tudo melhor.”
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