Sustentabilidade elétrica e hidráulica em edificações

RESUMO

Este artigo tem como objetivo estudar os meios utilizados nas edificações para amenizar os impactos ao meio ambiente. Trata, especificamente, do estudo de materiais e processos que garantirão a eficiência energética e a gestão de água nas edificações após sua conclusão, tornando-a uma edificação sustentável.

Palavras-Chave: Sustentabilidade. Energia. Água.

1 INTRODUÇÃO

De acordo com Agopyan (2011), desenvolvimento sustentável, segundo a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, “é aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as próprias necessidades.”

Diante desse conceito, podemos dizer que construção sustentável é uma forma de se construir edificações minimizando os impactos ao meio ambiente durante toda sua execução e/ou pós-construção, preservando os recursos naturais para que as gerações futuras também possam usufruir dos mesmos.

Durante o processo de construção, a forma sustentável se destaca pelo uso de materiais recicláveis e de materiais de menor impacto ambiental, como madeiras reflorestadas e bambu. Destaca-se, ainda, pela redução de poluentes e das perdas de materiais e pela reciclagem de resíduos como materiais de construção.

Já, após a sua conclusão, o que torna a edificação sustentável são os meios utilizados para obter melhor eficiência energética e para gerir a utilização da água.

Este trabalho aborda especificamente os meios, processos e materiais utilizados, que garantirão a sustentabilidade da edificação após a sua conclusão, reduzindo o consumo de energia elétrica e de água.

O tema proposto será analisado em dois tópicos. No primeiro, será dado enfoque à eficiência energética, ressaltando a utilização de meios de obtenção de energia elétrica a partir da captação de energia solar e o uso de recursos que reduzem o consumo de energia na edificação. No segundo, serão abordados os meios de se obter uma melhor gestão da água por meio da captação de água de chuva, do reaproveitamento de água e da utilização de produtos e equipamentos que reduzem o consumo hídrico.

Este trabalho não tem a pretensão de esgotar todo o assunto no tocante à sustentabilidade na construção civil, mas sim, de apresentar e ressaltar a importância da utilização de alguns meios capazes de minimizar os impactos à natureza causados pela utilização da edificação no dia-a-dia.

2 SUSTENTABILIDADE ELÉTRICA

Segundo Agopyan (2011), estima-se que em 2003 o consumo diário de energia no Brasil foi de 46.300kcal por habitante, sendo que as regiões mais desenvolvidas apresentam um consumo muito superior às demais. Esse consumo de energia vem crescendo exponencialmente na sociedade moderna.

De acordo com Agopyan (2011), em média, 24% do consumo de energia elétrica de uma residência é para aquecimento de água e 14% para iluminação, ou seja, mais de um terço da energia consumida é utilizado para aquecimento de água e iluminação. Por isso, ao preocupar com a sustentabilidade da edificação, o foco principal é sempre esse tipo de consumo.

A sustentabilidade energética da edificação pode ser alcançada por meio da redução do consumo de energia elétrica, com o uso do aquecimento de água através da energia solar, por meio de iluminação natural e pelo uso de materiais que consomem menos energia, como lâmpadas de LED, por exemplo.

Outra forma de se garantir a sustentabilidade energética é a produção de energia elétrica através da captação de energia solar com o uso das chamadas placas fotovoltaicas.

Alguns desses meios já são bem populares, outros, ainda nem tanto devido ao alto custo.

2.1 Aquecimento de água com o uso de placa solar

Segundo Cavalcante (2016), o fim dos combustíveis fósseis tem se tornado um dos assuntos mais falados e discutidos nos últimos tempos a respeito de produção de energia. Por isso há uma grande busca por fontes alternativas de obtenção de energia para a solução deste problema.

A energia solar é a forma de energia mais limpa e abundante existente na natureza, com isso, os aquecedores solares têm conquistado seu espaço em residências, indústrias, edifícios e outros lugares que forem apropriados o seu uso.

O sistema básico de aquecimento de água através de energia solar é composto por placas e um reservatório de água que é conhecido como Boiler. Essas placas solares são responsáveis pela captação da energia solar. A energia absorvida é transmitida para a água que circula no interior de suas tubulações de cobre. O reservatório de água (Boiler), é um recipiente que armazena a água aquecida. É um cilindro de cobre ou de aço inoxidável, porém isolado termicamente com poliuretano sem CFC (Cloro-flúor-carbono), isso é para diminuir ao máximo a perda de calor no processo da condução térmica, desta forma a água permanece aquecida e pronta para o consumo. A caixa de água fria mantem o Boiler sempre cheio. Através de um processo denominado termossifão, a água circula entre os coletores e o reservatório; a água do coletor é mais quente é menos densa que a água do reservatório, consequentemente a água fria mais densa empurra a água quente para o reservatório assim gerando a circulação no sistema.

Na figura 01 é possível ver um modelo de sistema de aquecimento de água.

Figura 01 – Sistema de aquecimento de água

Fonte: http://brasilescola.uol.com.br  

2.2 Geração de energia elétrica por meio da luz solar

Diferente dos aquecedores solares, que apenas geram água quente para chuveiros, torneiras ou piscinas, as placas fotovoltaicas têm a capacidade de gerar energia elétrica a partir dos raios do sol. Essa energia pode ser utilizada para diversos fins, como acender lâmpadas ou ligar eletrodomésticos.

Segundo Ferreira (2014), um sistema de geração de energia elétrica a partir da luz solar se utiliza de células fotovoltaicas, convertendo a energia luminosa em eletricidade a ser convenientemente aproveitada, possuindo algumas vantagens fundamentais como, por exemplo, ser silencioso, não consumir combustível, não produzir contaminação ambiental,