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Tipos de Biodigesters

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Por:   •  6/4/2014  •  Relatório de pesquisa  •  5.920 Palavras (24 Páginas)  •  291 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A importância de atender cada vez mais pessoas com necessidade de energia de boa qualidade vem apresentando alguns obstáculos aos quais se relacionam principalmente o fator ambiental e a disponibilidade de energia. O constante desenvolvimento na tecnologia mundial reflete diretamente nos processos agroindustriais, forçando um aumento da produção para o próprio desenvolvimento social, acarretando um considerável aumento na produção de resíduos orgânicos cuja maioria das vezes tem seu descarte feito de maneira incorreta, não sendo aproveitado da maneira mais adequada. O acúmulo destes resíduos gradativamente trará a poluição do solo onde se encontram, incluindo também recursos hídricos e até mesmo a atmosfera.

Há também a temática do recurso cada vez mais desenfreado ao consumo de energias não renováveis e as repercussões em que esses atos se traduzem, não só em termos ambientais, mas também na poluição por eles causada, como também as previsões de escassez daqueles recursos num futuro não muito distante.

A preservação ambiental é uma grande preocupação mundial e principalmente dos centros de pesquisa que estudam tecnologias adequadas para reverter à tendência à degradação, a fim de assegurar a não ocorrência de prejuízos irreparáveis e garantir uma satisfatória melhoria na qualidade de vida das gerações atuais e futuras.

Os biodigestores apresentam uma tecnologia limpa, trazendo benefícios em forma de biogás e fertilizantes.

No setor agrícola tais esforços no sentido da promoção dos recursos naturais também são envidados, sobretudo em torno do impacto ambiental relacionado com as explorações agrícolas, principalmente com o subsetor pecuário, onde as emissões de efluentes orgânicos constituem um dos maiores causadores de problemas ambientais destacando-se a eutrofização.

Em grande parte dos países subdesenvolvidos os recursos hídricos são escassos e a água potável não se encontra disponível para a maior parte da população, fato que, anualmente, provoca milhões de mortes, não só devido a doenças transmitidas pela água, mas também pela deficiente nutrição causada pela inviabilidade de cultivo em áreas excessivamente áridas.

O setor agrícola contribui fortemente com emissões de dejetos e emissões de compostos azotados e fosfatados num grau elevado para que estes consigam ser biodegradados naturalmente, e manejo inadequado desses dejetos, os quais são ricos em matéria-orgânica e agentes patogênicos, responsáveis pela poluição de águas superficiais e subterrâneas, devido ao carregamento desse material pela ação das chuvas.

Esses dejetos são compostos de um elevado teor energético, com macro e micro-nutrientes.

Conseqüentemente, estas massas de água evoluem para um estado eutrófico, caracterizado por uma capacidade de produção biológica importante, que leva ao desenvolvimento incontrolado de certas espécies em detrimento de outras, como é o caso do fenômeno da “floração da água” – rápido aumento da população de espécies vegetais aquáticas – que cobrem a superfície aquática e provocam a diminuição do nível de oxigênio da água, tendo conseqüências nefastas para a ecologia local e até para a sustentabilidade da vida humana. O crescimento das plantas aquáticas à superfície da água também provoca a intercepção de grande parte das radiações solares, inviabilizando o crescimento das plantas e algas que se encontram a maiores profundidades, causando a putrefação das mesmas.

O processo de decomposição destas plantas vai originar a libertação de gases tóxicos, como o metano, criando condições para o desenvolvimento de algas cianófitas, fontes de toxinas.

Os depósitos levam ao progressivo assoreamento das lagunas e lagos, que se transformam em pântanos e evoluem para um ecossistema terrestre.

Os dejetos de bovinos também são freqüentemente utilizados como fonte de adubação de forragens, entretanto, a simples aspersão desse material nas pastagens ou campineiras, possibilita a continuidade do ciclo biológico dos nematódeos gastrintestinais aumentando o potencial de contaminação e colocando em risco a saúde dos animais. Assim, a adoção de práticas de manejo que visem minimizar a transferência de contaminantes às pastagens é de fundamental importância dentro de um sistema de produção, ainda que seja necessário observar as técnicas e os tempos de retenção recomendados.

O biodigestor anaeróbio representa uma alternativa para o tratamento de resíduos, incluindo culturas agrícolas, dejetos de animais, lodos de Estações de Tratamento de Esgotos e lixo urbano, pois além de reduzir o potencial poluidor e os riscos sanitários com os dejetos, promove a geração do biogás. O Brasil se destaca na área de combustíveis alternativos, seja com o biodiesel ou biogás. Na perspectiva econômica, o biogás contribui como uma fonte extremamente viável para quem vive afastado da área urbana.

Além da fabricação do biogás, não se obtém apenas o combustível, mas também como "subproduto" encontra-se o biofertilizante de excelente qualidade, podendo ser utilizado de diversas formas na agricultura.

Com o uso dos biodigestores é possível também utilizar a redução das emissões de gases de efeito estufa (o aprisionamento da radiação solar da atmosfera, que provoca o aquecimento excessivo do planeta, mudanças climáticas e, em longo prazo, pode causar tragédias como a inundação de cidades litorâneas) para negociar certificados de créditos de carbono com valor no mercado financeiro, de acordo com o Protocolo de Kyoto.

O objetivo principal deste trabalho é apresentar os biodigestores abordando os tipos e os aspectos tecnológicos envolvidos na construção e na produção do biogás e o potencial que o mesmo apresenta como uma alternativa energética e na redução de problemas ambientais.

2. BIODIGESTORES

2.1 Histórico

Com a crise do petróleo, na década de 1970, foi trazida para o Brasil a tecnologia dos biodigestores, sendo os principais modelos implantados o Chinês e o Indiano. Os benefícios do biogás e do biofertilizante de excelente qualidade obtidos pelos biodigestores rurais, até então praticamente desconhecidos no país, fizeram com que os programas de disseminação tivessem um vertiginoso crescimento na região. Posteriormente por motivos diversos, predominantemente correlatos à queda do preço do petróleo, houve uma forte desaceleração nos programas de disseminação. O corte nos incentivos

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