Tipos de Cimento
Por: Felipe Justino • 19/8/2019 • Resenha • 2.808 Palavras (12 Páginas) • 248 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA /3ª Série de Engenharia Civil
PROF. Dr. GILSON MORALES
O CIMENTO PORTLAND – texto complementar
É um aglomerante hidráulico obtido por meio da clinquerização de uma mistura de calcário e argila, com posterior adição de até 3% de gipsita (CaSO4.2H2O).
FASES PRINCIPAIS: Apresenta quatro fases principais (também chamadas de compostos anidros):
C3S – silicato tricálcico (alita) – 3CaO.SiO2
C2S – silicato dicálcico (belita) – 2CaO.SiO2
C3A – aluminato tricálcico (celita) – 3CaO.Al2O3
C4AF – ferro-aluminato tetra cálcico (ferrita) – 4CaO.Al2O3.Fe2O3
FASES OU COMPOSTOS SECUNDÁRIOS DO CIMENTO PORTLAND:
Podem ocorrer ainda o periclásio (MgO), em clínqueres magnesianos; e cal livre (CaO), em clínqueres com alto teor de saturação de cal.
Outras fases: TiO2, MnO2, compostos alcalinos: K2O e Na2O.
LIMITES DA ABNT:
MgO - ≤ 6,5% (NBR 14656) por ser expansivo ao se hidratar (forma a brucita)
SO3 - ≤ 4,0% (NBR 14656) dado indicador do teor de gesso (regulador do tempo de pega) adicionado ao cimento Portland.
Equivalente alcalino(%) – expressa a quantidade de Na2O e K2O (NBR 14656) – em presença de agregados reativos, podem gerar produtos expansivos na “reação álcali-agregado”. Deve ser ≤ 0,70
CaO – cal livre (não combinada) (NBR 7227)
Composição do cimento Portland:
Óxido Teor(%)
CaO 60 – 67
SiO2 17 – 25
Al2O3 3 - 8
Fe2O3 0,6 - 0,6
MgO 0,5 - 4
Álcalis (equivalente em Na2O) 0,3 – 1,2
SO3 2 – 3,5 (3% de gesso)
A Composição potencial (Bogue*):
Teor ABCP EUA5
%C3S 18 – 66% 20 – 70%
%C2S 11 – 53% 5 - 50%
%C3A 2 - 20% 1 - 15%
%C4AF 4 - 14% 1 - 17%
(*) Obs.: Obtenção da composição potencial segundo Bogue:
%C3S = (4,071.%CaO) – 7,600.%SiO2) – (6,718.%Al2O3) – (1,430.%Fe2O3) – (2,852.%SO3)
%C2S = (2,867.%SiO2) – (0,7544.%C2S)
%C3A = (2,650.%Al2O3) – (1,692.%Fe2O3)
%C4AF = 3,043.%Fe2O3
A % de CaO corresponde à cal combinada = cal total – cal livre
Os tipos de cimento Portland brasileiros são:
- CP I – Cimento Portland comum (clínquer + gipsita)
- CP I-S – Cimento Portland comum com adição
- CP II-E– Cimento Portland composto com escória de alto forno
- CP II-Z – Cimento Portland composto com pozolana
- CP II-F – Cimento Portland composto com fíler calcário
- CP III – Cimento Portland de alto-forno (com escória de alto forno)
- CP IV – Cimento Portland Pozolânico
- CP V-ARI – Cimento Portland de alta resistência inicial
- RS – Cimento Portland resistente a sulfatos
- BC – Cimento Portland de baixo calor de hidratação
- CPB – Cimento Portland branco
- CPB-E – Cimento Portland branco estrutural
Cimento Portland comum (CP-I)
O CP-I é o tipo básico de cimento Portland. A norma brasileira é a NBR 5732.
Classe de resistência: 25MPa.
Cimento Portland comum com adição (CP I-S)
O CP I-S, tem a mesma composição do CP I (clínquer+gipsita), porém com adição reduzida de material pozolânico (de 1 a 5% em massa). Este tipo de cimento tem menor permeabilidade devido à adição de pozolana. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5732.
Cimento Portland composto com escória (CP II-E)
Os cimentos CP II são ditos compostos pois apresentam, além da composição básica, a adição de outro material. O CP II-E, contém adição de escória granulada de alto-forno, o que lhe confere baixo calor de hidratação. O CP II-E é composto de 56% à 94% de clínquer+gesso e 6% à 34% de escória, podendo ou não ter adição de filer calcário (material carbonático = calcário moído) no limite máximo de até 10% em massa. O CP II-E é recomendado para estruturas que exijam um desprendimento de calor moderadamente lento. Normalmente se recomenda a cura ao longo da primeira semana. A norma brasileira é a NBR 11578.
Classe de resistência: 25, 32 e 40 MPa.
Cimento Portland composto com pozolana (CP II-Z)
O CP II-Z contém adição de material pozolânico entre 6% e 14% em massa, o que confere ao cimento menor permeabilidade, sendo ideal para obras subterrâneas, obras hidráulicas, especialmente em contato com água, tanto doces quanto marítimas, canais de irrigação e barragens. O cimento CP II-Z pode conter adição de até 10% de material carbonático (fíler calcário). A norma brasileira é a NBR 11578.
Classe de resistência: 25, 32 e 40 MPa.
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