Trens De Engrenagens Epicicloidais
Trabalho Escolar: Trens De Engrenagens Epicicloidais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 26/5/2014 • 3.828 Palavras (16 Páginas) • 1.348 Visualizações
Os trens de engrenagens epicicloidais ou trens de engrenagens planetárias (TEPs) são
sistemas de transmissão de alta complexidade cinemática e de difícil visualização. Entretanto,
são grandes as suas vantagens: compactos, leves, permitem altas reduções de velocidade,
possuem alta confiabilidade pois tem engrenamento permanente, possuem capacidade de
bifurcação e adição de potência e permitem múltiplas relações de transmissão. Sua principal
aplicação são as caixas de transmissão automática dos veículos modernos. Como existe uma
grande variedade de possibilidades de configurações na união de vários TEPs, o
estabelecimento de formas de representação do sistema em estudo é fundamental para sua
compreensão. Este trabalho tem como objetivo, apresentar as diversas formas de
representação adotadas por vários autores e mostrar as equivalências entre elas.
!" : Trens de engrenagens planetárias, trens de engrenagens epicicloidais,
representação.
#$%
Trem de engrenagem é uma cadeia cinemática destinada a transmitir rotações.
Segundo Pires e Albuquerque (1980), três montagens são possíveis: trem simples, trem
composto e trem epicicloidal. Trem simples é um sistema de engrenagens onde, em cada
eixo, só existe uma engrenagem (Figura 1a). O trem de engrenagem é chamado de composto,
quando existe um ou mais eixos com duas engrenagens ou mais (Figura 1b). Nestes dois
casos, o suporte dos eixos das engrenagens é fixo. Quando existe um suporte, de pelo menos
um eixo, dotado de movimento de rotação, o trem é chamado de epicicloidal. Na Figura 1(c),
os eixos que suportam as engrenagens intermediárias entre a engrenagem central e a externa
(esta última com dentes internos), estão montados em um suporte que gira em torno do eixo
central do conjunto. Essa possibilidade do eixo de uma engrenagem também poder girar ao
redor de outro eixo, além de girar em torno de si mesmo é que caracteriza um trem
epicicloidal. Essa nomenclatura se deve ao fato de um ponto, pertencente à engrenagem que
possui eixo móvel, descrever uma curva epicicloidal.
a) Trem simples b) Trem composto c) Trem epicicloidal
&# - Tipos de trens de engrenagens.
'$
(
Devido a analogia com nosso sistema solar, este tipo de trem epicicloidal é
freqüentemente chamado de trem planetário ou trem de engrenagens planetárias ou
simplesmente TEP. Em virtude disso, a engrenagem central é chamada de solar e a., ou as
engrenagens que giram em torno dela, são chamadas de planetárias ou satélites ou
simplesmente planetas. Quase sempre se utiliza, também, uma engrenagem de dentes internos
em torno do TEP, onde os planetários também se engrenam. Esta é chamada de anular,
semelhante a um anel. O elemento que suporta o eixo móvel dos planetas e que pivota em
torno do eixo principal do TEP é chamado de suporte ou braço. A Figura 2 identifica estes
elementos.
&'!Nomenclatura dos elementos de um TEP.
Diversos autores definiram o que é um trem de engrenagens planetários Dubbel
(1944) escreveu que engrenagens planetárias simples se caracterizam porque, nelas, existe
uma roda fixa e outra móvel que gira ao redor da fixa e se engrena com ela.. Lima (1980)
salientou que alguns sistemas de engrenagens se diferenciam dos comuns, pelo fato de
possuírem uma ou mais engrenagens com possibilidade de girar ao redor do próprio eixo e,
simultaneamente, em torno de um outro eixo. Shigley (1984) escreveu que, em um tipo de
trem de engrenagens, pode-se obter efeitos surpreendentes, fazendo-se com que algum dos
eixos gire em relação aos demais. Tais trens chamam-se trens planetários ou epicicloidais.
Olson et al (1987) definiram que os trens de engrenagens planetários consistem de uma ou
mais engrenagens centrais com engrenagens planetas engrenadas e que giram em torno
delas, de tal forma que os pontos dos planetas descrevam curvas epicíclicas. Brasil (1988)
definiu os TEPs, como trens de engrenagens em que alguns eixos são móveis, girando não só
em torno de si mesmos, mas também em torno de outro eixo do trem. As engrenagens
planetas estão ligadas por um braço de tal forma que a distância entre os centros das
engrenagens permaneça constante.
1RPH (TXLYDOHQWH
Trem de engrenagem
planetária
Trem de engrenagem
epicicloidal
Engrenagem solar Sol
Engrenagem anular Coroa
Engrenagem planetária Planetário, planeta ou satélite
Braço Suporte
Engrenagem
anular
Suporte
ou braço
Eixo principal
Engrenagens
planetárias
Os TEPs são sistemas de transmissão de alta complexidade cinemática e de difícil
visualização. Entretanto, suas vantagens são grandes: compactos, leves, alta redução de
velocidade, alta confiabilidade, alta densidade de potência, capacidade de bifurcação e adição
de potência, capacidade diferencial, sistemas de múltiplas relações de transmissão e
engrenamento permanente, permitindo ainda a minimização dos esforços nos mancais e
alinhamento dos eixos. Estas são algumas das características que tornam os TEPs sistemas
de grande potencial de aplicações, embora ainda não tanto estudado e pesquisado, de tal
forma a permitir cada vez mais sua utilização em massa (Dedini, 1985).
Suas vantagens os tornaram preferíveis para o uso militar, onde múltiplos
engrenamentos reduzem o risco de parada. O funcionamento suave também os tornam
adequados para uso em submarinos e a grande capacidade de redução torna possível sua
aplicação em turbinas. Os TEPs também são utilizados em aplicações aeroespaciais e em
helicópteros, além do uso automotivo como diferencial e caixa de transmissão automática. Os
TEPs são mecanismos interessantes porque tem dois graus de liberdade.
Pode-se aumentar a complexidade do TEP, alterando-se o arranjo da configuração das
engrenagens planetárias. A introdução de uma engrenagem intermediária entre o planeta e a
engrenagem central resulta na inversão do sentido de rotação do membro de saída e, portanto,
interfere no caráter cinemático do trem planetário. Estas duas engrenagens planetárias não
necessariamente podem estar alinhadas radialmente, como mostra a vista frontal da Figura
3(a). Quando se utiliza três planetários emparelhados, não é alterado o sentido de rotação.
Estes tipos são chamados de TEP com )*". Além disso, pode ocorrer
ainda de o TEP possuir pelo menos dois planetas solidários em um único eixo. São chamados
de TEP com )* ) (Figura 3 b). E é possível ainda, um TEP possuir
simultaneamente planetários emparelhados e compostos (Figura 3 c).
a) Planetário emparelhado b) Planetário composto c) Planetário composto
e emparelhado
&+ - Arranjos possíveis dos planetas nos TEPs.
Um TEP pode também possuir mais de um planeta entre as duas engrenagens centrais.
Isso não muda o caráter cinemático do TEP. Um aumento do número de engrenagens
planetárias resulta em uma maior divisão da carga transmitida entre os planetas. Essa é uma
das grandes vantagens dos TEPs, onde o esforço nos mancais é bastante aliviado devido à
simetria da aplicação da força pelos planetas, nos dentes da engrenagem solar. Portanto,
deve-se sempre evitar a utilização de um único planetário porque, neste caso, não seria
possível a compensação dos esforços. Na prática, normalmente se utilizam dois ou três
planetas.
Uma importante classe de trens de engrenagens epicicloidais são os que possuem
engrenagens cônicas (Figura 4 a). Somente com a utilização desse tipo de engrenagem é que
se permite utilizar uma engrenagem solar com o mesmo número de dentes da engrenagem
anular (Figura 4 b), o que seria impossível se todas fossem cilíndricas. A Figura 4(c) mostra
como se transforma um TEP que possui somente engrenagens cilíndricas em um TEP com
engrenagens cônicas, fazendo-se a inclinação do eixo que suporta os planetas. O uso de
engrenagens cônicas não muda o caráter cinemático do planetário e a grande aplicação dessa
montagem são os diferenciais automotivos. Este presente trabalho se restringe ao estudo de
TEPs com engrenagens cilíndricas.
&, - TEPs com engrenagens cônicas.
+$
(
Lévai (1968), identificou em seu trabalho, quatro tipos de TEPs: 1) TEP Elementar; 2)
TEP Simples; 3) TEP Ligado (TEP Incorporado) e 4) TEP Satélite e Planeta. Os tipos 2, e 3
são os mais importantes na prática.
+-#!
):
São aqueles que possuem apenas uma engrenagem central. Entende-se por
engrenagem central aquela cujo eixo de rotação é o eixo principal do TEP. Assim, a
engrenagem solar e anular são engrenagens centrais, conforme mostra a Figura 5.
&. - Exemplos de TEP elementar.
+-'
:
São aqueles que possuem duas engrenagens centrais, um ou mais planetas e um
suporte. A alteração da quantidade de engrenagens planetárias não interfere seu
enquadramento como TEP simples. A utilização de um número maior de planetas contribui
para uma maior e melhor distribuição das cargas atuantes. Este tipo também é chamado de
TEP básico.
a) Trem epicicloidal cônico b) Trem epicicloidal
cônico de topo
c) Transformação de um TEP
cilíndrico em cônico
Suporte SuportePlaneta
Solar
Suporte
Anular
Planeta Planeta
Suporte
Anular
&/! Exemplos de TEP simples com 1 e 3 planetas.
+-+!
&
Os TEPs ligados se caracterizam pelo fato de que possuem mais de duas engrenagens
centrais e podem ser separados em dois ou mais planetários simples. A separação de um TEP
ligado não será muito óbvia se existir um incorporamento entre planetas e, neste caso, o TEP
é classificado como incorporado. Trata-se portanto, de um caso particular do TEP ligado. A
nomeclatura utilizada na Figura 7 é: P para engrenagens de dentes externos (positivo), N para
engrenagens de dentes internos (negativo) e a letra entre parêntesis refere-se a planetas.
&0 - Exemplo de TEP ligado.
+-,!
)1)
)
Um TEP é classificado como satélite e planeta quando um TEP secundário é
introduzido no eixo do planetário do TEP primário, conforme mostra a Figura 8.
&2 - Exemplo de TEP satélite e planeta.
,$
Como existe uma grande variedade de possibilidades de configurações de TEPs,
torna-se necessário estabelecer formas de representação, para se definir e identificar o sistema
em estudo. Diversas formas de representação de sua topologia já foram desenvolvidas.
Basicamente existem três tipos de representação: funcional, esquemática e por grafo. A
representação funcional pode ainda ser apresentada na forma tridimensional, em corte ou
convencional. A representação esquemática pode ser apresentada sob a forma de esquema
para definir um TEP e sob a forma de diagrama esquemático de blocos para definir as
ligações entre vários TEPs. A representação por Grafo, mais recentemente utilizada para
representar os TEPs, tem a vantagem de facilitar a utilização de computadores para a solução
de problemas relativos a este mecanismo. Para solucionar dificuldades de isomorfismo
identificadas na representação por grafo originariamente proposta, foi apresentada uma nova
forma de representação por grafo, além da forma canônica. Cada uma destas formas de
representação serão tratadas nos próximos itens. A Figura 9 ilustra as formas de
representação disponíveis com os respectivos exemplos.
Tipo P(PP)P + Tipo P(P)N
a’a’ cc c’c’
&3! Formas de representação dos TEPs.
,-#!)45
A representação funcional foi a primeira a ser empregada para identificar um TEP.
Sua vantagem é que há paridade entre o modelo e a representação. Ela pode ser apresentada
sob a forma convencional (croqui), em corte e tridimensional. A Figura 13 mostra as três
formas de representação funcional de um mesmo TEP, onde as engrenagens são
representadas pelos seus círculos primitivos que indicam em que pontos elas se tocam.
Devido a simetria dos mecanismos planetários, é usual a representação de apenas metade do
mecanismo. A representação funcional do TEP é feita incluindo a carcaça ou apoio do
mecanismo. Quando não se inclui a carcaça ou apoio, obtêm-se a estrutura cinemática.
(a) Convencional (b) Em corte (c) Tridimensional
 - Representação funcional de um TEP.
,-'!)457
Há duas formas distintas de representação esquemática de trens de engrenagens
planetárias: através de um esquema ou através de um diagrama de blocos. A primeira forma
tem por finalidade identificar sua estrutura cinemática e a segunda tem por objetivo o estudo
cinemático e do fluxo de potência em um sistema de vários TEPs ligados. A seguir, será
detalhado a metodologia de cada uma destas formas de representação.
(VTXHPiWLFD
*UDIR
)XQF LRQD O
Convencional
Corte
Tridimensional
Esquemática
Blocos
Convencional
Nova
Canônica
I
II F
P1
AB12
P2S1 D
S1
AB12
S2
A21B
P2
P1
P1 P2 P3
b c d
S1
P1 AS12
BB12
P2
C* C*P1 BB12
P2
AS12
C*
C*=Carcaça
S1
AS12
P2
,-'-#!)457*)
A forma de representação esquemática de um TEP foi publicada em 1969 por
Buchsbaum e Freudenstein (1970) para identificar sua estrutura cinemática. Um vértice,
representado por um círculo branco, significa um suporte de um eixo ou o próprio eixo. Um
vértice, representado por um círculo preto, significa que há um engrenamento. Assim, cada
elemento (conjunto de engrenagens e/ou eixos que sejam solidários entre si) do TEP forma
um polígono hachuriado cujo número de vértices dependerá do número de vínculos
(engrenamentos, apoios, eixos) deste elemento. O menor número de vínculos que um
elemento isoladamente pode ter é dois (exemplo: uma engrenagem tem o vínculo do
engrenamento e o apoio em torno de um eixo). Neste caso, o polígono sombreado se reduz a
uma linha que une os dois vértices - um branco e o outro preto. Uma engrenagem bí-apoiada
ou um eixo trí-apoiado será representado por um polígono de três vértices (um engrenamento
e dois apoios ou os três apoios). Três engrenagens solidárias com um furo central para o eixo
será representada por um polígono de quatro vértices. A Figura 11 mostra um exemplo.
É importante salientar que a soma do número de áreas sombreadas e das linhas
isoladas representa o número de elementos do trem epicicloidal, aí incluído a carcaça ou
apoio. O TEP da figura tem 6 elementos. A representação esquemática conta com 5 áreas
sombreadas e mais um segmento que representa a engrenagem solar S1 com o vínculo do
engrenamento (círculo preto) na planetária P1 e um vínculo de apoio e pivotamento na
carcaça C* (círculo branco).
&## - Representação funcional em corte e esquemática do mesmo TEP.
,-'-'!)457*)&8
Macmillan (1961) propôs uma forma de representação para o estudo do fluxo de
potência em mecanismos diferenciais. Sanger, em seu trabalho de 1972, sobre síntese de
TEPs, utilizou esta forma de representação em um sistema de vários planetários conectados
entre si. Este tipo de montagem é bastante utilizada em sistemas de transmissão de múltiplas
velocidades. O elemento básico é o TEP simples, com dois graus de liberdade, que pode estar
acoplado com outros TEPs. As conecções externas do TEP podem ser usadas como entrada,
saída ou membro de controle. Portanto, para uma representação esquemática por diagrama de
blocos é necessário se conhecer o número de TEPs e suas respectivas conecções. Os TEPs
são representados por blocos e as conecções por círculos, conforme demonstra a Figura 12.
&#' - Representação de dois TEPs ligados e suas conecções.
P1
BB12
P2
AS12
S1
Carcaça
P1 BB12
P2
AS12
S1
C*
C*=Carcaça
I
II
,-+!)459
Segundo Wilson et al (1990), um grafo é um diagrama que consiste de pontos
chamados vértices, unidos por linhas chamadas bordas, de tal forma que cada borda une dois
vértices. A teoria de representação por grafo tem uma ampla faixa de aplicação, desde
estudos sobre sistemas flexíveis de manufatura, gerenciamento da produção, tráfego urbano
e até a representação de mecanismos. A representação por grafo tem sido usada como modelo
de mecanismos desde 1960 (Olson et al.). Sua utilização tem a vantagem de facilitar o uso de
computadores e sua principal característica é que há uma correspondência paritária entre os
vértices e os elementos do TEP e as bordas com as ligações entre os elementos. O grafo
também pode ser apresentado sob a forma de matriz, de onde se pode utilizar técnicas
algébricas para a análise do TEP.
,-+-#!)45 9
A representação convencional por grafo de um TEP é feita da seguinte forma: 1) Cada
elemento é representado por um vértice. Engrenagens distintas mas solidárias são
representadas por um único vértice ou seja, trata-se de um único elemento. Idem para uma
engrenagem solidária com um eixo. O braço também é considerado um elemento assim
como as engrenagens. Elementos fixos são representados por um círculo em torno do vértice.
2) As bordas ou lados tracejados representam um engrenamento entre dois elementos. São
chamadas de “bordas de engrenamento” .3) Uma borda ou lado de linha contínua indica que
um elemento gira ou pivota sobre o outro. Este lado é chamado de “ borda de revolução”.
4) Cada borda e cada vértice é denominado com o respectivo símbolo utilizado nas demais
formas de representação.
Esta representação é comumente chamada de bicolor em função da necessidade de
distinguir a diferença entre uma ligação de elementos através de engrenamento ou
pivotamento. Para ilustrar este tipo, têm-se na Figura 13 a representação funcional
convencional e a respectiva representação por grafo. Alguns autores utilizam bordas
contínuas para ambos os casos, diferenciando-as pela espessura da linha.
&#+ - Representação por grafo.
Entretanto, a representação por grafo convencional pode resultar em que o mesmo
TEP possa ter mais do que uma representação (Hsu - 1992). Segundo Hsieh (1987), quando
existe três ou mais elementos coaxiais em um TEP, pode-se fazer um rearranjo nos elementos
coaxiais sem afetar e alterar a funcionabilidade do mecanismo. Isto pode resultar em um
problema de isomorfismo. Dois grafos são ditos isomórficos se existe uma correspondência
biunívoca entre seus vértices e bordas. Para os TEPs, dois grafos não isomórficos ou distintos
podem representar mecanismos cinematicamente equivalentes. Tais grafos são chamados de
pseudoisomórficos.
S1
A1
FE
D
P1
B1
P2
S2
A2
B2 F
E
P1
A12B
P2
S2
AB21
S1
D
D
D
Para superar esta dificuldade, foi então proposta uma nova forma de representação por
grafo, abordada no item seguinte.
,-+-'$ )459
Diversos autores (Olson et al., Yan and Hsu) publicaram, após 1987, uma nova
proposta de representação de TEPs por grafo, sem os inconvenientes verificados em sua
forma convencional. Nesta nova representação, um TEP com “n” elementos é identificado
por um grafo completo com “n” vértices. A diferença é que, além de vértices, bordas de
engrenamento (linha tracejada) e bordas de revolução (linhas contínuas) ainda se tem um
polígono sólido. Por esta proposta, um único grafo da Figura 17 representa o TEP mostrado
na Figura 16.
Considerando que os elementos que giram em torno de um mesmo eixo estão em um
mesmo nível, Hsu propõe uma nova forma de representação de TEPs por grafo, onde estes
elementos de mesmo nível formam um polígono sólido.
&#, - Nova representação por grafo do TEP da Figura 13.
,-+-'-#$)45:);
A matriz é a fundamental e completa representação de um grafo. Existem
diferentes tipos de matriz que caracterizam um grafo. Um exemplo é a matriz de
elemento-a-elemento ou um-para-um. Esta matriz, para representar um TEP de “”
elementos, é definida como uma matriz de X cujos elementos são dados por LM = 1 se o
elemento é adjacente com e, caso contrário, LM = 0 (inclusive LL = 0).
Para a nova representação por grafo com vértices, a matriz A pode ser
definida como uma matriz simétrica de ordem em que o elemento LM = 1 se o vértice é
adjacente ao vértice por uma borda de revolução (linha cheia), LM = 2 se é adjacente ao
vértice , unidos por uma borda de engrenamento (linha tracejada), LM =
se o vértice é
adjacente ao vértice com um polígono sólido com
vértices e LM = 0 se os vértices não são
adjacentes. Ainda se tem LL = 0. Por exemplo, a Figura 14 apresenta um grafo com 6 vértices,
bicolorido e com um polígono sólido de 4 vértices. A correspondente matriz de conectividade
utilizando a seguinte ordem dos elementos (P1, P2, S1, S2, A1B2 e A2B1) é:
S1
AB12
S2
A21B
P2
P1
002210
001022
210444
204044
124404
024440
= (1)
,-+$)45<9
Para evitar o problema já relatado na seção 4.3.1 do pseudoisomorfismo na
representação convencional por grafo, diversos autores (Tsai-1988, Chatterjee-1995)
propuseram uma outra alternativa em função da existência de pelo menos três elementos
coaxiais: a representação canônica por grafo. Nesta representação, há uma distinção entre as
bordas e os vértices que são divididos em vários níveis. No primeiro nível, ficam as
representações das engrenagens solar e anular e o braço. No segundo nível, ficam os planetas.
Abaixo de todos está o nível base, que representa o eixo comum do conjunto. A Figura 15(b)
mostra um exemplo de representação canônica por grafo do TEP da Figura 15(a).
A representação canônica por grafo tem sua aplicação típica na ilustração de “caixa de
transmissão epicicloidal” conhecidas também por “ caixa de transmissão automática”
utilizada amplamente em automóveis. Estes sistemas normalmente trabalham com um único
eixo comum, apoiado em uma carcaça por rolamentos. A taxa de redução do conjunto é a
relação entre a rotação do eixo de saída e a rotação do eixo de entrada. Com a utilização de
freios e embreagens, várias taxas de redução são obtidas.
&#. - (a) Representação funcional e (b) respectiva representação canônica por grafo.
.$=:
Na Figura 16, é apresentado um exemplo das diversas representações de um sistema
de transmissão chamado “caixa Wilson” de 4 velocidades. Trata-se de uma série de quatro
TEPs ligados entre si com 10 elementos e uma carcaça. Pela representação por diagrama de
blocos, pode-se observar que há duas ligações diretas a um TEP (S1 e A4) , três conecções
unindo duas saídas (B1A2 , S2S3 , B3B4 ) e uma conecção unindo quatro saídas o que resulta
em um sistema com dois graus de liberdade. Para utilização deste sistema como transmissão,
é necessário atuar nos membros de controle de tal forma que resulte em grau de liberdade
igual a 1. Aplicando-se um freio de cada vez, obtêm-se este resultado, alterando a relação de
transmissão, sem necessidade de que haja desengrenamentos dos elementos.
A1
S2
a
A3
S1
2º nível: planetas
1º nível: solar,
anular e braço
nível base: eixo
do TEP
0
B1
A3
P1 P2 P3
a
d
a a a a
&#/ - Formas de representação da caixa Wilson de 4 velocidades.
Em b r e a g e m
3ª 2ª 1ª Ré
4ª (direta)
Tambores de
aplicação dos
freios de cinta
Carcaça
ou apoio
Carcaça
ou apoio
Saída para
o diferenc ial
Entrada
ré
Freio de cinta
Embreagem
1a
2a
3a
4a
entrada saída
A - anular
B - Braço
S - solar
P - planetab d
a
a
c
S1
S3S2
P2 P3
P4
P1B1
B3 B4
B2
A2A1 A3 A4
Ia,b,c,d,e = eixos
Ie
S4
ApoioApoio
ré
entrada
saída
1a3a
4a
2a
ABAS12 34
P1
S1
SS32
P2
BB43
A4
P3
Carcaç a
1ª
2ª
4ª : unindo S S a S 23 1
entrada
saída
%
6
6
6
$
%
$ $
%
I
II
III
IV
6
$ %
ré
3ª
S23S
S1 P1
A1234BAS
P2
P4
A4B34B
P3
Carcaça
S23S
S1
P1
A1234BAS
B12A
P2
P4
P3
&DUFDoD
2º nível: planetas
1º nível: solar,
anular e braço
nível base: eixo
do TEP
0
P1
S1 A4
P2 P3
a a a a
P4
B34B
a
/$
%
Neste trabalho foi apresentada diversas formas de representação dos TEPs adotadas
por vários autores mostrando, através do exemplo de aplicação da caixa Wilson, como
construí-las. Para os pesquisadores de sistemas automáticos de transmissão, esse trabalho
objetiva ser uma fonte de consulta, por condensar, em um único texto, várias formas de
representação disponíveis.
0$88
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Rio de Janeiro, 230 p., 1988
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Chains, #$
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?>-?->
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...