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Técnico De Segurança Do Trabalho Disciplina Administração Aplicada Módulo III

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Por:   •  25/5/2014  •  2.192 Palavras (9 Páginas)  •  821 Visualizações

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HISTÓRIA DO TRABALHO

Dos primórdios da Humanidade até aos nossos dias o conceito “trabalho” foi sofrendo alterações, preenchendo páginas da história com novos domínios e novos valores. Do Egipto à Grécia e ao Império Romano, atravessando os séculos da Idade Média e do Renascimento, o trabalho foi considerado como um sinal de dor, de desprezo, de inferioridade. Esta concepção atingia o estatuto jurídico e político dos trabalhadores, escravos e servos. Com a evolução das sociedades, os conceitos alteraram-se. O trabalho-tortura, maldição, deu lugar ao trabalho como fonte de realização pessoal e social, o trabalho como meio de dignificação da pessoa.

- Será que trabalhar é uma condição essencial ao homem? Ou o homem só trabalha por necessidade e pela ameaça de se poder extinguir se não trabalhar?

- Já na Antiguidade, remontando o modo de vida dos gregos, estes já faziam a diferenciação até entre a população de acordo com a função que exerciam. Discriminavam entre labor e trabalho.

O labor era desempenhado pelos escravos e servos, em geral mulheres e povos dominados e envolviam as atividades para a manutenção da vida dos cidadãos da polis e da própria polis, como agricultura, limpeza, preparação de alimentos etc.

Para os gregos, estas pessoas deveriam ser escravos e desempenhar o Labor pois eram classes escravizadas pela necessidade, entregues às necessidades de subsistência humana e não à razão. Assim, o homem entregue à necessidade o aproximava do animal, e assim sujeitava-o à escravidão.

Para os gregos, tudo que se aproximava das condições de vida animal era considerado inumano, assim também o labor, o trabalho para a subsistência, sendo desempenhado por aqueles que consideravam então inumanos. Não negavam a humanidade do escravo, mas estando estes sujeitos às necessidades chamavam-nos de animal laborans

Já o trabalho era desempenhado pelos cidadãos da polis, animal rationale, e envolviam funções da vida pública grega, exercício do pensar, a filosofia, artes, atividades da liberdade e não da necessidade.

- Esta idéia permaneceu presente em diversos povos e impérios, adotadas pelos romanos principalmente. No entanto, com o declínio do Império Romano devido à má administração política e econômica e as invasões e lutas dos povos dominados, surge então o feudalismo e uma nova forma de se ver o trabalho.

Aparece uma nova formação econômica, política e social: o feudalismo.

A base das relações de produção deste regime é a propriedade dos senhores feudais sobre os médios de produção e, em primeiro lugar sobre a terra. A palavra feudal provem do latim “feodum” que identifica as terras que o rei distribuía entre os seus senhores em pago ao apoio militar.

Os camponeses dependiam dos senhores feudais, mas a diferença dos escravos, não constituía propriedade total deles; o servo recebia um terreno, conforme veremos mais na frente.

Os servos eram semilivres e estavam obrigados a viver na propriedade. Na operação comercial de compra ou venda das terras, os servos eram normalmente incluídos. Os servos trabalhavam a terra do senhor e em retribuição recebiam um pequeno terreno que era trabalhado pela sua conta; estes terrenos cedidos podiam ser herdados, mas pagando ao senhor uma taxa. O feudo emprestava aos servos os moinhos, ferramentas, depósitos, currais, etc., de forma bastante onerosa, mas que o servo tinha que aceitar, pois não dispunha desses elementos necessários ao seu trabalho.

As relações entre senhores e servos eram antagônicas e correspondiam a uma contradição irreconciliável. A luta elevou-se na sociedade feudal a um nível mais elevado que o conhecido na escravidão. Os camponeses foram lutando com força cada vez maior contra a opressão feudal para obter o direito de dispor livremente do produto de seu trabalho.

Ao lado de pequenas unidades artesanais começam a aparecer grandes empresas empregando trabalhadores não submetidos à servidão; o comércio cresce além dos mares. Nos séculos 16 e 17 realizam-se grandes descobrimentos científicos e técnicos.

- Aos poucos se vão estruturando no seio da sociedade feudal o novo sistema capitalista de produção; mas, para que ele tivesse um bom desenvolvimento era preciso por fim ao sistema feudal. A burguesia, classe portadora do novo sistema de produção precisava de um mercado de trabalho livre; vale dizer, homens emancipados da servidão e sem propriedades, são empurrados pela necessidade às fábricas.

A burguesia lutava pela supressão das taxas que sustentavam a corte, e junto a burguesia estavam todas as capas sociais descontentas com o feudalismo, desde os servos da gleba e os pobres das cidades, vítimas da miséria, humilhação e toda tipo de desaforos, até os homens de ciência e escritores avançados, asfixiados pela canga espiritual da Igreja e do feudalismo.

Começam as revoluções burguesas, sendo a mais importante delas, a Revolução Francesa de 1789. No fim do século 18 existiam na França todos os ingredientes para uma revolução. O tipo de economia capitalista tinha alcançado um nível considerável, mas o regime feudal absoluto era um obstáculo para a consolidação do novo sistema. Nessa época de 25 milhões de franceses, um milhão constituía a classe privilegiada (nobreza e clero). Em Paris sobreviviam mais de 100.000 mendigos de um total de 700.000 habitantes. Os servos e os camponeses passavam por uma profunda crise agrícola. Tudo isto desenvolveu um excelente ambiente para que a nova classe burguesa pudesse jogar às classes pobres contra o despotismo.

- REGIME CAPITALISTA

Da história universal, a Revolução Francesa é um dos acontecimentos mais importantes e de forte influência política que influiu fortemente nos destinos posteriores da humanidade. Das fileiras da classe média surgem os ideólogos das novas instituições, sendo os promotores do progresso e das idéias republicanas e democráticas que ganham lugar no mundo.

O capitalismo se desenvolve com toda a sua força e cria a sua própria revolução: a revolução industrial que significou um fabuloso aumento da produção material e do rendimento do trabalho. Mas, este auge da riqueza social não significa a mesma porcentagem de melhoramento material para os trabalhadores. A nova realidade mostra uma acumulação de riquezas em um extremo e muita miséria no outro, com jornadas de trabalho que chegavam a 18 horas diárias na França de 1840.

No regime capitalista surgem duas classes novas e importantes:

a) Classe capitalista ou alta burguesia, que nos países mais desenvolvidos possuem todos os meios de produção, e

b) Classe proletária ou trabalhista que vende seu trabalho à classe capitalista a câmbio de um salário, não sempre condizente com as suas necessidades.

Estas duas novas classes são econômica e socialmente antagônicas e, desde o início estão se enfrentando em lutas periódicas, nas quais a classe proletária tem levado a pior parte,m pois a classe capitalista, com seu poder econômico, têm se apoderado do poder político.

O trabalho na sociedade capitalista também vai diferir do da sociedade feudal. Os trabalhadores, antes detentores do seu próprio trabalho e com domínio total do processo produtivo, passam a ser trabalhadores que irão vender sua força de trabalho em troca de um pagamento. O tempo de trabalho e o espaço para o trabalho são outros. O uso do relógio vai permitir que se mensure a quantidade de trabalho em horas. O espaço físico, não mais o lar, mas a fábrica, vai condicionar os trabalhadores a um disciplinamento constante. A própria atividade laborativa exigirá disciplina na execução de tarefas mecanicamente repetitivas.

Um aspecto de continuidade pode ser aqui apreciado: todos os membros da família do trabalhador também eram trabalhadores, submetidos sem distinção aos mesmos trabalhos. A diferença é a intensa procura por mulheres e crianças para as fábricas, pois o baixo custo compensava, tendo em vista que as mulheres ganhavam muito menos do que os homens, e as crianças ganhavam muito menos que as mulheres. Um dos motivos, além do barateamento de custos, era a maior facilidade de se disciplinar esses dois grupos de operários.

Dá-se início ao processo de industrialização que culminará, na Inglaterra de forma mais aparente, na Revolução Industrial.

Camponeses em busca de melhores condições de vida migravam e se deparavam com um cenário um tanto quanto desolador. Para descrever o cenário das fábricas que tanto atraíram camponeses, bastam duas palavras: periculosidade e insalubridade. Periculosidade é o estado ou qualidade de algo que é perigoso. Insalubridade é a qualidade daquilo que origina doenças. Jornadas excessivas de trabalho; ritmo frenético das máquinas; a rotina do todo dia tudo sempre igual; fábricas sombrias, com pouca luminosidade, quentes e úmidas, quase sem nenhuma ventilação. O descontentamento era lugar comum no meio dos trabalhadores.

Descontentes, expulsos de seus postos de trabalho, sem emprego e sem mínimas condições de sobrevivência, os trabalhadores operários começaram a se organizar. Há, também, uma longa trajetória nesse processo histórico do trabalho até os trabalhadores operários definirem sua organização.

Numa segunda fase, vamos perceber a introdução de outras inovações tecnológicas, como a utilização de outras fontes de energia que não o vapor - a eletricidade e o petróleo são bons exemplos. Graças às novas fontes de energia foi possível criar novas máquinas e ferramentas. Em decorrência disso, uma outra estrutura de trabalho é colocada em prática.

Logo nas primeiras décadas do século XX, em Detroit, Henry Ford coloca em prática na sua fábrica de automóveis a produção em série, através das famosas linhas de montagem. Essa nova forma de trabalho consistia na avançada fragmentação de tarefas entre os diversos operários de sua fábrica.

Em outubro de 1917 teve lugar na Rússia uma revolução de tipo proletária, que transforma a estrutura do país e que procura estabelecer uma nova etapa nas relações de produção.

- REGIME SOCIALISTA

A base do sistema socialista de produção é a propriedade social dos meios de produção, mas a diferença com relação ao sistema primitivo é que a socialização apóia-se em forças produtivas de capacidade superior.

O regime capitalista plasma-se com a revolução francesa e o regime socialista começa com a revolução russa que veio a impor um novo sistema no maior país da Europa.

CONCEITO DE TRABALHO

O Conceito de trabalho é diretamente influenciado pelo contexto histórico e econômico que se apresenta.

Hoje, começamos por apresentar alguns significados das palavras «trabalho» e «trabalhar» de acordo com o que é definido por um dicionário da língua portuguesa. «Trabalho» significa: “exercício de actividade humana, manual ou intelectual, produtiva”; “serviço”; “lida”; “produção”; “labor”; “maneira como alguém trabalha”. «Trabalhar» é “exercer alguma profissão”; “dar determinada forma a”; “fazer com arte”; “labutar”; “empenhar-se”; “executar alguma tarefa”; “desempenhar as suas funções”.

- O termo trabalho é originário do latim tripalium, que designa instrumento utilizado na agricultura e também para a tortura. Por extensão, significa aquilo que fatiga ou provoca dor.

- Já na Bíblia temos uma concepção de trabalho, quando Adão e Eva desobedecem à Deus, este expulsa-os do paraíso e os amaldiçoa “Do suor do teu rosto comerás o teu pão”

- Os gregos diferenciavam entre as atividades para subsistência como labor e as atividades de cidadania como trabalho. O labor era inferior, uma tortura e feito sem a autonomia.

- No Capitalismo, o trabalho ganha status de produto a ser vendido pelo trabalhador, mercadoria.

- Enfim, o conceito de trabalho é um conceito histórico, é ao longo da história que vão se colocando novas determinações para este conceito. Assim, a forma como os homens se organizam para produzir difere de época para época e tanto o modo geral como eles se articulam como os conteúdos específicos dos diferentes trabalhos irão mudar e exigir novas nomeações.

- A Psicologia desta maneira, terá também diferentes conceituações do que é trabalho, conforme cada escola de pensamento psicológico aborda o tema. O trabalho é um conceito dialético, ou seja, ele forma o homem e é formado por ele.

- O trabalho gera as condições reais da possibilidade de existência.

- De acordo com Giddens (1997), “podemos definir o trabalho como a realização de tarefas que envolvem o dispêndio de esforço mental e físico, com o objectivo de produzir bens e serviços para satisfazer necessidades humanas”

- TRABALHO DIZ DA IDENTIDADE SOCIAL DO INDIVÍDUO.

- Marx: é o metabolismo do homem com a natureza, em cujo processo o material da natureza é adaptado, por uma mudança de forma, às necessidades do homem, de sorte que o trabalho se incorpora ao sujeito.

- Freud: trabalho como satisfação de instintos e desejos reprimidos (sublimação), deslocar a libido de si para os objetos. Trabalho intelectual ou artístico.

- Trabalho é fundador da sociedade e como se estrutura pois é necessário ao processo civilizatório, pois cria laços sociais e funções, lugares e identidades.

- Trabalho sem vínculo do homem = alienação.

- Para Kant, o homem é o único animal voltado ao trabalho. É necessária muita preparação para conseguir desfrutar do que é necessário à sua conservação. Mesmo que todas as condições existissem para que não houvesse necessidade do homem trabalhar, este precisa de ocupações, ainda que lhe sejam penosas. A ociosidade pode ser ainda um maior tormento para os homens.

- Michel Foucault tem outra perspectiva: em todos os momentos da história, a humanidade só trabalha perante a ameaça de morte, qualquer população que não encontre novos recursos está voltada à extinção e, inversamente, à medida que os homens se multiplicam, empreendem trabalhos mais numerosos, mais difíceis e menos fecundos. O trabalho deve crescer de intensidade quanto maior for a ameaça de morte e por todos os meios terá de se tornar mais rentável, quanto de menos acesso as subsistências existirem.

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