Teste de hipótese
Por: Geovana Santos • 3/4/2015 • Seminário • 944 Palavras (4 Páginas) • 472 Visualizações
INTRODUÇÃO
Diversos problemas da engenharia exigem a aceitação ou rejeição acerca de algum parâmetro; tal afirmação é chamada de hipótese e o procedimento da tomada de decisão sobre a hipótese é chamado de teste de hipótese. Tal teste é uma afirmação sobre os parâmetros de uma ou mais populações que também pode ser caracterizada como uma afirmação a respeito da distribuição de probabilidades de uma variável aleatória, envolvendo um ou mais parâmetros desta distribuição.
Se a informação obtida a partir do teste for consistente com a hipótese, concluímos que a hipótese é verdadeira, senão concluímos que a hipótese é falsa; entretanto, a veracidade ou a falsidade da hipótese nunca pode ser conhecida com certeza, a menos que a população inteira seja analisada.
TESTE DE HIPÓTESE
Para realizar um teste, faz-se necessário estabelecer uma hipótese nula e uma alternativa, sendo ambas opostas.
A hipótese nula é uma hipótese tida como verdadeira até que provas estatísticas indiquem o contrário. É comumente designada por H0. Esta pode ser uma afirmação quanto a um parâmetro que é propriedade de uma população ( Ex: média, variância, desvio padrão).
Devido ao fato de ser praticamente impossível observar toda a população, o teste é baseado na observação de uma amostra aleatória dela retirada.
Frequentemente, a hipótese nula afirma que os parâmetros ou características matemáticas de duas ou mais populações são idênticos.
Por exemplo, ao comparar valores obtidos para a variável peso entre indivíduos de amostras de duas cidades, A e B, a hipótese nula poderia ser:
"A média dos pesos dos indivíduos da cidade A é igual à da cidade B".
A hipótese alternativa deve ser contrária à hipótese nula. É comumente designada por H1 ou Ha.
É importante ressaltar que, como as hipóteses são contraditórias, elas não poderão ser simultaneamente verdadeiras.
Assim, ao se aceitar H0, também rejeita-se H1 e vice-versa.
Nesse exemplo a hipótese alternativa seria:
"A média dos pesos dos indivíduos da cidade A é diferente da encontrada na cidade B".
Entretanto, ao tomar uma decisão a favor ou contra uma hipótese, existem dois tipos de erros estatísticos que podem ser cometidos:
Aceitar H0 | Rejeitar H0 | |
H0 verdadeira | Decisão correta | Erro do tipo I |
H0 falsa | Erro do tipo II | Decisão correta |
O nível de significância (α) de um teste de hipótese corresponde a probabilidade do erro tipo I ocorrer, ou seja, de H0 ser rejeitada mesmo sendo verdadeira e deve ser escolhido antes da realização do teste. Já a probabilidade do erro tipo II ocorrer, ou seja, de H0 ser aceita sendo que a mesma é falsa, é determinada pela letra grega β.
PROCEDIMENTO GERAL PARA TESTE DE HIPÓTESE
- A partir do contexto do problema, identificar o parâmetro de interesse.
- Definir a hipótese nula (H0).
- Definir uma hipótese alternativa apropriada (H1)
- Escolher um nível de significância, α.
- Estabelecer uma estatística apropriada para o teste.
- Estabelecer a região de rejeição para a estatística.
[pic 1]
- Calcular qualquer grandeza amostral necessária, substituir na equação para a estatística de teste e calcular aquele valor.
- Decidir se H0 deve ser ou não rejeitada e reportar isso no contexto do problema.
TIPOS DE TESTE DE HIPÓTESE
- Única amostra
- Inferência sobre a média de uma população com variância conhecida.
- Inferência sobre a média de uma população com variância desconhecida.
- Inferência sobre a variância de uma população normal.
- Inferência sobre a proporção de uma população.
- Duas amostras
- Inferência sobre uma diferença nas médias com variâncias conhecidas.
- Inferência sobre uma diferença nas médias de duas distribuições normais com variâncias conhecidas.
- Inferência sobre a variância de duas populações normais.
- Inferência sobre proporções de duas populações.
ESTUDO DE CASO: ESTUDO COMPARATIVO DE CIMENTOS ASFÁLTICOS (CAP) DE PETRÓLEO NA PISTA EXPERIMENTAL DO CEARÁ
O artigo utilizado relatou um experimento realizado em uma pista experimental construída no Ceará a fim de verificar o potencial para utilização de um CAP mais consistente (30/45) ao invés do CAP convencionalmente utilizado (50/60) no Estado. A retirada dos corpos de prova foi realizada com o objetivo de acompanhar o desempenho de dois trechos distintos que utilizam os tipos de CAP na camada de revestimento.
CORPOS DE PROVA | CAP 50/60 (kgf/cm²) | CAP 30/45 (kgf/cm²) |
1 | 9,15 | 13,40 |
2 | 9,01 | 12,33 |
3 | 8,24 | 15,00 |
4 | 7,14 | 14,06 |
5 | 12,33 | |
6 | 9,78 | |
7 | 10,65 | |
8 | 11,59 | |
9 | 9,73 | |
10 | 9,51 | |
MÉDIA (Xm) | 8,39 | 11,84 |
VARIÂNCIA (S²) | 0,85 | 3,72 |
Uma vez que as variâncias (σ) foram comparadas pelos pesquisadores, determinou-se que σ²1= σ²2. Sendo assim, a estatística mais apropriada para testar se as médias de resistência à tração estática dos corpos de prova, com os dois tipos de CAP, são diferentes é a distribuição T. No caso de variâncias iguais, o T calculado é Tn1+n2-2 = [(X1 - X2) - (μ 1 - μ2) ] / [ SP2 (1 /n1 + 1 /n2) ]1/2, em que (μ1 - μ2) representa a diferença hipotetizada entre as médias populacionais.
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