Big Data: Um horizonte de possibilidades em pesquisas

Big Data: um horizonte de possibilidades em pesquisas

Geisa Cavalcante1, Guilherme Dias2

1 https://orcid.org/0000-0002-0905-9012, Auxiliar em Administração na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB (Brasil). [e-mail].

2 https://orcid.org/0000-0001-6576-0017, Professor Associado III na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB (Brasil). [e-mail].

Tipo de trabalho: Pôster

Palavras-chave:  dados; big data; métodos de pesquisa.

Resumo completo: 

Estatística, matemática, métodos quantitativos e suas mais diversas formas de medição e mensuração do mundo e eventos ao redor proporcionaram a evolução científica através dos séculos. O entendimento dos fenômenos naturais e/ou sociais estão em associação direta ao entendimento dos dados que os compõem, sendo preciso coletá-los e analisá-los em conformidade com determinados princípios epistemológicos e regras metodológicas.

Os métodos quantitativos tradicionais de pesquisa e dispositivos tecnológicos disponíveis à época em que foram desenvolvidos, não tornava possível a análise de todos os dados, era preciso restringir a quantidade de dados a serem analisados, a fim de ser possível a conclusão de tais análises (Mayer-Schonberger & Cukier, 2013).

Caracterizada por Santos (2008) como racionalidade científica, esta linha de pensamento ocasionou duas consequências principais à ciência moderna (Santos, 2008): a) o rigor científico depende do rigor das medições; b) é necessário reduzir a complexidade dos fenômenos para analisá-los, dividindo e classificando para depois determinar as relações entre o que se separou.

Todavia, como desenvolver pesquisas, através do método da simplificação, numa realidade de maior complexidade, interconexão e globalização? Ressalto que não é objetivo deste trabalho questionar a racionalidade científica desenvolvida no século XVI, nem tão pouco enveredar pelos caminhos do desenvolvimento das ciências sociais ou dos métodos qualitativos de pesquisa que têm suprido as lacunas que a racionalidade científica não fora capaz de entender ou interpretar; apenas observar que, o avanço tecnológico que promove um mundo cada vez mais complexo e globalizado também torna obsoletas as técnicas de pesquisa que desqualificam as qualidades intrínsecas dos objetos estudados ou que reduzam a complexidade de forma a comprometer o seu próprio entendimento (Santos, 2008).

Mayer-Schonberger e Cukier (2013, p. 191) enfatizam que “a sociedade sempre foi assolada pelas limitações dos instrumentos que usamos para medir e conhecer a realidade, da bússola e sextante ao telescópio, radar e GPS atuais”, logo, não será o big data o grande “solucionador” dos nossos métodos de pesquisa; ele apenas nos leva a lugares adiante dos que foram alcançados por métodos do passado que, ao mesmo tempo, serão os lugares a serem ultrapassados pelos métodos do futuro.

        Ainda não é possível determinar o valor real das análises através do big data, mas esta tipologia de análise de dados nos desafia ao entendimento dos fenômenos em sua singularidade e em sua complexidade, proporcionando um novo olhar diante dos objetos de pesquisa.