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Por:   •  21/5/2021  •  Artigo  •  1.960 Palavras (8 Páginas)  •  98 Visualizações

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O conceito de Gerência de Configuração é amplo  até pelo menos a década de 1960. Para entendê-lo, é importante que comecemos por outro conceito, no caso o relacionado ao termo «sistema».

[pic 1]

  • 01- É possível deduzir ainda que, sistemas podem ser compostos   por combinações entre estes elementos. Para uma questão de simplificar o escopo a ser coberto na disciplina de Gerência de Configuração, excluiremos elementos de hardware do nosso conteúdo, focando assim em nossos esforços primariamente, nos elementos de software e secundariamente em documentações e especificações diversas.
  • 02- Configuração é o segundo termo importante a ser definido claramente, pois refere-se às características funcionais e físicas de sistemas, Isso acontece devido ao fato de que esses sistemas apresentam relativa facilidade em serem alterados e/ou adaptados quando comparados a um sistema que possua elementos de hardware ou seja composto inteiramente por hardware.
  • 03- Nessa linha, sistemas apresentam um ciclo de vida, o que envolve, entre outras coisas, a concepção, o desenho, a implementação, a implantação, a manutenção e a própria aposentadoria desses sistemas.

O ciclo de vida é permeado pelas várias evoluções e alterações nesses sistemas, o que gera, portanto, um fluxo contínuo de novas configurações distribuídas ao longo do tempo, o que por sua vez requer supervisão e gestão. É aí que entra a disciplina da Gerência de Configuração.

Gerência  de configuração

conceito

  • A Gerência de Configuração passa a ser, portanto, uma espécie de inventário, garantindo que o estado dos sistemas bem como mudanças nestes sistemas que se encontram sob sua tutela sejam conhecidos e rastreáveis a qualquer momento, Para que isso seja possível, a Gerência de Configuração faz uso de ferramentas, técnicas, conhecimento e experiência para prover, entre outras coisas, definições, direcionamentos, modelos (templates), ferramentas e treinamentos adequados para as organizações.
  • Provê ainda capacidades de vigilância, de forma a assegurar que a organização se mantenha aderente ao que foi anteriormente definido e acordado em Gerência de Configuração.
  • É comum que ela seja tratada como um processo, o que significa  que irá ser definida como um grupo de atividades ou passos relacionados e que são executados em conjunto, em sobreposição ou em sucessão para que um ou mais objetivos sejam atingidos.
  • Esse processo pode ser encarado como um processo de suporte, pois sustenta o Gerenciamento de Projetos, o desenvolvimento, a evolução e manutenção de software e a documentações, bem como suporta indiretamente os próprios usuários e clientes de produtos que estejam sob a guarda da Gestão da Configuração.. [pic 2]

Importância e problemas comuns da Não-Adoção

  • É grande o número de disciplinas e/ou processos envolvidos na criação, atualização, manutenção e evolução de sistemas, incluindo software e documentação, Dentro desse esqueleto, é comum que as organizações, ao menos as que não são tão experientes, priorizem os esforços de desenvolvimento, garantia da qualidade, e até mesmo análise de negócio e análise de sistemas, ficando a Gerência de Configuração relegada a segundo plano. 
  • Mesmo organizações que investem fortemente em automação, na adoção de processos coesos e bem definidos podem vir a enfrentar problemas durante o seu dia a dia.

  • [pic 3] De fato, mesmo organizações que de forma isolada por vezes adotam práticas que podem ser associadas à Gestão de Configuração, tais como a realização de backup de dados e códigos-fonte, e que dispõem de um set sobressalente de equipamentos, tais como computadores e servidores, podem vir a ser incapazes de se recuperar de uma situação que fuja do controle e exija, por exemplo, a documentação de configuração de alguns elementos que teria sido acumulada ao longo de anos

Casos reais de falhas

  • Vejamos alguns casos reais em que organizações e até mesmo governos falharam em entender a importância da Gerência de Configuração:

      Affordable Care Act (Obamacare)

Em 2013, quando o Governo do presidente americano Barack Obama lançou o Affordable CareAct (Ato para o Cuidado Médico Acessível), conhecido mundialmente como Obamacare, já era sabido que seria um esforço monumental; afinal, milhões de cidadãos americanos teriam seus seguros de saúde contratados por meio do website do programa.
Some-se a isso a própria pressão de adversários políticos, ávidos por ver o programa passar por dificuldades, dado o nível da divisão que o assunto tende a causar na sociedade americana.

Após duas horas do lançamento, o website do programa sofreu uma massiva interrupção, gerando uma grande repercussão negativa, forçando o presidente e seu governo a se concentrarem em responder adequadamente à opinião pública desfavorável, bem como procurarregularizar e estabilizar o site o mais rapidamente possível, evitando maiores desgastes e o descrédito generalizado que se formava.

Após investigações, verificou-se que, dentre muitos problemas, o maior responsável pelas indisponibilidades iniciais se deveu a uma liberação malsucedida de parte do software responsável pela criação de contas e concessão de acesso aos usuários para que pudessem escolher as opções de seguro saúde que desejavam contratar.

Mais especificamente, houve falta de cuidados adequados com integração e visibilidade dos componentes do website e suas respectivas configurações.

  • Como se pode perceber pelos estudos de caso acima, são grandes os riscos que as organizações incorrem ao ignorarem ou ao fazerem o trabalho de Gerência de Configuração de maneira parcial.

Sinais de problemas e impactos negativos

  • Nesse sentido, as organizações que não dispõem, ou dispõem apenas parcialmente de um bom processo de Gerenciamento de Configuração, podem ser vistas e entendidas como um corpo humano, que passa por uma enfermidade. É comum que alguns sintomas menores e menos sérios se manifestem antes que sintomas e consequências graves ocorram.

Vejamos alguns deles:

  • Sistemas ficam inativos com certa frequência: Isso ocorre não necessariamente devido a defeitos, mas principalmente devido a erros de implantação como construção malfeita, ambientes diferentes, implantações de versões errôneas, implantações feitas com componentes faltantes ou em alvos equivocados, remediações que não funcionam como esperado etc.;

  • Desenvolvimento não-paralelizado: Desenvolvedores de sistemas não conseguem trabalhar de forma paralela de maneira segura, pois existe o risco real de perda de código-fonte, além de dificuldades práticas para integração de código gerado por múltiplos desenvolvedores ao mesmo tempo;

  • Ambientes demasiadamente complexos e que apresentam integridade comprometida: Os diversos ambientes usados para desenvolvimento e sustentação de sistemas apresentam diferenças quando comparados entre si, mas principalmente quando se compara ambientes de não-produção (desenvolvimento, teste, qualidade, homologação etc.) com os ambientes de produção.
    Defeitos que ocorrem em produção com os usuários são muitas vezes difíceis ou impossíveis de serem reproduzidos integralmente;
  • Liberações e principalmente implantações levam tempo demais para serem executados: Existe pouca ou nenhuma automação, com muitos passos de instalação necessitando de intervenção manual. O mesmo é verdadeiro para remediações, ou seja, quando se deseja desfazer uma instalação que está apresentando problemas;
  • Defeitos recorrentes: Defeitos que já haviam sido identificados e até corrigidos em algum momento passam a reaparecer em produção de tempos em tempos.

Impactos negativos :

  • Gastos desnecessários

Um dos impactos negativos imediatos diz respeito a custos, incluindo, entre outras coisas, gastos desnecessários com:

  • Tempo usado não-planejado;
  • Correções para erros;
  • Problemas com dependências desconhecidas entre componentes;
  • Retrabalho frequente;
  • Necessidade dealocação e contratação de recursos adicionais necessários para compensar problemas com qualidade;
  • Problemas com o cumprimento de planos e cronogramas.
  • Benefícios gerencia de configuração:
  • Um processo de Gerência de Configuração bem conduzido é fundamental para que uma organização entenda o seu negócio e para que funcione corretamente com boa eficiência e confiabilidade.
  • Essa constatação é verdadeira independentemente de o fluxo do trabalho envolver, por exemplo, desenho e manufatura de produtos, ou o processo necessário para que o software seja desenvolvido internamente por algum departamento, ou mesmo para os casos em que a organização em questão precise regularmente lidar com problemas advindos de seus clientes.
  • Entre outras coisas, é também por meio de uma Gerência de Configuração bem estruturada, e que recebe a devida atenção, que as organizações terão as capacidades adequadas para, entre outras coisas, documentar, validar, liberar e alterar requisitos do próprio negócio, gerando o mínimo de impacto nas operações, e alimentando com informações atualizadas e confiáveis todos os demais processos envolvidos, entre eles, os de Gestão de Projetos e o de Análise de Negócio, apenas para citar dois exemplos.

Item de Configuração:

  • Item de Configuração é o conceito central ao redor do qual o processo de Gerência da Configuração é estruturado. Isto ocorre devido ao fato de que este termo diz respeito aos próprios itens que estão sob a guarda direta do processo, ou seja, são as entidades que precisam ser protegidas e que justificam a existência do aparato da configuração. São estas entidades que fazem com que aplicações e/ou serviços possam existir e ser fornecidos aos clientes e usuários, gerando assim valor ao negócio.
  • Hardware - Itens como roteadores, computadores, modens, servidores, e até mesmo itens menores como periféricos. No escopo desta obra, não daremos atenção a estes itens.
  • Software - Tais como código-fonte, componentes, módulos, subsistemas e até mesmo aplicativos inteiros, como ferramentas usadas pelos usuários no dia a dia ou aquelas que são usadas para suportar o próprio desenvolvimento de software, como por exemplo Integrated Development Environments (IDEs). Aliás, os softwares desenvolvidos pela própria organização ou adquiridos de terceiros são considerados itens de configuração. No escopo desta obra, este é o tipo de item de configuração que receberá o nosso maior foco;
  • Documentação- Usada para registrar todo tipo de informação, desde planos (de projetos, de qualidade, de riscos.) e especificações, até documentos de apoio a procedimentos de teste e auditoria. Toda documentação gerada é valiosa no sentido de viabilizar a existência e a continuidade de serviços.
  • É um desafio da Gestão de Configuração definir qual será o nível de granularidade adequado e que definirá quais entidades serão consideradas como item de configuração. Isto é importante, pois granularidade muito baixa tornará o processo pesado e menos gerenciável enquanto granularidade alta demais não dará a visibilidade e controle necessários para que o processo cumpra o seu papel. 
  • Independentemente do tipo de Item de Configuração, todos eles terão certas informações a serem preenchidas, armazenadas e atualizadas ao longo de todo o ciclo de vida do software ou serviço do qual fazem parte ou do seu próprio ciclo de vida. Estas informações servem como descritivo do item de configuração e incluem coisas como identificação, fornecedor, composição, e o que for considerado relevante.[pic 4]
  • A estas informações daremos o nome de atributos de configuração, enquanto aos valores fornecidos a cada atributo de configuração daremos o nome de metadados. Tais informações podem ser armazenadas em formato digital, em algum tipo de mídia, em bancos de dados especializados ou em formulários / documentação em papel.

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