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Armazenamento e processamento de informações

Artigo: Armazenamento e processamento de informações. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  14/10/2014  •  Artigo  •  5.980 Palavras (24 Páginas)  •  291 Visualizações

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Arnaldo Mandel, Imre Simon e Jorge L. de Lyra

1. Introdução

A"sociedade da informação" que se configura neste fim de século decorre de uma revolução tecnológica cujas origens remontam ao final da Segunda Guerra Mundial, e cujo complexo desenvolvimento transcorre durante toda a segunda metade do século, com potencial para modificar, a médio prazo, muitos aspectos da vida cotidiana. Segundo a National Science Foundation, a tecnologia eletrônica da informação alterará cada instituição da vida americana, com "efeito transformador", até 1998. Embora muitos elementos tenham contribuído para essa transformação, dois pontos focais aparecem como determinantes do seu crescimento: computação e comunicação, diretamente ligados a dois objetos tecnológicos que proporcionaram a esse crescimento uma velocidade nunca vista: microcomputador e rede Internet.

Dessa forma, nos últimos anos praticamente todo cidadão tem testemunhado uma invasão crescente do seu cotidiano por novas tecnologias de computação e de comunicação que causam mudanças dramáticas no papel, na quantidade, na qualidade e na velocidade de troca de informação com que ele lida no dia-a-dia.

Essa invasão é alardeada pelos meios de comunicação de massa: há anos que temos cadernos de informática semanais nos maiores jornais diários do país, há anos que a Gazeta Mercantil mantém uma seção diária sobre informática e telecomunicações, há anos que o computador, as comunicações, as redes de computadores, especialmente a Internet e a teia mundial (World Wide Web) vêm ocupando espaços crescentes nas grandes revistas semanais internacionais e nacionais. Gostaríamos de realçar aqui a cobertura da revista The Economist que aborda regulamente alguns dos temas mais palpitantes da área, de forma não técnica, mas sempre com grande profundidade e grande originalidade (1). Ademais, há alguns meses, endereços eletrônicos de e-mail ou de páginas na teia rotineiramente fazem parte de anúncios em todos os meios de comunicação, até mesmo no Brasil, inclusive na televisão.

Presenciamos também uma enxurrada de livros sobre informática, sobre computadores, sobre a teia mundial, sobre trabalho em grupo, sobre ensino a distância, sobre a Internet, sobre as Intranets, sobre Linux, Windows, Netscape, Java e tantos outros assuntos denotados por palavras que foram entrando no nosso vocabulário a partir dos primeiros anos da década de 1990 e que cada vez mais rapidamente vêm adquirindo adeptos em grandes números, forçados ou não a aderir. É impressionante o grande volume de traduções e textos originais em português, sem similar em outra área de atividade.

Os jovens são um vetor irresistível e inexorável da inovação. Tudo indica que para eles não haverá uma transição brusca para a "sociedade da informação", tudo que terão de fazer é ir se adaptando à medida que surgirem novas ondas de conceitos, técnicas e produtos.

As novidades afetam um número cada vez maior de aspectos da vida profissional e cotidiana: editoração eletrônica, compras a distância, jogos e diversão via computador, telefone pela Internet, correio eletrônico, navegação pela teia mundial, televisão sob demanda espreitando na esquina, distribuição e aquisição de software, busca e obtenção instantânea de informações de qualquer tipo.

Fala-se, também, de novas tecnologias que terão o potencial para impactar algumas das instituições mais sólidas em que nossa civilização é baseada com a introdução do ensino a distância, telemedicina, biblioteca digital e dinheiro eletrônico, por exemplo.

O uso da rede aumenta dramaticamente o grau de cooperação entre parceiros, muitas vezes geograficamente distantes, e impõe novos paradigmas, novas possibilidades e novos problemas para muitas atividades. A rede está rapidamente entrando nas residências; nos EUA 15% da população já tem acesso residencial à Internet (2).

Entendemos que o fenômeno descrito baseia-se numa verdadeira revolução nas formas e métodos como a informação é gerada, armazenada, processada e transmitida. Essa revolução está sendo permitida pela convergência de extraordinários avanços nas tecnologias de computação e de comunicação, justificando o nosso título. Uma de suas características mais marcantes é a velocidade explosiva com a qual ela se processa (3).

O objetivo deste documento é fazer uma reflexão sobre esses acontecimentos e tentar isolar alguns dos aspectos mais marcantes em que os mesmos se baseiam, evitando uma abordagem demasiadamente técnica. Procuraremos mostrar também a história da evolução destas tecnologias bem como alguns dos seus aspectos em estudo ou em desenvolvimento no momento, que têm alta probabilidade de passar para o cotidiano nos próximos anos. Pretendemos tocar também, se bem que de forma resumida, nos impactos acadêmicos, econômicos, culturais e sociais envolvidos nesta verdadeira revolução que está levando à "sociedade da informação".

Neste trabalho examinaremos a relação desses acontecimentos com o meio acadêmico, tanto como produtor quanto como usuário pioneiro da nova tecnologia. Existem muito poucas fontes de informação e principalmente de reflexão sobre o que está ocorrendo, pois o fenômeno é novo demais e parece ser muito profundo. Gostaríamos de aliviar esta situação com o presente documento, apresentando também uma série de referências úteis. Recomendamos, em particular, a leitura de quatro textos (4) para detalhes além do escopo deste trabalho. Uma descrição muito acessível dos aspectos técnicos das redes computacionais pode ser encontrada no livro de Comer (5). Reflexões notáveis sobre novas organizações econômicas e empresariais podem ser encontradas em dois trabalhos (6).

Uma versão mais curta deste artigo pode ser obtida pela leitura apenas das seções ímpares. As demais seções complementam o texto com uma abordagem mais detalhada e técnica.

Esperamos que este documento seja útil para que pessoas dos mais diversos níveis, entre elas as que têm poder de decisão sobre a forma e o volume de participação das suas organizações neste processo, sejam elas empresas, universidades ou órgãos públicos, possam avaliar melhor os acontecimentos e possam se orientar com maior segurança sobre como enfrentar o futuro e como melhor se preparar para ele. Uma coisa é certa: os autores, embora observadores deste cenário já por longos períodos (que variam de 10 a 35 anos), ficaram surpresos com o quanto aprenderam com a redação e montagem deste documento,

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