Tecnologia Verdes - Hora de Implementá-las
Por: Anderson Vieira • 4/2/2019 • Artigo • 4.177 Palavras (17 Páginas) • 310 Visualizações
Tecnologias Verdes: Hora de Implementá-las
Como as tecnologias que agridem menos o meio ambiente estão se tornando cada vez mais comuns – e espertas
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Anderson Vieira Veloso Nunes
andersonvieirarj@gmail.com
Professor de Tecnologia da Informação e Comunicação há 15 anos. É Tecnólogo em Redes de Computadores pela Universidade Castelo Branco (UCB-RJ), pós-graduado em Docência do Ensino Superior peal Universidade Cândido Mendes (UCAM-RJ) e Mestre em Educação pela Universidade Estácio de Sá (UNESA-RJ). Atualmente é Coordenador de Curso Técnico na rede estadual pública pela FAETEC-RJ, Professor Assistente no Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da UniverCidade-RJ, lecionar disciplinas ligadas à Informática na Pós-Graduação em Tecnologia Educacional na UCAM e leciona Informática Técnica em Cursos Técnicos na rede pública estadual.
Do que se trata o artigo:
O artigo trata do uso cada vez mais comuns de equipamentos eletrônicos no mundo e que tipos de tecnologias chamadas verdes pretendem impactar cada vez menos o meio ambiente.
Em que situação o tema útil:
Em tempos de aquecimento global, ao saber da existência de empresas que utilizam tecnologias limpas, o usuário e consumidor de produtos tecnológicos poderá optar por produtos que agridam menos o meio ambiente, sem abrir mão do seu conforto e do que a tecnologia pode lhe oferecer.
Tecnologias Verdes
Neste artigo são explorados os motivos e as causas que levaram a população mundial a se preocupar cada vez mais com o descarte, a poluição e o consumo que os produtos de tecnologia atualmente podem produzir, fazendo então uma ponte entre o que efetivamente pode ser feito para que o impacto ambiental seja o menor possível sem afetar demasiadamente o crescente uso de tais produtos tecnológicos.
Introdução – O Problema do Consumo Mundial
É inegável, nos dias atuais, a importância que a tecnologia têm na humanidade. Nossa vida foi e é completamente modificada por conta das incríveis evoluções a que nos têm sido ofertadas ao longo do tempo, e temos que admitir que nossas vidas ficaram muito mais fáceis com ela. Divertidas, até. Através desta tecnologia, podemos ter acesso a inúmeros conteúdos que jamais teríamos a oportunidade de conhecer, seja pelo acesso, seja pela distância ou mesmo pela falta de oportunidade; podemos nos conectar a pessoas que estão fisicamente distantes, mas que podem estar trabalhando em conjunto, ao mesmo tempo (real-time); podemos conhecer pessoas, nos divertir, trabalhar, opinar, protestar. As chamadas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) ou simplesmente Tecnologia da Informação (TI), que podem ser definidas como o conjunto de todas as atividades, recursos e soluções provenientes da Informática, vieram para ficar.
Mas, como tudo na vida, os efeitos desta evolução sem precedentes no mundo estão sendo mostrados nos últimos anos: estamos consumindo demais. O crescimento cada vez mais rápido da população mundial, juntamente com o aumento da expectativa de vida, acabou por gerar uma grande dependência humana no consumo de energia fóssil. Não apenas os recursos naturais do planeta (como especialistas ao redor do mundo alertam há tempos) mas também estamos “consumindo” muita tecnologia. Se antes equipamentos tecnológicos eram caros (chegando a custar milhões de dólares) e pesados (computadores simples pesavam mais que automóveis), hoje a facilidade de aquisição de dispositivos e a mobilidade fazem com que seja cada vez mais comum mais pessoas adquirirem novos computadores, telefones, vídeo-games e gadgets em geral. O resultado, para a economia mundial, é extremamente animador e próspero. Mas para o planeta, pode ser desastroso.
Esta última frase é forte, atual e uma constante e péssima lembrança no nosso dia a dia e que pode afetar nosso futuro bem próximo. O planeta pode não conseguir dar conta de tanto lixo eletrônico gerado e acumulado pelo homem, tendo em vista que, até alguns anos, o descarte de um equipamento tecnológico era algo raro, pois a reposição total deste era muito custosa (era sempre preferível “consertar” algo que tinha-se quebrado). Atualmente, funciona-se no esquema “quebrou, compra outro”. Deve-se lembrar também que não existe o chamado “jogar fora”: para o planeta, não existe “o fora”, pois o lixo não desaparece no ar – ele continua armazenado e acondicionado no mesmo planeta que vivemos. Segundo dados da ONU, divulgados no início do ano, o Brasil é o 4.° no ranking dos países que mais produzem lixo eletrônico no mundo, e o 1.° entre os países emergentes.
A crise econômica global dos últimos anos, que afetou a todos os países no mundo, inclusive o Brasil, acabou por colocar um pequeno freio no consumo em geral. Nos EUA e na Europa, muitas empresas tiveram quedas bruscas nas vendas de seus produtos tecnológicos, mas ainda assim isso não foi suficiente para diminuir a sede de consumo por novidades tecnológicas da população mundial. A economia vêm-se recuperando aos poucos no mundo, e especialmente no Brasil a crise econômica não chegou a afetar gravemente o consumo: a venda de computadores, celulares e gadgets em geral só tem crescido nos últimos anos.
Observando-se o lado ambiental da questão, são diversos os problemas presentes: emissão desenfreada de gases poluentes, efeito estufa, aquecimento global, buracos na camada de ozônio... a lista é grande para um planeta só. E a tecnologia infelizmente contribui para tais problemas, uma vez que ela é uma das grandes responsáveis pelo consumo dos recursos naturais do planeta. Entram na conta a energia consumida durante o processo de produção de um determinado produto, bem como o desperdício de energia causado principalmente pelos aparelhos eletrônicos (computadores mais antigos, sem recursos de economia de energia, chegam a desperdiçar metade da energia que consomem). Também entram na conta o consumo e tráfego de dados na Internet. A maioria dos datacenters das empresas de tecnologia ainda funciona sem uma preocupação verde: costumam consumir vastos montantes de energia, algumas vezes de forma irresponsável (funcionando na capacidade máxima sem necessidade, 24 horas por dia, não importando qual seja a real demanda). Esse desperdício pode chegar a números da ordem de 90% da energia consumida, de acordo com estudos recentes na área.
Tecnologia consume muita energia. As centrais de processamento norte-americanas, por exemplo, são responsáveis por ¼ (um quarto) do consumo mundial de energia de todos os datacenters do mundo. O número é assustador: juntas, elas consomem 30 bilhões de watts (veja a Nota DevMan 1) de eletricidade, o equivalente em números a 30 usinas nucleares juntas. No Vale do Silício, a meca mundial da tecnologia e inovação, muitas das centrais de processamento de dados hospedadas ali estão incluídas no Inventário de Contaminantes Tóxicos do Ar, que consiste em um documento governamental americano que lista os principais causadores de poluição, em função do uso de diesel para os geradores que protegem os datacenters de quedas de energia.
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