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A UTILIZAÇÃO DOS ECOPRODUTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Artigo: A UTILIZAÇÃO DOS ECOPRODUTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  26/2/2015  •  1.979 Palavras (8 Páginas)  •  1.003 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Segundo pesquisa divulgada pela Fundação de Pesquisa em Engenharia Civil (Civil Engineering Research Foundation - CERF), a construção civil é hoje responsável pelo consumo de 15 a 50% dos recursos naturais extraídos, 66% de toda a madeira extraída, 40% da energia consumida e 16% da água potável.

Considerando esta informação, pode-se entender que a busca por construções sustentáveis não é só uma tendência, mas sim uma questão primordial para a que o homem consiga atender suas necessidades em consonância com a capacidade regenerativa da natureza. A exploração infinita dos recursos naturais, que são finitos, nos mostra que o esgotamento de recursos naturais não é algo tão distante da nossa realidade quanto parece.

E é neste cenário que surgiram os chamados “Ecoprodutos” ou “Produtos Ecológicos”. De forma resumida, podemos dizer que os Ecoprodutos são artigos artesanais, manufaturados ou industrializados elaborados a partir do uso de matérias-primas naturais renováveis, reaproveitáveis, recicladas ou que impactem o meio ambiente o mínimo possível durante seu processo de fabricação e pós-uso e que são notadamente benéficos ao meio ambiente e à saúde dos seres vivos.

Tendo em vista o impacto que a construção civil exerce sobre o meio ambiente, o tema “A Utilização de Ecoprodutos na Construção Civil” demonstra-se relevante, pois, durante uma construção, a seleção de materiais sustentáveis exerce influência direta no papel que este setor possui na sociedade.

Assim, o objetivo deste trabalho é abordar o conceito de Ecoprodutos ligados à construção civil demonstrando que além de impactar positivamente o meio ambiente, esta é também uma solução economicamente viável ao empreendimento.

2 ECOPRODUTOS

Os Ecoprodutos podem ser definidos como todo artigo que, independente do seu modo de produção, seja artesanal, manufaturado ou industrializado; independente de sua finalidade, seja de uso pessoal, alimentar, residencial, comercial, agrícola e industrial; tenham como característica principais serem não-poluentes, não-tóxicos e, em alguns casos, notadamente benéficos ao meio ambiente e à saúde, sendo que assim contribuem para o desenvolvimento de um modelo econômico e social sustentável.

Um dos mercados de maior potencial neste século é o de Produtos Ecológicos voltados ao consumidor final. No Brasil, o lucro por meio da venda de produtos com eco-qualidade será uma consequência da mudança de valores por parte das organizações e seus consumidores.

Segundo Márcio Araújo (2014), consultor e diretor do IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica, o Brasil é o país mais rico do mundo em matérias-primas naturais renováveis, tendo mais de 20% da biodiversidade planetária. É um país que tem um lixo abundante e ainda pouco aproveitado, cerca de 245 mil toneladas/dia, além de possuir milhões de toneladas de resíduos agrícolas e industriais sem qualquer uso.

Em suma, o país reúne todas as condições para ser um verdadeiro celeiro de ecoprodutos e materiais reciclados, o que poderá gerar mais empregos e levar cidadania a milhões de pessoas, tornando-se um modelo de sustentabilidade para outras nações.

A forma mais segura de identificação de equipamentos, produtos e de serviços de qualidade, que são oferecidos pelas empresas privadas ao consumidor, é a partir dos Selos Verdes. Como os que já existem na União Européia, Japão, Estados Unidos, Austrália e mesmo em países vizinhos ao Brasil, como a Colômbia, que já conta com política oficial nesse sentido.

O Selo Verde não é apenas uma logomarca ou um rótulo com a palavra "ecológico" na embalagem de um produto, mas o resultado de uma avaliação técnica criteriosa, na qual serão levados em conta aspectos pertinentes ao seu ciclo de vida, como matérias-primas (natureza e obtenção), insumos, processo produtivo (gastos de energia, emissão de poluentes, uso de agua), usos e descarte.

A auto certificação é um dos principais inimigos do mercado verde, uma vez que pode induzir o consumidor a acreditar que o produto que ele está adquirindo é ecológico apenas porque carrega este rótulo.

No Brasil, os selos verdes existentes só atingem dois segmentos: produtos orgânicos (alimentícios) e madeira. Porém há inúmeros casos, gritantes, de auto certificação, desde ônibus com 'ar condicionado ecológico', a 'plástico que é ecológico porque impede que se derrubem árvores' ou fios elétricos 'ecológicos' cuja logomarca é uma florzinha estilizada com o cabo elétrico. Em 99% dos casos, o termo ecológico não se justifica.

3 A UTILIZAÇÃO DOS ECOPRODUTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Em seus primórdios, o homem utilizava materiais naturais para a construção civil, tendo sido capazes de construir obras que perduram por milênios até a atualidade.

Segundo Alexandria e Lopes:

“Originalmente, os materiais utilizados pelos primeiros homens para a construção dos seus abrigos, foram os materiais naturais, abundantes e acessíveis, como a madeira, as folhas, as ramas e a palha. (...), mas à medida em que os hábitos se modificavam e o homem evoluía para um modo de vida sedentário, passou a adotar outros materiais, também disponíveis na natureza, mas que possibilitavam um caráter mais permanente e duradouro às suas construções: a terra e a pedra” (ALEXANDRIA; LOPES, 2008, p.03).

Porém, a despeito desta modalidade de construção, com o surgimento de materiais de construção industrializados e de novas tecnologias, optou-se pela utilização de materiais produzidos industrialmente nas construções. Postura que durante décadas gerou e ainda vem gerando grande impacto ambiental.

E é diante deste contexto, de preocupação com os impactos ambientais gerados pela construção civil, que, em Novembro de 1994, foi realizada a Primeira Conferência Mundial sobre Construção Sustentável (First World Conference for Sustainable Construction, Tampa, Florida), que conceituou a “Construção Sustentável” como sendo à aplicação da sustentabilidade às atividades construtivas, sendo definida como a criação e responsabilidade de gestão do ambiente construído, baseado nos princípios ecológicos e no uso eficiente de recursos.

Nessa busca pela sustentabilidade também na Construção Civil é que se aplica a utilização dos Ecoprodutos, pois estes envolvem baixo consumo de energia no seu processo de obtenção, gerando menor quantidade de rejeitos e apresentando baixa emissão

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