Biodiesel
Por: raulaugusto • 29/9/2015 • Artigo • 3.638 Palavras (15 Páginas) • 242 Visualizações
A PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS E SUAS RELEVÂNCIAS AMBIENTAIS, SOCIAIS E ECONÔMICAS.
Raul Augusto Netto
RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar concepções e medidas que devem pautar a política nacional no que tange a produção de biocombustíveis gerados através de matérias primas não fóssil e renováveis e seus principais benefícios e desvantagens para a sustentabilidade do meio ambiente, para a inclusão social, para a economia em relação aos combustíveis comuns fabricados com matéria prima fóssil. A metodologia utilizada para confecção deste artigo baseia-se em referências teóricas apoiadas em artigos científicos.
PALAVRAS CHAVE: Biocombustível, Produção, Sustentabilidade, Inclusão
Social, Economia.
INTRODUÇÃO
Matérias primas como petróleo, carvão e gás natural, são de extrema importância para a fabricação de derivados e para a economia atual, devido a sua utilização na formulação de combustíveis em geral e consumo de energia no mundo. Baseando-se nessas informações e devido às previsões do término dessas reservas e a alta agressividade ao meio ambiente gerado por estes compostos é que se estudam alternativas e novas fontes de energia renováveis e ecologicamente corretas. (José Lima de Andrade Neto, 2008).
Tem-se biocombustível que surgiu como uma possível solução, e hoje é encarado, analisado e estudado com real grandeza de substituição para os combustíveis comuns derivados de gás natural e petróleo principalmente. São produtos alternativos, de queima limpa e que possuem matéria prima renovável de origem biológica não fóssil, geram energia e trazem inúmeros ganhos ao meio ambiente. Produzidos a partir de uma ou mais plantas agrícolas como a cana de açúcar, soja, babaçu, algas e derivados de biomassa florestal, originando produtos importantes como o bioetanol, biodiesel, biomassa e o biogás, beneficiando uma diminuição da poluição atmosférica e facilitando o transporte e armazenamento, devido ao seu menor risco de explosão. (Ângelo Costa Gurgel, 2008).
Além do fator ambiental e do fator sustentabilidade, incorporam-se fatores sociais e econômicos. Socialmente definindo, estima-se que existem mais de 120 países com potencial para produzir biocombustíveis, principalmente os de região tropical, onde encontram as plantas mais indicadas para a fabricação dessa matriz energética, contra 15 países concentrados na produção de petróleo, ou seja, o plantio de safras nesses países produtores de biocombustível acarretará no desenvolvimento regional e na geração de emprego e renda aos produtores rurais. Em contra partida, observando economicamente, pode-se verificar uma alta de preços para alguns produtos, com destaque para os cereais. Esse aumento determinou-se pelo o que se passou até agora, principalmente a seca em alguns países produtores dessas matérias primas e a redução de excedentes devido à procura chinesa. Essa redução dos excedentes e um declínio dos subsídios à exportação contribuem para essas alterações, porém o mais importante é a crescente utilização de cereais, açúcar, oleaginosas e óleos vegetais para produzir substitutos para os combustíveis fósseis, isto é, etanol e biodiesel, o que levará a preços mais altos das culturas, afetando por arrasto, a alimentação animal, refletindo nos custos finais quando comparados aos preços elevados do petróleo no mercado mundial e visando proteger os interesses do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos.
O presente trabalho tem por objetivo contribuir para elucidar a importância da utilização de energias renováveis, o potencial brasileiro de produção de biocombustível, bem como o processo de produção deste combustível, prognósticos futuros possíveis e considerações acerca desse cenário que se apresenta, além de pequena abordagem que tem seu foco no campo brasileiro e no trabalhador rural.
Evolução do ideal sustentável no Brasil
Cotados como uma nova saída para a crise ambiental e o futuro energético do planeta, os biocombustíveis crescem em importância no mercado mundial. Paralelamente, suscitam grandes questões concernentes à crise da segurança alimentar e energética, monoculturas, produção excludente, “imperialismos verdes”, entre outras.
O estudo de possíveis impactos da produção e comércio em larga escala desses combustíveis vem aumentando à medida que os governos de várias nações adentram na perspectiva da expansão dos mercados e auxílio à produção. Isso ficou muito claro na década de 1970, quando duas crises planetárias do petróleo assustaram as economias e fizeram o preço desse combustível fóssil disparar. A partir daí, o mundo passou a conviver com incertezas quanto à utilização dessa categoria de fonte energética. É também na mesma década de 1970 que as preocupações ambientais começam a vir à tona, em especial após o Encontro de Nações em 1972. A busca incessante por fontes alternativas de energia perdura até a atualidade. (Marlene Melo, 2010).
Nessa ótica se desenvolvem as chamadas “energias limpas” que se utilizam da biomassa para a geração de combustíveis e energia. Os neocombustíveis são, portanto, um dos pilares de sustentação de um dos termos mais em voga nesse novo século: o desenvolvimento sustentável. Constituirão tema de rica discussão abordagem para várias ciências e estarão em pauta nas diretrizes de muitos governos.
As questões ambientais assumem hoje um destaque crescente para os diversos agentes sociais, preocupados e envolvidos na busca de um ideal sustentável no modelo de desenvolvimento e na partição dos recursos do planeta. É sob essa ótica que surge a relevância da discussão de substituição da atual matriz energética global para a manutenção de um equilíbrio necessário ao funcionamento correto da Terra.
A problemática energética é tema recorrente da discussão acadêmica, da agenda política do país e das manchetes dos grandes meios de comunicação. Nestas discussões, surgem impasses, como por exemplo, sobre a possível relação entre o aumento dos preços de gêneros alimentícios e biocombustíveis (ou agro biocombustíveis, ou neocombustíveis), que nos últimos anos, estariam por trás do surgimento de uma crise alimentar. Outra grande questão é a disponibilidade de água e terras cultiváveis no planeta, Do ponto de vista de uma das vertentes ambientais atual, a defesa na produção de “bioenergia” é a de que além de ser uma alternativa ao uso dos combustíveis fósseis, diminui também a emissão de gases causadores de efeito estufa, contribuindo na redução do aquecimento global.
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