Gases e PH do Sangue

Resumo

A caracterização do desvio ácido-básico é feita pela análise, no sangue, do pH e dos componentes do sistema tampão HCO3- / CO2. A avaliação do tampão CO2 / bicarbonato é fundamental para o completo esclarecimento do distúrbio. A titulação de ácidos e bases pelos tampões modifica as concentrações relativas do ácido e da base conjugada do tampão. No caso da adição de ácidos ao plasma, a concentração do CO2 não só se eleva, como pode até ser reduzida pela hiperventilação. A adição deste promove variações do pH. A variação na concentração do bicarbonato e do pH dependerá da capacidade tamponante de outros tampões do plasma que não o HCO3- / CO2. O efeito dos demais tampões é evidente se se considera o efeito da pressão parcial do CO2 sobre o pH e concentrações de HCO3- no plasma e no sangue.  

Acidose metabólica é o desvio ácido-básico caracterizado pela queda do pH e pela redução da concentração de bicarbonato plasmático decorrente da perda primária de bicarbonato, ou da adição de ácidos fixos ao organismo, superior à excreção renal dos mesmos. Há redução na concentração de HCO3- e aumento na concentração de Cl- plasmáticas, resultando em acidose metabólica hiperclorêmica. A queda do pH luminal resulta em aumento da acidez titulável, por aumentar a proporção do componente ácido dos tampões presentes na urina, principalmente fosfato.

           Alcalose metabólica é o desvio ácido-básico caracterizado pela elevação do pH e pelo aumento da concentração plasmática de bicarbonato, decorrente da perda primária de ácidos ou da adição de bases ao organismo.         A elevação do pH provoca inibição do centro respiratório, resultando em hipoventilação. Este tipo de desvio ácido-básico se caracteriza por elevação do pH, da concentração de HCO3- e da PCO2 no sangue.

        Alcalose respiratória é o desvio do equilíbrio ácido-base que decorre da redução primaria da pressão parcial de CO2 no sangue, e acidose respiratória é o distúrbio decorrente do aumento primário do mesmo.        A redução da pressão parcial de CO2 tem como conseqüência imediata à redução na concentração de ácido carbônico e, portanto, na concentração de íons H+.

O pH, a PCO2, a temperatura e o nível de 2,3 – DPG são fatores que alteram a interação do O2 com a hemoglobina. A afinidade da hemoglobina pelo O2 é muito elevada, fazendo com que este gás tenha uma passagem dificultada para os tecidos sem CO2, H+, temperatura e ânions fosfatos, ambos fatores que reforçam a liberação do O2. Esta condição, na qual os tecidos não recebem ou não podem utilizar O2 em quantidade suficiente para suas necessidades metabólicas normais, é chamada de hipóxia.

O gás CO2 produzido pelo organismo humano é eliminado das células produtoras  e  levado até o pulmão, liberado para o gás alveolar e então  para o meio ambiente,através do sangue.