Os Dados de Estatística

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ESTATÍSTICA DE PARÂMETROS AMBIENTAIS: ANÁLISE DE DADOS DE TURBIDEZ DE DUAS BÓIAS DE MONITORAMENTO DE VARIÁVEIS OCEANOGRÁFICAS E METEOROLÓGICAS NO SUL DO BRASIL

DORNELES, Emilly C. B.1 ; SOUZA, Gustavo Martinez.2

1. Graduanda no Curso de Química Licenciatura, FURG, Rio Grande, Rio Grande do Sul, [e-mail].
2. Professor da disciplina de Estatística II, FURG, Rio Grande, Rio Grande do Sul, orientador do relatório.

PALAVRAS-CHAVE: Estatística; Parâmetros; Análises; Turbidez.

1. INTRODUÇÃO

A turbidez é resultado da suspensão de matérias sólidas (silte, argila, colóides, matéria orgânica, etc.) e é a medida da dificuldade que um feixe de luz tem em atravessar certa quantidade de água, o que em corpos d’água pode prejudicar a fotossíntese, pelo fato de diminuir a penetração da luz, e em alguns casos pode estar relacionada à presença de compostos tóxicos e organismos patogênicos. Sua medição laboratorial geralmente ocorre através do turbidímetro, onde se compara o espalhamento de um feixe de luz ao passar pela amostra, com o espalhamento de um feixe de igual intensidade ao passar por uma suspensão padrão. Seus valores são expressos em Unidade Nefelométrica de Turbidez (NTU). A turbidez assim como outros parâmetros de temperatura, oxigênio dissolvido, salinidade, pH, etc., são capazes de refletir, direta ou indiretamente, a presença efetiva ou potencial de algumas substância ou microrganismos que podem comprometer a qualidade de águas, avaliando assim os impactos sobre a biota, decorrentes da atividade humana no ambiente aquático. Os índices de poluição podem estar diretamente atrelados às modificações nos limites destes parâmetros e o monitoramento frequente deste é de extrema importância para se deter um controle sobre possíveis contaminações ambientais severas. Desta forma foram comparadas as distribuições dos valores observados para a variável ambiental turbidez comparando-se duas bóias de monitoramento oceanográfico, uma localizada no Estuário da Lagoa dos Patos e a outra na Praia do Cassino (RS-1 e RS-4, respectivamente), ambas no município de Rio Grande no sul do Brasil.

1. METODOLOGIA

1. Coleta de dados ambientais

Dados ambientais referentes à variável turbidez de duas diferentes localidades da cidade de Rio Grande no Rio Grande do Sul foram coletados durante o mês de março de 2021. As bóias oceanográficas RS-1 e RS-4 encontram-se localizadas no estuário da Lagoa dos Patos (32°1'25" S / 52°6'20" W) e Praia do Cassino (32°14'44" S / 52°5'44" W), respectivamente. Os dados coletados através da plataforma de “Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta)”, que é uma rede integrada de plataformas que coletam regularmente variáveis oceanográficas e meteorológicas para posterior disponibilização gratuita dos dados, foram estudados e analisados durante a disciplina de Estatística do Curso de Química Licenciatura da Universidade federal do Rio Grande – FURG.

1. Análise de Dados

As análises dos dados foram feitas em forma de “Tarefas semanais” (Anexos) com o acompanhamento do professor regente, onde os testes realizados foram os de medidas de posição central (média [(x1+x2+x3...xn/n)], mediana [(n+1/2)] e moda), medidas de dispersão, como amplitude [(xmáx – xmín)] , quartis [(n+1/4)], desvio padrão [()], erro padrão [(desvio padrão/)], margem de erro com 95% de confiança, além da construção de gráficos e tabelas. Todos esses procedimentos foram feitos utilizando o programa de Excel tendo como base o material didático disponibilizado no ambiente virtual da disciplina (AVA-FURG). [pic 1][pic 2]

1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1: Médias (± erro padrão) dos dados de Turbidez (NTU) coletados no mês de março de 2021 das bóias de monitoramento RS-1 e RS- 4.

BÓIA DE MONITORAMENTO	MÉDIA	DESVIO PADRÃO	MODA	MEDIANA	CV (%)
RS-1	16.20 ± 1,17	6,54	24.88	15.50	40.37
RS-4	7.07 ± 0,82	4,58	AMODAL	5.87	64.82

Unidade de medida das médias referente aos índices de Turbidez coletados em NTU. CV refere-se ao coeficiente de variação (%) entre os dados coletados. Considerada uma variância de 46,76 e 21,00 para RS-1 e RS-4, respectivamente.

Os valores de turbidez apresentaram uma variação considerável entre as duas bóias durante seu período de monitoramento. Durante os trinta dias de março, as estimativas das medidas de posição central bem como as demais análises demonstraram como os níveis de turbidez variam entre as duas localidades. Na tabela 1, é possível ver a comparação entre elas e claramente perceber que os dados obtidos na localidade da bóia RS- 1, no estuário da Lagoa dos Patos, apresentam uma turbidez consideravelmente mais elevada do que na RS-4, localizada a mar aberto na Praia do Cassino, onde os valores médios obtidos, com uma margem de erro de 2,30 (lim inferior 13,90 / lim superior 18,50), em RS-1, apresentaram uma maior homogeneidade dos dados coletados, tendo uma variação de mais de 20% em relação aos valores obtidos pela bóia RS- 4, considerando-se um intervalo de confiança de 95%. Isto pode estar atrelado ao fato de que áreas estuarinas são regiões transitórias entre o continente e o oceano, de forma que ocorrem misturas entre as águas e que a ocorrência de variabilidade dos fatores ambientais pode estar atrelado tanto as mudanças naturais quanto as atividades urbanas eu se instalam próximos a estas regiões (MARRETO, 2015). As tabelas destes dados apresentam-se em anexo, em forma de tarefas.