QUESTIONANDO A SOCIEDADE DE CLASSES: QUAL SERIA O PAPEL DO ENGENHEIRO NUMA OUTRA SOCIEDADE?
Por: Marcus Pedrofeza • 23/6/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 2.062 Palavras (9 Páginas) • 571 Visualizações
QUESTIONANDO A SOCIEDADE DE CLASSES: QUAL SERIA O PAPEL DO ENGENHEIRO NUMA OUTRA SOCIEDADE?
Atualmente vivemos em uma sociedade onde as pessoas não escolhem a carreira profissional simplesmente por aptidão, compatibilidade ou apreciação a determinada profissão. Muitos selecionam a carreira profissional avaliando as condições de poder da profissão, no caso, de alto poderio (cargos de chefia). Outros procuram ofícios avaliando as condições remunerativas, geralmente de altos salários (médicos, juízes, advogados, empresários, dentre outros.).
A engenharia é uma das profissões que engloba cargos de alto poderio e altos salários, consequentemente muito dos indivíduos que optam por seguir essa carreira não tem aptidão para exercer a profissão. Assim formam-se menos engenheiros capacitados para um mercado de trabalho onde este tipo de carreira deveria ter como meta a satisfação das necessidades humanas em geral, e não somente a satisfação do profissional da área.
O artigo apresenta a pergunta: “qual seria o papel do engenheiro numa outra sociedade? ”. Esta outra sociedade citada, pode-se dizer que seria uma sociedade onde a engenharia não fosse altamente valorizada como acontece na sociedade em que vivemos, ou seja, uma profissão de alto poderio e altos salários. Esta é uma questão bem interessante de se analisar, pois os profissionais formados na área só optariam pela profissão por aptidão ou apreciação à carreira. Desta forma, estes profissionais se preocupariam menos com poder, remuneração do cargo ou ascenção individualmente profissional, e se preocupariam mais com seu trabalho: se o está exercendo de forma mais eficiente ou contribuindo com um bem comum. Deste modo, o engenheiro realmente iria contribuir para construir uma sociedade melhor e mais avançada de acordo com as necessidades humanas.
Outra sociedade alternativa apresentada no artigo, é aquela onde o engenheiro, além de conhecimentos técnicos e científicos, possuísse também um senso humanitário, político e econômico. E aqueles que possuíssem, pudessem atuar coerentemente de acordo com seus valores.
O que ocorre atualmente, é a separação do pensamento científico entre o exato e o humano. O exato se trata do fazer, executar, planejar, calcular, assim como o humano se trata do pensar, criar, refletir.
“É facilmente perceptível em nosso trabalho docente a velha e mal discutida separação entre as ciências humanas e exatas (ou entre os cientistas “inexatos” e os “inumanos”!). Tudo se passa como se a realidade pudesse ser fragmentada ou como se os problemas que aparecem na realidade concreta viessem identificados com uma etiqueta que indicasse a disciplina que deveria ser responsável pela sua solução. ”
A engenharia se caracteriza como a parte exata do pensamento científico, onde, basicamente visa-se a produção, lucros e eficiência. Apesar disso, o pensamento humano também tem importância significativa para engenharia, pois este procura analisar as consequências sociais e (ou) políticas do que o engenheiro produz.
A sociedade atual é baseada em interesses capitalistas, onde o engenheiro, na maioria das vezes, trabalha para sua empresa visando somente o lucro e eficiência independente das formas de se obtê-los, seja por danos ambientais, sociais ou econômicos. Isso ocorre basicamente devido à exclusão do “lado humano da coisa”.
Outra consequência de não se aplicar o lado científico humano na engenharia é a sociedade de classes em que vivemos, pois devido aos interesses capitalistas, não são todos que tem acesso aos bens desenvolvidos através da engenharia causando assim uma segregação da sociedade. Isso decorrente a diversos fatores como altos custos, obsolencia programada, etc.
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