TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Relatório Síntese de Corante AZO

Por:   •  28/11/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.978 Palavras (8 Páginas)  •  459 Visualizações

Página 1 de 8

[pic 1]

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

Escola de Química e Alimentos

Curso de Química Bacharelado e Licenciatura

Disciplina de Química Orgânica Experimental II

SÍNTESE DO CORANTE VERMELHO “MONOLITE”

Acad. Denise Marques Elias – 129897

Acad. Michele Tornatore  – 73917

Acad. Quelly Lima de Oliveira – 55622

Acad. Williane dos Santos Francisco – 86728    

Profª Drª Rosilene Maria Clementin

Rio Grande

2019

1 INTRODUÇÃO

        Até meados do século XIX, os corantes eram derivados de produtos naturais extraídos de plantas ou animais. Devido às limitações estabelecidas pela flora e fauna de cada local, além da baixa estabilidade e falta de padronização, tornou-se cada vez maior a necessidade de se desenvolver métodos de obtenção de compostos corantes. Assim, em 1856, William Henry Perkin sintetizou o primeiro corante sintético, comercializado com o nome de púrpura tiriana, sendo posteriormente chamado de mauveína (GOMES, 2009; OLIVEIRA, 2009).

        Os corantes sintéticos podem ser classificados de acordo com a estrutura química ou pelo tipo de interação que fazem com a fibra têxtil. Com relação a estrutura química, as principais classes de corantes são: azo, nitrofenol, nitrosofenol, trifenilmetano, antraquinona, ftalocianina, vinilsulfônico, pirimidina e triazina (SOUZA, 2006). Corantes azo são formados através de um mecanismo de substituição eletrofílica aromática (SEAr) entre um sal de diazônio e um anel aromático ativado, que pode ser uma anilina ou um fenol, sendo a reação também chamada de acoplamento diazóico. O sal de diazônio é formado mediante uma reação chamada de diazotação, na qual uma amina aromática reage com nitrito de sódio, em meio ácido, formando o sal que será acoplado a uma amina aromática ou um fenol. A função azo se caracteriza, então, pela presença de dois átomos de nitrogênio conectados por uma dupla ligação -N=N- e solúveis em água. O esquema da reação e de um mecanismo genérico podem ser observados nas figuras 1 e 2.

Figura 1. Reação de formação de corante Azo

[pic 2]Fonte: CUNHA, 2013

        

        Figura 2. Mecanismo de formação de um diazocomposto

[pic 3]

[pic 4]

[pic 5]

        Fonte: SANCHES, 2012

        Nesse mecanismo de SEAr, o eletrófilo efetivo é o cátion diazônio e a reação de diazotação inicia na formação do íon nitrosônio: o ácido clorídrico é desprotonado pelo ânion nitrito formando o ácido nitroso. O par de elétrons da hidroxila resultante ataca outra molécula de HCl gerando uma espécie iônica que ao perder água gera o nitrosônio. A seguir, ocorre a etapa de formação do diazônio, o responsável pela reação SEAr. O par de elétrons livres do nitrogênio na alcooxianilina ataca o nitrogênio positivamente carregado do nitrosônio, formando um cátion que terá o hidrogênio capturado pela base do meio, resultando na formação da nitrosamina. A espécie resultante sofre um ataque nucleofílico por parte da base, levando a formação do N-hidroxiazocomposto e gera o diazônio pela expulsão de uma molécula de água. O íon arenodiazônio é um elétrofilo muito fraco e por isso só consegue atacar espécies aromáticas muito reativas como o fenol, ou seja, que apresentem grupos doadores de elétrons. A terceira etapa na reação de acoplamento azo é, então, o ataque do íon arenodiazônio ao fenol. O átomo de oxigênio do fenolato doa densidade eletrônica para a ligação C-O, criando uma carga negativa na posição para do anel. Assim, o anel ativado sofre ataque do diazônio formando uma dienona, que será desprotonada, reestabelecendo a aromaticidade e levando ao composto azo desejado. O acoplamento sempre ocorre na posição menos impedida do fenol (SANCHES, 2012).

        Corantes azo são amplamente empregados na indústria têxtil, por conferirem aos artigos cores intensas e variadas. Estima-se que 70% dos corantes utilizados nesse setor sejam do tipo azo (GEADA, 2006).         Um exemplo de corantes azo é o chamado vermelho de monolite, também conhecido por para-red ou 1-(p-nitro-fenil-azo)-2-naftol. Esse corante é produto da diazotação da p-nitroanilina e do subsequente acoplamento do sal de diazônio resultante com o 2-naftol, como pode ser observado na figura 3. As estruturas bi e tri dimensionais do corante podem ser observadas nas figuras 4 e 5.

        Figura 3. Reação de formação do vermelho “monolite” ou para-red.

[pic 6]

Fonte: GOMES, 2010

Figuras 4 e 5. Estrutura do para-red 1-(p-nitro-fenil-diazo)-2-naftol [pic 7][pic 8]

        Fonte: PUBCHEM, 2019

        

        Três partes funcionais na molécula do corante são importantes para a determinação da cor: o cromóforo, grupo de átomos com uma ou mais ligações insaturadas; o auxocromo, grupos funcionais que são substituintes doadores ou aceptores de elétrons e que determinam a solubilidade da substância, intensificando a ação do cromóforo e consequentemente a coloração do produto; e o cromógeno, a própria estrutura colorante. Nos corantes azo, então, a ligação dupla entre os dois átomos de nitrogênio (-N=N-), é o cromóforo, que se apresenta ligado aos anéis aromáticos na presença de grupamentos amino, que constituem os auxocromos (SOUZA, 2006).

        Os grupos cromóforos são os principais responsáveis por determinar a cor da substância. São estes grupos que absorvem radiação eletromagnética conferindo cor às substâncias que os contém. A radiação eletromagnética absorvida fornece a energia necessária para que os elétrons sejam promovidos dos orbitais moleculares de menor energia para os de maior energia. Quando os elétrons retornam aos orbitais de menor energia, ocorre à liberação de parte da energia absorvida no inicio do processo. Esta energia, quando na região visível do espectro eletromagnético, fornece a cor do composto (MCMURRY, 2005). Já os auxocromos associados aos núcleos aromáticos atendem a finalidade da utilização do corante. Por exemplo, na indústria de bebidas, o corante requer grupos polares, como hidroxilas, carboxilas ou grupamentos sulfônicos em sua estrutura. A produção de óleos e margarinas exige grupos pouco polares ou lipofílicos. O tingimento de lã requer grupos ácidos, enquanto a tintura de tecidos de algodão, principal alvo dos corantes azo, requer auxocromos de caráter básico, como os grupos amino.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (12.3 Kb)   pdf (424.8 Kb)   docx (416.9 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com