Ética, O bom profissional
Por: Jorge Trindade • 19/5/2015 • Artigo • 971 Palavras (4 Páginas) • 516 Visualizações
Ética Geral e Profissional
Laércio Antônio Pilz – laercio.antonio@terra.com.br e laercio@unisinos.br
Site do Conteúdo – www.humanas.unisinos.br/info/laercio - ética
PROGRAMA
1º Momento – Proposições Gerais sobre desafios contemporâneos em relação a questões antropológicas, éticas, de conhecimento, profissionais e das ciências econômicas.
2º Momento – História da Ética – origem, períodos, características e pensadores.
3º Momento – As questões do Bem/Bom, do Justo, da Dignidade e das Possibilidades.
4º Momento – Teorias Éticas – contextualização e análise reflexiva.
5º Momento – Bioética.
6º Momento – Ética Profissional.
7º Momento – Ética Profissional do Contabilista.
Texto para Dicussão
O Bom Profissional
Um profissional com uma boa formação técnica, mas sem um comportamento ético adequado, pode perfeitamente empregar seu conhecimento técnico para a execução de ações imorais e socialmente refutáveis. Com base no que foi apresentado, podemos agora reformular o conceito inicial: bom profissional é aquele que possui um excelente domínio sobre os conhecimentos específicos de sua área e exerce a profissão com qualidade e com integridade ética. Um profissional da computação, que possui um fenomenal conhecimento na sua área e emprega esse conhecimento no exercício de sua profissão, mas não a exerce com integridade moral, não pode ser caracterizado como bom profissional(...)
A discussão em torno da possibilidade ou não da educação moral dentro do cenário contemporâneo é bastante ampla. Segundo Cenci (2002, p. 157-158), dentro das diferentes perspectivas teóricas existentes, destacam-se as posições relativistas e as dogmáticas. A concepção relativista é a de que não é possível uma educação moral e que ela não se faz necessária, pois compreende que a avaliação e o julgamento moral é relativo e depende de cada um. Para os relativistas, um processo sistemático de aprendizagem em torno do agir moral é dispensável, pois a determinação do que é certo ou errado sob o ponto de vista moral depende de cada um e que isso se aprende agindo. Por outro lado, “as posturastradicionais ou dogmáticas entendem [...] que o ensino da ética deveria assentar-se na transmissão de determinados valores ou comportamentos morais de maneira pré-estabelecida” (2002, p. 158). Contra a concepção relativista, entendemos que as decisões e julgamentos éticos não são relativos e que não podem ser assim compreendidos por uma questão de coerência lógica. Se é sustentável que a determinação do que o moralmente certo ou errado depende do ponto de vista de cada um, então a invasão de um sistema bancário e a, conseqüente, transferência de alguns milhões de dólares para a conta do invasor também seria perfeitamente sustentável. Se é correto afirmar que o julgamento moral depende do ponto de vista de cada um, então o fato relatado não implicaria problema moral algum, pois para o invasor aquela ação era correta, por mais que estivesse prejudicando um conjunto bastante grande de pessoas. O relativismo moral permite justificar qualquer ação, por mais prejudicial que ela seja, pois a determinação do que é certo ou errado depende de cada um. Com base nisso, pode-se afirmar que o relativismo moral é auto-contraditório e, portanto, racionalmente insustentável. Para as posições dogmáticas e tradicionais, o problema da possibilidade ou necessidade da educação moral não entra nem em questão, pois entendem que a educação moral é possível e necessária. Entretanto, compreendem que a educação moral deve basear-se na transmissão de valores ou comportamentos de forma unilateral. O papel do professor é compreendido como sendo o de transmitir valores e normas morais que devem ser acatadas pelos alunos para orientarem seu agir. Dentro dessa concepção, a educação moral estaria diretamente vinculada aos interesses da instituição por essa determinar a escolha do professor de ética baseada na sua formação ideológica e religiosa. A educação moral, dentre desse contexto, se reduz a uma doutrinação.
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