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A Demanda por energia global

Por:   •  6/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.538 Palavras (19 Páginas)  •  227 Visualizações

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1. Introdução

Ao constatar a crescente demanda por energia global, a possibilidade de escassez de combustíveis fósseis que trazem no âmago de seu uso danos irreversíveis ao meio ambiente, é necessária a busca de outras fontes de energias, as chamadas renováveis.

A utilização de energias renováveis como solar, eólica, biomassa, geotérmica, entre outras, tem aumentado nos últimos anos, mas não de forma generalizada. Dentre essas energias, a energia solar é a que apresenta o maior potencial, embora abranja uma pequena parte da demanda global de energia. É obtida através da radiação térmica emitida pelo sol (AMAN et al., 2015; CARNEVALE, et al. 2014).

De acordo com Solangi et al. (2011, p. 2150) “o sol irradia mais energia em um segundo do que as pessoas têm usado desde o início dos tempos”. Uma das formas de se captar essa energia proveniente do sol é através de células fotovoltaicas, que são feitas de matérias capazes de transformar a radiação solar em energia elétrica, onde se encontra uma propriedade de absorção da luz que absorve fótons e produz elétrons livres através do chamado Efeito Fotovoltaico. Esse efeito acontece quando se converte a luz solar através dos fótons, em eletricidade com as células solares. A intensidade de radiação solar que incide sobre as células está diretamente ligada à eficiência do sistema e o modelo e a qualidade das células fotovoltaicas (HOSENUZZAMAN et al., 2015).

Esta energia oriunda do sol é uma das fontes mais limpas de energia, pois não produz gases poluentes ou tóxicos para a atmosfera como CO2, NOx e SO2, causadores do aquecimento global, além disso, não esgota os recursos naturais, contribuindo para a melhoria dos recursos hídricos, dentre outros (SOLANGI et al., 2011).

Diversos países têm implementado políticas energéticas solares para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e suprir a crescente demanda por energia (Espanha, Portugal, Alemanha, EUA, entre outros). O Kuwait é um desses países que tem investido em energia solar, tendo em vista a sua dependência com relação aos combustíveis fósseis e com isso reduzir o alto índice de emissão de CO2. Com o Brasil não é diferente, há também uma crescente demanda por energia, além disso, há uma dependência com relação à geração de energia hídrica, que apesar de ser uma fonte renovável, também apresenta impactos ambientais e sociais.

A comparação realizada no presente estudo está relacionada à busca por novas fontes de energias renováveis, economicamente e sustentavelmente viáveis, neste caso a energia fotovoltaica, para a contribuição da redução na dependência das fontes de energia fóssil e hídrica, nos respectivos países, e por apresentarem índices de radiação solar próximos, o qual é um dos fatores importantes na implementação do sistema solar fotovoltaico. Portanto, o objetivo desse artigo é comparar o custo de geração de energia elétrica fotovoltaica no Kuwait e no Brasil.

2. Materias e métodos

Esta pesquisa é caracterizada como teórica devido à intencionalidade de propor uma abordagem exploratória do assunto e também adquire um caráter quanti-qualitativa, pois envolve aspectos intangíveis (como valores ambientais e sociais) e outros tangíveis, como a realização de uma análise através do cálculo do custo nivelado de eletricidade do inglês Levelized Cost Of Electricity (LCOE), comparando os custos de instalações de estações fotovoltaicas no Kuwait e no Brasil analisando sua viabilidade com o custo médio da tarifa de energia para indústria brasileira. Após uma seleção de 54 artigos, que auxiliaram na melhor compressão sobre o assunto, foi feito cálculo do LCOE utilizando as equações demonstradas por Ramadhan e Naseeb (2011):

$/Wp =                                      [pic 1][pic 2]

Custo de Instalação = Custo de Capital x Capacidade da Estação

Custo Anual = (Custo de Instalação x CRF) + O&M

[pic 3] Sendo i taxa de juros

Os parâmetros utilizados estão expostos em uma Tabela 1, no decorrer do trabalho.

3. Uma breve visão sobre a produção de energia mundial

Em uma escala mundial a energia tornou-se imprescindível para as economias modernas, pois a maioria das suas atividades necessita da utilização de energia. Seu uso abrange desde um simples acionamento de uma lâmpada até computadores avançados, melhoria de meios de transporte, expansão das comunicações, equipamentos e procedimentos médicos e muito mais. A maioria destas atividades está diretamente ligada ao homem, logo se pode afirmar que a energia se tornou essencial para a manutenção e prolongamento da vida.

A Figura 1 mostra a geração de energia elétrica no mundo em porcentagens, com enfoque principal nos 10 maiores países e demais países aglomerados.

Figura 1 - Geração de energia elétrica no mundo - 10 maiores países (%)

[pic 4]

Fonte: EPE; Anuário estático de energia elétrica 2011

Podemos observar na Figura 1, que os EUA e a China, lideram a geração de energia elétrica no mundo, cada um com 21,6% e 16,9% respectivamente. Só a geração de energia destes dois países juntos, ultrapassa a demanda dos demais países do resto do mundo que atingem 33,2%, e também dos oito países entre os dez maiores. Mostrando a força dos EUA e China têm em relação ao mundo.

De fato, devido a todo processo de crescimento tecnológico o consumo energético está aumentando de um modo exponencial. De acordo com Aman et al. (2015) houve um aumento no consumo de energia de 2011-2012 e 2000-2012 de 2,1% e 2,4%, respectivamente. Além disso, espera-se que haja um aumento do consumo de energia mundial entre 2010 e 2040, em cerca de 56%, de 520 quatrilhões de unidades térmicas britânicas (BTUs) para cerca de 820 quadrilhões de BTUs.

Infelizmente, o quadro de geração de energia por fonte mundial não é limpo. O mundo ainda é movido por fontes convencionais de energia, o petróleo, Carvão, Gás Natural, e energia nuclear. Hosenuzzaman et al. (2015) nos mostra dados de 2010, que apenas uma pequena parte (13%) da energia é provenientes de fontes renováveis, representadas por: 10% de biocombustíveis e biomassa, 2,3% de hidroelétrica e os 0,9% de outras: solar, eólica, geotérmica, biomassa, entre outras. Os combustíveis fósseis representam a maior parcela (petróleo de 32,4%, o gás natural de 21,4 %, e carvão 27,3%) somando assim 81% e por fim a energia nuclear. A Figura 2 mostra as fontes mundiais de fornecimento total de energia primária em 2010.

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