A História da Filosofia Contemporânea
Por: ecj14 • 30/6/2022 • Projeto de pesquisa • 913 Palavras (4 Páginas) • 90 Visualizações
FACULDADE JOÃO PAULO II – FAJOPA
História da Filosofia Contemporânea I – Prof.
Sobre a Fenomenologia do Espírito de Hegel
Lógica
O sistema filosófico elaborado por Hegel está diretamente relacionado, ou se dá a partir da dialética Trinitária. Nesse sentido, compreendendo a possibilidade do conhecimento a partir de tal dialética, o filósofo estrutura o saber, que se dá na história, em três momentos: Ciência da Lógica (tese), Filosofia da Natureza (anti-tese) e Filosofia do Espírito (síntese), correlatos à Trindade cristã (Pai, Filho e Espírito, respectivamente). Cabe salientar que essa fundamentação da Trindade se dá no primeiro momento de sua filosofia.
Como parte estruturante da Fenomenologia do Espírito, constitui-se a ciência da lógica no sistema hegeliano como momento do Ideal, isto é, apresenta a estrutura do ser como tal (formas mais gerais do ser). A Lógica hegeliana é uma ontologia que se debruça sobre as noções de ser, essência e conceito. Isto porque não há uma separação entre pensamento da matéria e pensamento, pois ela não é formal e abstrata, mas sim, material e concreta, permeando a história em consonância com os outros dois momentos, fazendo-se também lógica da contradição e do movimento dialético.
No tocante ao ser, este se volta ao estudo do em si, o pensar do ser em sua imediatez. No que se refere à essência, ocorre o estudo do ser nos seus conceitos, sua negação que o limita, é a antítese no interior do ser como forma de encontrar as raízes originais e ou essenciais do ser. Sobre o conceito, Hegel o denominou como lógica que introduz na esfera superior do sujeito, ou seja, toda a realidade existente do ser, o pensar que volta para dentro de si como totalidade. Esta totalidade é vista como um auto-desdobramento dialético do sujeito. Por fim, conceito para Hegel é entendido como o alcance do resultado do movimento lógico, não simplesmente do ponto de vista do intelecto, mas superior à razão.
Como forma triádica, o sistema hegeliano se desdobra de outras maneiras, desse modo, percebe-se que o Absoluto perpassa todo movimento histórico dialético.
Natureza
A filosofia da Natureza é o segundo momento do sistema de Hegel. Neste encontramos a negação do em si absoluto, pois ele se limita por meio da natureza se tornando conceito. É o momento da antítese. Esta negação da idéia que sai de si e se torna natureza é dada por meio de um ato livre. Para Hegel este segundo momento da dialética triádica não deixa de ser o Espírito permeando a história onde a idéia se limita por meio da natureza.
Ainda no sistema hegeliano, encontra-se uma relação com o Deus trindade dos Cristãos, onde o segundo momento é manifestado pela natureza do Filho, que é a aniquilação de um Deus absoluto (Cf. Fl 2, 7).
Em todos os momentos do sistema hegeliano existe uma dinâmica dialética interna. Na filosofia da natureza não é diferente. Encontramos a mecânica (estuda a corporeidade universal e a exterioridade espacial), a física (principalmente com a luz, temos a superação das características próximas da massa, puramente mecânica) e a orgânica (natureza se interioriza e nasce a vida). Desta divisão acima citada derivam ainda mais três divisões e assim sucessivamente, sem obter um fim estabelecido, uma vez que a dialética não se finda.
Espírito
- A filosofia do espírito examina as formas ou manifestações do ser “para si”. Como momento dialeticamente conclusivo, ou seja, como resultado do processo (do autoprocesso), o espírito é a mais elevada manifestação do absoluto. “O absoluto é o espírito: essa é a mais elevada definição do absoluto”, nos diz Hegel. O Espírito é a auto-realização e o autoconhecer-se de Deus. É, portanto, atualização e autoconhecimento da ideia.
- A filosofia do espírito é estruturada de maneira triádica, sendo, portanto, dividida em três momentos:
- Primeiro: subjetivo.
- Segundo: objetivo.
- Terceiro: absoluto.
- O espírito subjetivo está no caminho de sua própria auto-realização e autoconhecimento, é o que se sabe a si mesmo, é consciência de si e razão: não é o espírito que se manifesta no finito, mas, ao contrário, é a finitude que aparece dentro do espírito. As etapas do espírito subjetivo são: 1) a antropologia, que é o estudo da alma; 2) a fenomenologia, que através da autoconsciência, leva da consciência à razão; 3) a psicologia, que estuda o espírito teórico, prático e livre.
- O espírito objetivo se autoconcretiza plenamente como liberdade. É o que se realiza nas instituições da família, nos costumes e preceitos da sociedade e nas leis do Estado, é o ethos que alimenta a vida ético-política, é a história-que-se-faz. As manifestações do espírito objetivo são: 1) o direito, que determina: “seja uma pessoa e respeite os outros como pessoas”; 2) a moralidade, que inclui o exame do bem (intenção) e da consciência (felicidade); 3) a vida ética, que compreende a família, a sociedade civil e o Estado.
- O espírito absoluto se autoconhece plenamente e se sabe como princípio e como verdade de tudo sendo como Deus em sua plenitude de vida e de conhecimento. É a síntese do espírito subjetivo e do espírito objetivo, dos quais é o fundamento comum. As manifestações do espírito absoluto são: 1) a arte, que é a síntese concreta do universal e do particular, do finito e do infinito, do necessário e do contingente; 2) a religião, que é o momento onde o absoluto ou Deus é apreendido e se exprime na forma da “representação” e a unidade do finito e do infinito é sentida e imaginada; 3) a filosofia, que é a manifestação suprema do absoluto e se conhece conceitualmente.
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