A Importância do Planejamento Estratégico nas Micro e Pequenas Empresas
Por: wellsantosnet • 26/11/2018 • Trabalho acadêmico • 12.634 Palavras (51 Páginas) • 291 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O tema surgiu da necessidade observada através do trabalho de orientação empresarial desenvolvido durante o mês de Março de 2010 a Novembro de 2010, nos bairros do Cohatrac e Parque Vitória, em São Luis, Maranhão, Brasil, aonde foram analisadas oitenta e cinco MPE’s, e observado que todas mantêm um comportamento reativo acerca das mudanças internas e externas à organização. Alheios às ferramentas de gestão, buscam estabelecer um planejamento estratégico baseado em experiências vividas no mercado, mas de forma informal, dificultando que outros dentro da organização tenham acesso a ele. A pesquisa surgiu naturalmente, por meio de um trabalho desenvolvido como Agente de Orientação Empresarial, Junto ao SEBRAE/MA, feita in loco com o empresário responsável, através de perguntas fechadas, para perceber se existe ou não um planejamento, se ele é seguido e entesá-los da importância de se adotar um e segui-lo.
O presente estudo partiu também da percepção de que as MPE’s já são 99% do total de empresas no Brasil e que grande parte chega a vir à falência nos primeiros dois anos por falta de orientação (Site SEBRAE/RJ 2009). Através de um planejamento estratégico, esta mortalidade diminui consideravelmente. Baseado nestas informações delimitou esta pesquisa.
O Serviço de Apoio as Micro e Peqenas Empresas – SEBRAE, lançou um estudo detalhado de algumas características dos empreendedores no Brasil na pesquisa em “Fatores Condicionantes e Taxas de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas no Brasil (2007)”, aonde será explorado e confrontar alguns números que obtivemos em nossa pesquisa de campo com os números encontrados pela pesquisa nacional, feita a partir do ano 2000 (dois mil) e comparando a evolução de alguns indicadores.
Sobre o fato da maioria dos entrevistados apresentar o ensino médio, segundo este estudo, a experiência anterior em novos negócios é de 51%(cinqüenta e um por cento)¹. De fato, se estas maioria possui algum tipo de experiência no mercado, e que o número de pessoas que empreendem por oportunidade no Brasil é maior do que aqueles que o fazem por necessidade², concluímos que isto gera empreendedores com menor disposição ao serviço de orientação, pois como grande parte deste empresariado sente-se seguro em empreender, acompanhando a análise de Bosma e Levie (2010), os empreendedores lançam mão desta ferramenta. Interessante frisar que, segundo a pesquisa efetuada pelo SEBRAE¹, 71% (setenta e um por cento) empresariado que esta ativo no mercado culpa que a grande vilã que pode acarretar em seu fechamento são as políticas públicas e os impostos, seguido por cerca de 70% (setenta por cento) que acreditam ser as causas econômicas e conjecturais, todas localizadas no macroambiente. Interessante mostrar que na mesma pesquisa, os empreendedores que de fato faliram em seus negócios têm outro culpado. 68% (sessenta e oito por cento), a principal razão que suas empresas fecharam as portas é centrada no bloco de “falhas gerências”, destacando-se: ponto/local inadequado, falta de conhecimentos gerenciais e desconhecimento do mercado seguido por reservas econômicas. As falhas identificadas por quem de fato faliu é diferente, e centra-se, primeiramente no microambiente, conhecimento dos processos gerencias e macroambiente, respectivamente.
O planejamento estratégico fornece as diretrizes em que a empresa irá adotar. Este planejamento deve ser feito antes da abertura de qualquer empresa, mas isto não se nota na atualidade. O despreparo por parte do empresariado os torna reativos ao mercado. Então através da orientação empresarial, esta percepção por parte do empresariado muda, ora de forma a trazer mudanças positivas, ora a tornar-se negativo na forma de sensibilizar para a adoção da ferramenta, por parecer mudar o Status Quo vigente na organização (leia-se MPE). Importante salientar também a importância do empreendedorismo no Brasil, que é o grande responsável e fator originador da pesquisa.
Demonstrado isto, mostra-se imprescindível o trabalho de orientação empresarial, seja por consultorias ou cursos, de forma a mudar o quadro vigente observado no mercado pesquisado, que acaba por refletir uma realidade nacional (SEBRAE/RJ,2009). O planejamento estratégico, segundo Guralnik (1986) nasceu do conflito, da necessidade de se adquirir uma posição vantajosa em relação ao inimigo, em tempos de guerra. Com esta deficiente, a organização sobrevive em dificuldades.
As MPE’s, de uma forma geral, são as que produzem maior número de empregos no Brasil, e seu estudo torna-se extremamente importante à medida que se avançam as formalizações dos micro e pequenos empresários, o que por sua vez, aumentam a arrecadação e as colocam em uma posição de destaque no cenário brasileiro. A importância, então, da orientação empresarial se mostra evidente.
Este trabalho de conclusão de curso visa demonstrar a importância desta ferramenta para as MPE, suas definições, objetivos e a forma positiva que a mesma pode afetar nas organizações.
A Importância da Orientação empresarial nas micro e pequenas empresas para a sua sobrevivência por meio do planejamento estratégico é o tema central deste trabalho monográfico.
O problema é a grande mortalidade de empresas no Brasil. Falta de preparo do empresariado é a principal causa, facilmente percebida na razão de pessoas que empreendem negócios próprios por oportunidade em relação a aqueles que empreendem por necessidade, registrados aqui no Brasil, uma relação de 2:1 - duas empresas que abrem por oportunidade para uma que abre por necessidade (GEM, 2010, p. 25), sendo que desde o início da pesquisa GEM – Global Entrepreneurship Monitor, o Brasil tem a relação de empreendedores por “oportunidade X necessidade” superior em 1,4 desde 2007 (GEM, 2010, p. 40). A orientação empresarial eliminaria grande parte destes aportes ou diminuiria sensivelmente o fechamento destes negócios nos dois primeiros anos. O SEBRAE, como instituição de apoio e suporte, não consegue prestar o mesmo à crescente demanda de empresas que diariamente surgem no mercado. O serviço de orientação, tanto para negócios em seu inicio, quanto para aqueles que já estão no mercado, cria melhores condições para o empresariado, criando estrutura para que este esteja preparado tanto para as rotinas no ambiente interno, quanto a se tornar competitivo (no ambiente externo).
Identificado como um dos países que mais empreendem novos negócios, o Brasil se destaca no que podemos chamar de “espírito empreendedor”, mas parece tropeçar por querer caminhar por si mesmo sem os devidos cuidados (GEM 2010). Dia após dia, percebe-se que vontade e necessidade de se tornar empreendedor de uma PME cresce, mas o conhecimento de mercado, dos processos produtivos, gestão financeira e econômica, gestão de pessoas, e assim por seguir, não segue o mesmo ritmo. Esta é uma problemática que é sanada, parte por escolas de graduação, parte por diferentes formas de consultorias, desde as específicas até as que podem abranger cuidados constantes por parte do consultor. Este consultor durante todo este trabalho será chamado de “orientador empresarial”, por ser este o papel do pesquisador ao recolher os dados, como já especificado anteriormente, somando-se o fato do próprio SEBRAE prestar, mais especificamente um serviço de orientação empresarial.
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