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A Leitura Dinâmica

Por:   •  28/11/2024  •  Trabalho acadêmico  •  2.887 Palavras (12 Páginas)  •  17 Visualizações

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            Antônio Roberto Pereira de Souza¹

Vânia Berlim¹

                                                                        Sanderson Linhares de Souza²

                                                                                     

RESUMO

Em uma leitura dinâmica, de fácil interpretação, com os detalhes e exemplos do cotidiano para facilitar a interpretação de todas as pessoas ainda que não tenham conhecimento que participam desta complexa cadeia reversa da logística, trouxemos o tema Como a implementação eficaz da logística reversa pode impactar positivamente a indústria da reciclagem e contribuir para a sustentabilidade ambiental. Como o objetivo de analisarmos o aumento do interesse de gerenciar bem o processo do fluxo reverso da indústria da reciclagem, que deixou de tratar materiais como lixo e incorporou como matéria prima no processo produtivo. Vamos apresentar também os desafios que envolve as responsabilidades ambientais, sociais e os resultados financeiros/ econômicos que a logística reserva proporciona as empresas. Quanto a metodologia este artigo é de natureza básica, no que diz respeito à abordagem esta pesquisa é qualitativa, quanto aos objetivos esta pesquisa é exploratória e quanto aos procedimentos técnicos empregados trata-se de pesquisa bibliográfica. Como Resultado encontrou-se que a motivação das empresas transcende apenas o interesse de contribuir com o fator ambiental, que o mercado está em evolução pois há um interesse empresarial acelerado buscando novos modelos de negócios para redução de custos, melhora nos lucros. Concluindo-se que a indústria da reciclagem continuará movimentando a economia nas empresas, e na sociedade, com perspectivas de grandes oportunidades de negócios, cooperando para fatores ambientais favoráveis evitando enorme catástrofes no meio ambiente com a ajuda da sociedade.

  1. INTRODUÇÃO

      Independente do segmento produtivo das empresas, nenhum produto, seja industrializado ou retirado direto da natureza, passará o seu fluxo sem ter qualquer contato com o processo logístico. Assim se tornará impossível não passar por qualquer tipo de logística reversa até o fim do processo de vida útil do próprio produto ou de suas embalagens para o transporte até o ponto de consumo, descarte ou reaproveitamento. “[...] a Logística Reversa tem como grande função, ou como grande objetivo, o fator ambiental, e não somente no nível de alguns países isoladamente, mas sim em nível mundial.” (GARTNER, 2011, p.47).

A partir desta justificativa desenvolvemos o presente trabalho sobre a forma de pesquisa, utilizando como obra principal o livro Logística Reversa de Roberto Gartner, com o objetivo de estudar e analisarmos o aumento do interesse de gerenciar bem o processo do fluxo reverso, tratado como logística reversa. A questão central de estudo neste trabalho recai sobre a seguinte indagação: Como a implementação eficaz da logística reversa pode impactar positivamente a indústria da reciclagem e contribuir para a sustentabilidade ambiental? E com base neste questionamento buscamos mencionar também a opiniões dos autores Paulo Roberto Leite, Manuel Garcia Garcia e Nair Fernandes da Costa Schlindwein.  

O estudo também examinará os desafios enfrentados, estratégias para minimizar problemas desde de que surgiu a indústria da reciclagem que passou a tratar o lixo como matéria-prima e reincorporar ao processo produtivo, diminuindo os impactos ambientais. Acompanharemos também e se as empresas estão acompanhando este desenvolvimento crescente e desenfreado deste novo modelo de aproveitamentos de matéria-prima secundária retornável ao centro fabril.

                           

Desde o aparecimento da Logística Reversa, ela vem sendo de extrema importância para as empresas e chegando para modificar todo um modelo de administração, visto que requer que as organizações se moldem, ou seja, se adaptem às exigências do mercado a fim de que se tornem competitivas, melhorem os seus lucros e satisfaçam as necessidades de seus clientes. (GARTNER, 2011, p.07).

Conforme citado por Gartner (2011) investir em responsabilidade social melhora a imagem das empresas, melhora suas relações com a comunidade, produtividade dos funcionários, melhora as vendas em qualquer mercado, nacional ou internacional, abre novos caminhos para os negócios, melhora a credibilidade da empresa com fornecedores e clientes. Vamos explorar estes setores pertencentes a logística reversa, deixando sugestões de melhorias e pesquisas futuras.

  1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Quando falamos de logística logo imaginamos algo relacionado a entregas, daquele processo de compra realizada chegando ao destino final. Em outra situação a logística parece terminar nas prateleiras quando adquirimos certos produtos. Porém, ainda não expandimos o suficiente nossa consciência para logística reversa. Sem prestar muita atenção já participamos de projetos de logística reversa de algumas empresas e administramos devoluções para o reabastecimento (galões de água, botijão de gás, garrafas de cervejas), gerenciando redução de custos financeiros para nós os consumidores e empresas, proporcionando reaproveitamento, reciclagem e colaborando com questões ambientais. “No caso específico das embalagens, os fluxos logísticos reversos acontecem basicamente em função da reutilização das embalagens ou devido a restrições legais.” (SCHLINDWEIN, 2012 p. 124).

Por isso Garcia (2006) recorda que desde o aparecimento da logística reversa na década de 90, a sociedade vem exigindo das empresas formas de preservar o meio ambiente. Surge então a indústria da reciclagem, mas consciente, com uma visão corporativa agregada, posicionamento no mercado competitivo melhorando aspectos ecológicos e sua imagem perante a sociedade, começando a reciclar materiais, deixando de tratar como lixo e passando a tratar como matéria-prima. Para Gartner (2011) a logística reversa ainda está em evolução, é um desafio o crescente interesse empresarial buscando possibilidades de novos modelos de negócios e pesquisas nesta área fundamentado nos aspectos ambientais. Como aponta Garcia (2006) existe necessidades de controle ambiental do ponto de vista do governo, educando a sociedade para a compreender os conceitos de auto-sustentabilidade.

Segundo Gartner (2011) definiu, a Logística Reversa é um processo que envolve planejamento, implementação, controle do fluxo, do ponto de consumo até o ponto de sua origem, com o objetivo de realizar um descarte adequado. Nas palavras de Leite (2005) logística reversa é a área empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo dos negócios ou ao ciclo produtivo, agregando-lhes valores de naturezas econômica, ecológica. Garcia (2006) aponta a logística reversa definida como:

                         

Logística reversa pode ser entendida como um processo complementar à logística tradicional, pois enquanto a última tem o papel de levar produtos de sua origem dos fornecedores até os clientes intermediários ou finais, a logística reversa deve completar o ciclo, trazendo de volta os produtos já utilizados dos diferentes pontos de consumo a sua origem. No processo da logística reversa, os produtos passam por uma etapa de reciclagem e voltam novamente à cadeia até ser finalmente descartado, percorrendo o “ciclo de vida do produto”. (GARCIA, 2006, p.04).

                           

“Ao contrário do que se pensava, investir num melhor desempenho ambiental pode constituir-se numa grande vantagem econômica.” (GARTNER, 2011, p.39). Gartner (2011) declara que o fator de impacto ambiental com produtos descartados vem sendo administrado pelo fluxo reverso, e que a logística reversa não é mais considerada o novo setor da empresa, pois já é um setor envolvido com o planejamento de custos com transporte, movimentação, armazenagem, estocagem, assim como faz se necessário preparar uma estrutura de recebimento, classificação e expedição dos produtos retornados, reincorporar refugos e sobra de materiais não orgânicos, diminuindo o prejuízo.

Para Garcia (2006) a decisão de gerenciar os fluxos reversos amplia ainda mais as oportunidades de acréscimo de valor de diferentes naturezas. “A preocupação com a ecologia e o meio ambiente crescem junto com a população e a industrialização.” (BALLOU,1993, p.348, apud GARCIA, 2006, p. 02). As opiniões de Garcia (2006) e Ballou (1993 p.348, apud GARCIA, 2006, p. 02), associam-se a reflexão feita na obra de Gartner (2011) que descreve que este fluxo reverso envolve a movimentar milhões pelo mundo gerando oportunidades econômicas.

 

Figura 1- Esquemática dos Processos Logísticos

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Fonte: Vânia Berlim

A figura retrata detalhadamente o processo logístico reverso, na busca de uma recuperação sustentável, remanufatura ou reciclagem, seguindo as etapas como coleta, inspeção, separação e reutilização de materiais até a sua reintegração ao ciclo produtivo, para produção de algum outro bem de consumo.

Gartner (2011) mencionava a seguinte preocupação relativa ao fluxo reverso: Passou a se reconhecer que essas matérias-primas tem um valor significativo para redução de custos na cadeia produtiva, proporcionando o desaceleramento do crescimento de lixões e aterros sanitários. Schlindwein (2012) aponta que esse fluxo reverso já é comum para boa parte das empresas motivadas pelo apelo ambiental, e pela redução de custo, como fabricantes de bebidas. E Gartner (2011) afirma que o Brasil figura como sendo o segundo país de maior reciclagem de latas de alumínio (cervejas e refrigerantes), em 2005 foram reciclados 96% de latas de alumínio, matéria-prima recolocada no mercado. Os famosos catadores de latinha contribuíram para este sucesso, assim a indústria da reciclagem segue gerando renda indireta a inúmeras famílias brasileiras, em todos os setores da reciclagem nos mais diversos setores de produtos retornais.

“Esta abordagem é fundamental para que se planeje a utilização da Logística Reversa de forma que se possa administrar e cobrar todas as etapas do ciclo de vida dos produtos, enaltecendo os impactos ambientais.” (GARTNER, 2011, p.05). A responsabilidade ambiental é maior preocupação a nível mundial, como aponta Lambert et al. (1998 apud GARTNER, 2011, p.13), devido as legislações ambientais serem tão rígidas, desrespeitar o meio ambiente é passível de punições monetárias, os fabricantes vêm sendo monitorados pelos órgãos ambientais, governo (de âmbito federal, estadual ou municipal) e até mesmo pelo consumidor. Por muitos anos empresas resistiram as legislações ambientais, após alguns desastres ambientais as questões ambientais se tornaram mais exigentes com a sociedade as empresas.

                             

O resultado deste descaso se repete diariamente e pode ser observado no noticiário, onde, em cidades com chuva intensa, os bueiros, rios, córregos, calçadas, ficam congestionados por sacolas de lixo, garrafas de plástico, móveis e tantos outros dejetos que jamais poderiam ser depositados nesses locais, acarretando alagamentos, poluindo os nossos rios com entulhos e contribuindo para os impactos ambientais. (GARTNER, 2011, p.132).

                             

Gartner (2011) segue afirmando que o aumento da poluição ambiental, contamina recursos naturais como rios e córregos, a disposição inadequada desses resíduos cria-se sérios problemas sanitários. Chehebe (2018) complementa a afirmação de Gartner:

Todo produto, não importa de que material é feito, madeira, vidro, plástico, metal ou qualquer outro alimento, provoca um impacto no meio ambiente, seja em função de seu processo produtivo, das matérias primas que consome, ou devido ao seu uso ou disposição final. (CHEHEBE, 2018 p.9 apud GARTNER, 2011 p. 54).

Por isso Gartner (2011) aponta que o ciclo reverso tem uma estrutura própria formada por cada empresa, cita ainda que todas as empresas que produzem ou distribuem produtos devem se responsabilizar em dar um destino adequado ao que foi produzido ou distribuído por elas mesmas, principalmente quando não são passíveis de reciclagem industrial, como computadores, eletrodomésticos, baterias de celulares e remédios que quase sempre irão à disposição final a lixões. A reciclagem é a maior geradora de impactos nas áreas ambientais, podendo trazer materiais como o papel, papelão, vidros, plásticos e metais de voltar ao seu estado original, minimizando a extração das fontes naturais não renováveis e minimizando os resíduos em aterros sanitários.  

                         

Toda a reciclagem é vista como um processo industrial que converte o resíduo sólido descartado (matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar significa que podemos economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que seria jogado fora. (GARTNER, 2011, p.75).

     Figura 2- Expectativa do Processo Logístico.

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Fonte: Disponível em:<https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/livro.php?codigo=38212 >. Acesso em: 24 abril. 2024.

Esta é a expectativa de como deveria funcionar o ciclo reverso de materiais e bens de consumo, retornando pelo processo logístico até o processo produtivo sem ter contato com o meio ambiente.    

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