A Organização do Trabalho na Produção

PRO2312 – Organização do Trabalho na Produção

Exercício Individual – Versão 3

Nome: Fernando Henrique Vilela Donegá                  NSUP: 7628695

O que é Organização do Trabalho

Organização do Trabalho pode ser entendida como a especificação do conteúdo, métodos e interrelações entre os cargos, de modo a satisfazer os requisitos organizacionais e tecnológicos, assim como os requisitos sociais e individuais do ocupante do cargo. O objetivo final, sempre em mente, é a maximização da produtividade.

Essa definição implica que há alto nível de interdisciplinaridade na Organização do Trabalho, uma vez que há necessidade de integrar dimensões técnicas e sociais em seu estudo, pensando desde em quais processos devem ser realizados para que um produto seja fabricado e em que tarefas esses processos devem ser quebrados, até em como as tarefas escolhidas afetarão a motivação e o psicológico dos trabalhadores.

Linhas teóricas da Organização do Trabalho

São três as principais linhas teóricas da Organização do Trabalho, sustentadas por premissas diferentes mas sempre baseadas no objetivo comum de maximizar produtividade.

1. Abordagem técnica, ou administração científica. Ela é atribuída a Frederick Taylor, que na transição entre os séculos XIX e XX propôs esse método em substituição às regras empíricas que então vigoravam.
2. Abordagem social, ou enriquecimento de cargos. Surgiu com um experimento na Western Electric, em Hawthorne, em 1927.  Os pais dessa linha foram Maslow, Argyris e Herzberg, que desenvolveram estudos sobre como os fatores psicológicos afetavam as pessoas no trabalho.
3. Abordagem sócio-técnica, com  grupos semi-autônomos. Passou a ser difundida depois de diversas experiências sobre como organizar trabalho, das quais a primeira foi nas minas de carvão em Durham, Inglaterra, em 1948, e as mais recentes estão ocorrendo na Volvo e Saab.

Abordagem técnica

A abordagem técnica parte da crítica. de que a administração não pode depender da iniciativa operária. Suas premissas são:

1. Existe uma maneira ótima de realizar uma tarefa;
2. É necessário separar o planejamento de uma tarefa da sua execução;
3. É necessário selecionar o melhor operário para uma tarefa, e promover seu treinamento e desenvolvimento; e
4. Todo trabalhador busca maximizar seus ganhos monetários.
5. Evitar grupos de trabalho.

Sua principais técnicas são:

1. substituição do critério individual do operário por uma ciência;
2. seleção e aperfeiçoamento científico do trabalhador, que é estudado, instruído, treinado e, pode-se dizer, experimentado, em vez de escolher ele os processos e aperfeiçoar-se por acaso;
3. cooperação íntima da administração com os trabalhadores, de modo que façam juntos o trabalho, de acordo com leis científicas desenvolvidas, em lugar de deixar a solução de cada problema, individualmente, a critério do operário.

O foco dessa abordagem é a eficiência no trabalho, realizando s tarefas de modo mais inteligente e com a máxima economia de esforço. A perspectiva é de fazer o melhor uso possível do capital, e não no avanço tecnológico; objetiva-se adaptar o trabalho ao nível de tecnologia disponível.

Abordagem social

A abordagem social surgiu com base na teorias da motivação de Maslow e Herzberg. Maslow desenvolveu a ideia da Pirâmide de Necessidades, que prioriza as necessidades dos seres humanos em uma pirâmide, com necessidades fisiológics na base, autoatualização no topo, e segurança, amor, e estima entre elas.

Herzberg dizia que “a prevenção da insatisfação é tão importante quanto o incentivo de satisfação”. Ele desenvolveu a Teoria dos Dois Fatores, que argumenta que existem dois tipos de fatores responsáveis pela satisfação e motivação das pessoas em um ambiente corporativo:

1. Fatores motivadores, relacionados ao trabalho em si, tais como reconhecimento do trabalho exercido, crescimento profissional, autorrealização etc;
2. Fatores higiênicos, relacionados ao ambiente, tais como salário, oportunidades de crescimento, benefícios sociais, relações hierárquicas etc.

As premissas básicas dessa abordagem são:

1. A produtividade de uma pessoa é tanto maior quanto mais satisfeita ela estiver;
2. A satisfação é decorrente de fatores intrínsecos ao trabalho.

Essas premissas levaram a medidas e técnicas com o objetivo de melhorar o ambiente de trabalho. As principais técnicas são:

1. Rotação de cargos;
2. Ampliação horizontal;
3. Ampliação vertical; e
4. Enriquecimento de cargos;

As características buscadas no trabalho são:

1. Variedade de habilidades (skill variety), que desafie habilidades e capacidades;
2. Identidade da tarefa (task identity), que proporcione um trabalho completo;
3. Significação da tarefa (task significance), criando impacto para outros;
4. Autonomia (autonomy), outorgando liberdade e discreção no planejamento e métodos;
5. Feedback, possibilitando oportunidades de aprimoramento e reconhecimento de esforço.

Abordagem sócio técnica

A organização na perspectiva sócio-técnica é um sistema aberto: interage com o ambiente, é capaz de auto-regulação e é capaz de alcançar um mesmo objetivo a partir de diferentes caminhos e usando diferentes recursos. Ela é formada por dois subsistemas: o subsistema técnico, as máquinas, equipamentos, técnicos etc, e o subsistema social, os indivíduos e grupos de indivíduos, seus comportamentos, capacidades, cultura etc.

Nessa linha, admite-se que o ponto mais relevante é a cooperação entre os elementos do grupo, e que a autorregulação com flexibilidade aumenta a produtividade. Os indivíduos são organizados em grupos semi-autônomos (GSAs), equipes de trabalhadores que executam, cooperativamente, as tarefas que são designadas ao grupo, sem que haja uma pré-definição de funções para os membros.

Objetiva-se proporcionar um ambiente mais participativo, com maior autonomia na tomada de decisões, agilidade nas respostas às mudanças e equipes mais motivadas e comprometidas, e ao mesmo tempo melhorar os indicadores de desempenho.